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Sejam Bem-Vindas Novas Notas!

Por: Júlio César Anjos

Sejam bem-vindas novas cédulas de R$ 200,00 (Duzentos Reais), R$ 500,00 (Quinhentos Reais) e R$ 1.000,00 (Hum Mil Reais)! Agora, a pergunta que não quer calar: Quando que o Temer irá confessar?  Porque imprimir nota de dinheiro já está começando a ficar caro. Resta saber se o nome será mantido ou farão a pequena modificação: Real Novo.

O Plano Real entrou em vigor em 1994. Nesta época, o salário mínimo tinha o custo de R$ 64,00 (Sessenta e Quatro Reais). E a maior cédula de Real era a de R$ 100,00 (Cem Reais).  Agora, próximo de 2017, o Salário orbita em torno de R$ 1.000,00 (Hum Mil Reais), mas com a maior nota de Real ainda sendo R$ 100,00 (Cem Reais). Ou seja, o salário mínimo começou com 2 (dois) dígitos em 1994 e hoje está indo para 4 (quatro) dígitos, iniciando-se uma progressão geométrica de emissão de meio circulante.

O que atenuou o sistema caótico de falta de controle de emissão de moeda sem lastro, pelo governo PT, foi que hoje a circulação de moeda se dá eletronicamente. Sem essa mudança, o Brasil já estaria um caos faz tempo. Contudo, o custeio da fabricação do aumento de produção de moeda já começa impactar o governo, fazendo até Temer imprimir cédula fora do Brasil, pela primeira vez na história, diante tamanha confusão. Diante tais circunstâncias, pela lógica simples, suponha que um trabalhador qualquer queira receber sob o trabalho em espécie, dinheiro líquido, geraria em 1994 e hoje a seguinte situação:

1)           Em 1994, com o salário de 64,00 (sessenta e quatro reais), o patrão daria 1 (uma) nota de R$ 50,00 (Cinquenta Reais), 1 (uma) nota de R$ 10,00 (Dez Reais), e 4* (quatro) notas de R$ 1,00 (Hum Real) [Totalizando 6 cédulas monetárias];

2)           Em 2016, com o salário de R$ 880,00 (Oitocentos e Oitenta Reais), o patrão terá que dar 8 (oito) notas de R$ 100,00 (Cem Reais), 1 (uma) nota de 50,00 (Cinquenta Reais), 1 (uma) nota de R$ 20,00 (Vinte Reais), e 1 (uma) nota de R$ 10,00 (Dez Reais) [Totalizando 11 cédulas Monetárias];


3)           Porém, se as novas notas estivessem em vigor, esse mesmo R$ 880,00 (Oitocentos e Oitenta Reais), seria pago desta forma: 1 (uma) nota de R$ 500,00 (Quintos Reais); 1 nota de R$ 200,00 (Duzentos Reais), 1 (uma) nota de R$ 100,00 (Cem Reais), 1 (uma) nota de R$ 50,00 (Cinquenta Reais), 1 (uma) nota de R$ 20,00 (Vinte Reais), e 1 (uma) nota de R$ 10,00 (Dez Reais). [totalizando 6 cédulas monetárias].  Perceberam a diferença?

Ou seja, hoje (2016), a nota de R$ 100,00 (Cem Reais) está quase equivalendo à nota de R$ 10,00 (Dez Reais), em 1994. Porque aumento de zero na carga monetária não significa prosperidade, nem poder de compra, traduz-se apenas como bagunça – dinheiro sem lastro impresso à revelia.

Mas o estado, nesses anos todos, ao menos confessou sobre as mudanças desta matriz monetária da cédula pós 1994. Como o caso da supressão da nota de R$ 1,00 (Hum Real) em papel (ficando só a moeda) e da criação da nota de R$ 2,00 (Dois Reais), para facilitar o troco. Nota de R$ 0,01 (Hum Centavo) e de R$ 0,05 (Cinco Centavos) já são raros de serem encontrados. E a moeda de R$ 0,10 (Dez Centavos) já está equivalendo a R$ 0,01 (Hum Centavo) hoje em dia.

