Pular para o conteúdo principal

Revolta Hibernaria

Por: Júlio César Anjos

Diz a sábia crença popular: "não há mal que perdure, nem bem que tanto dure". Isso é um fato, pois, é por isso que as revoltas dissipam-se ao natural. Mas elas não morrem, apenas hibernam, já que, de tempo em tempo, revigoram-se e emergem para fazer o caos. Faz parte do ciclo histórico social. O que tem que ficar estabelecido, também, é que nem toda revolução, dita como reviravolta da evolução, é cimentada por revolta popular, embora haja uma relação entre os dois fatores, pois na revolução Industrial teve a mudança no reger vivencial, sem haver batalhas nem genocídios após ter conferido essa nova matriz social. O que o TUM – Terrorista Urbano Mascarado faz nas escolas é desespero, aliciamento de menor, para ver se conseguirão respirar e voltar daqui uns 20 ou 30 anos ao poder; então adubam a porcaria comunista desde já. Não irá funcionar. O petralhismo jaz.

A sacada, então, é saber separar a revolução natural daquela causada pela revolta popular. Muita gente acha que a primeira revolta popular se deu na revolução francesa. Pois bem, a destruição Jacobina foi a primeiro motim político direcionado pela oposição contra um rei, por isso é uma das revoltas mais cultuadas até hoje pelos TUM – Terroristas Urbanos Mascarados. Por motivos errôneos, também, acreditam-se que houve revolta popular contra os imperadores nas civilizações antigas (romana, egeia, egípcia), o que também é uma bobagem, pois a primeira vez que se viu uma rebelião contra um imperador, no curso histórico, se deu na “Sedição de Nike” (Revolta de Nika), em um hipódromo, com Justiniano sendo atacado pelos populares, pois havia dúvida qual cavalo venceria, já que naquela época não havia photochart, o povo ficou possesso com o imperador. Houve, também, as revoluções feitas pelas independências dos países, guerras entre impérios e colônias (Founding Fathers, Simon Bolivar, D. Pedro I), mas isso não chega ser intriga da oposição, é apenas o sentimento de se libertar.

Todavia, realmente a revolução francesa foi a primeira revolta causada por intriga da oposição. Após a revolução francesa, veio a Primavera dos Povos (derrubando monarquias) em 1848, e, após instaurar “regimes democráticos”, a ferramenta consolidou-se como instrumento da esquerda, no século XX, estendendo-se agora no século XXI, a virar arma de ativismo político. Foi assim no movimento Hippie dos anos 60 e 70; no movimento Punk, no final dos anos 80; e está acontecendo agora, sob a pelagem de multiculturalismo. Os “revolucionários” aprenderam a lição, pois sabem que, tanto para o controle quanto para o caos, as pessoas tendem a comportarem-se como animais gregários, por isso o movimento de massa margeia no que os líderes assim desejam. Mas esse movimento tem prazo de validade, e, após ser utilizado, hiberna por algumas gerações, até voltar sob outra plumagem. E é por isso que o PT não volta tão cedo ao poder; isso se voltar algum dia.

Diante disso, tal sequência deriva a uma nova era, um novo despertar. A prova mais factível deste mecanismo se dá no fenômeno Trump, nos EUA, e do Bolsonaro, no Brasil. É quebra de paradigma, pois o povo de uma maneira geral não aguenta tanta baderna em longo prazo, pedindo justamente a alguém, fazendo novos heróis, a pararem com essa libertinagem toda. Então, a revolta tornar-se-á hibernaria até voltar com outras pompas populares. Pois esse sistema não acaba, apenas adormece, de tempo em tempo, e modifica-se sempre no formato em que no começo da revolta possa ter ao menos um pouco de apelo popular. A maior prova disso é que, não tendo onde se alojar o movimento desgastado, o grupo de pressão começa a atacar coisas inócuas, pontuais, deixando situações holísticas em segundo plano, para atentar contra uma situação específica, como, por exemplo, revoltar-se contra “PEC” ou remando qualquer. O apelo é tão pequeno que se nota o fim do movimento pela falta de profundidade de pedido popular. E até inoculando movimento nas vacas sagradas (professor, funcionário público, minorias em geral), o grupo de pressão fracassa, pois a reivindicação é política e não real. E aqui, vai um conselho: Se não houver a separação, o que poderá ocorrer é que as vacas sagradas deixem de serem sagradas, pois não desgarraram na hora certa do movimento extremista/radical.

Portanto, a tendência é que a sanha extremista se arrefeça, e que tudo volte a ser operado em condições normais. Mas essa movimentação da esquerda não acabou, nem mesmo morreu para sempre, apenas hibernará, para voltar com outra plumagem daqui algumas gerações.  Porque esse movimento é cíclico, uma ferramenta utilizada àqueles que querem tomar o poder sem discussão, na marra, pela imposição. O único ponto positivo é que esses movimentos radicais estão a cada ciclo mais enfraquecidos do que outrora, já que os panteras negras, da era hippie, eram mais agressivos (por incrível que pareça) que os punks (esteticamente eram mais assustadores, mas eram estilo “cão que late e não morde”), e que o multiculturalismo. Se mantiver a tendência, no próximo ciclo haverá um segmento mais “universal”, porém mais fraco como arma revolucionária. Por causa dessas concepções, é sabido que o terrorismo urbano cessará.  Porque não há mal que perdure, nem bem que tanto dure. A revolta voltará a hibernar.
   


        
Licença Creative Commons
Revolta Hibernaria de Júlio César Anjosestá licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.


Comentários