Outro problema grave que se dá no aumento de dígito no salário mínimo é na Progressão Geométrica (PG). E se analisar que o governo ainda fez a norma de percentual de aumento de salário pelo calculo da soma da inflação mais o crescimento econômico, essa regra cria anabolismo para que os aumentos sejam ainda mais caóticos, pois o governo sofre para manter-se no centro da meta de inflação, e todo mundo espera crescimento econômico elevado – percentual maior. Com isso, a demanda pressiona para que sejam impressas mais e mais notas a cada ano, podendo gerar até hiperinflação. Porque o mercado “confessa” a inflação quando os preços dos produtos se ajustam; enquanto que o governo “confessa” quando reajusta o salário. A hiperinflação cria: Etiquetador de preço trabalhar sem parar, e gatilho salarial (reajusta o salário para não ficar defasado ao ritmo de aumento de preços). Cruzado Novo Feelings.

E é por causa do PT (Partido dos Trabalhadores), que o Plano Real, hoje, comporta-se como o Plano Cruzado Novo. Porque em 1990, o salário Mínimo (mês de janeiro, mas tinha gatilho salarial mês a mês) era de NCz$ 1.283,95 (Hum Mil Duzentos e Oitenta e Três Cruzados Novos e Noventa e Cinco Centavos). E nessa época, a maior nota era de NCz$ 500,00 (Quinhentos Cruzados Novos). Só não dispuseram a nota de 1 de NCz$ 1.000,00 (Hum Mil Cruzados Novos), por causa dos fatores psicológico e político; o que está acontecendo a mesma coisa agora, pois o Temer não confessa que tem que gerar essas novas cédulas (e talvez empurre esse problema com a barriga até a próxima eleição).

Todavia, não é só o PT o culpado desta ameaça de hiperinflação. O povo tem sua parcela de culpa também. Pois o povo, de uma maneira geral, acredita que aumento de salário mínimo seja diretamente proporcional ao aumento de poder de compra (o que é uma falácia). Aí vem a hiperinflação, igual ao que está acontecendo na Venezuela, e acaba com tal da chicana monetária, justamente pelo empirismo (aprendizado por experiência). O único fato é que o PT não é o único culpado porque este partido só se aproveitou da ignorância da população.

Portanto, é salutar que até 2019 apareçam as notas de R$ 200,00 (Duzentos Reais) e R$ 500,00 (Quinhentos Reais).  A de R$ 1.000,00 (Hum Mil Reais) deveria também aparecer, mas por questão política e psicológica, será em ultimo caso feita a sua confecção. E depois do salário mínimo de 4 (quatro) dígitos, a continuar a chicana, a tendência é o caos reinar, pois acontece o anabolismo de PG (Progressão Geométrica). A pergunta se mantém: Quando Temer irá confessar?    

Como disse Marx: A história, primeiro aparece como tragédia; e depois se repete como farsa. Sarney, naquela época, congelou preços (congelar preço é ruína - empirismo); agora, Temer quer “congelar” salário de funcionário público de nível menos elevado com a PEC do Teto (também não irá funcionar). Já vi esse filme antes. Nada Surpreende!

A solução? Reforma trabalhista e tributária (bem feita e não remendo), a fim de tornar o Brasil mais livre, um país “porco capitalista liberal”.

 *Naquela época, em 1994, ainda não existia a nota de R$ 2,00 (Dois Reais), pois, se existissem, bastariam apenas 4 (quatro) cédulas monetárias para pagar o salário mínimo.

Obs: Lei de Poe. O título do texto é uma ironia. Para que não reste dúvida.


 
Nota de NCz$ 200,00 (Duzentos Cruzados Novos), em 1990. Déjà-vu?



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