Por: Júlio César Anjos
Há
rumores que a Odebrecht está a quebrar a ASA do PSDB. A ASA Tucana é o Acrônimo:
Aécio; Serra; Alckmin. A ave,
por hora, não voa, embora continue viva, apesar de que não decolará em 2018. O
alento é que sempre haverá novas eleições – dá para se recuperar com novas
lideranças dentro do partido – novas asas surgirem. Agora, o problema mesmo da
delação da Odebrecht não é a confissão em si, mas o TEOR da revelação da
informação para a justiça. Isso será fundamental, pois o próprio Odebrecht
poderá dar um tiro no pé, além de ficar preso para sempre, sem a condição de
barganhar liberdade. Porque será o chefe da ORCRIM (Organização Criminosa).
A defesa das empreiteiras é simples: Sempre
houve corrupção. Mas com o PT degringolou a situação, porque os políticos
petralhas achacavam os empresários para pagarem propina, a manter o poder nas
mãos. Ou seja, os políticos do PT chantageavam os empresários para receberem
propina, em troca de ganhar licitação e não ser acossado pela justiça. O
empreiteiro, por não ter onde correr, entrava no jogo por causa do temor
servil. Nesta perspectiva, é até entendível a condição corruptiva, sendo a
delação uma alternativa de aliviamento de pena. Mas, e se o empreiteiro compra
a plateia e o jurado, como fica?
Neste
sentido, responder a eficácia jurídica é fundamental. É por isso que o TEOR dos
autos é tudo. Pois, se a Odebrecht delatar o PSDB pelo teor de manter o status
quo da roubalheira, ou seja, “comprou” os candidatos que podiam vencer eleição
para continuar a corrupção, isso até mesmo alivia a pena de Dilma e Lula,
colocando toda a culpa no chefe da quadrilha chamado Odebrecht. Neste sentido,
Odebrecht deixaria de ser acossado para ser Celerado da ORCRIM. Porque compra a
plateia e o jurado. Não importaria o político, pois estaria na carteira de
clientes e faria o que fosse necessário.
Por
este prisma, é crível que o negócio seja muito maior que se imagina. Pois, quem
paga situação e oposição política, paga até despacho de juiz. Paga gente graúda
de órgãos anuentes e reguladores das instituições. Paga desde executivo até
gerente de outras empresas concorrentes. Paga até mesmo presidentes de países
espalhados no mundo todo. Paga tudo porque, no filme: “Os Suspeitos” (1996), não
é o Verbal Kint, é o Keyser Söze da coisa toda. Sendo assim, seria impossível
soltá-lo porque é o chefe de tudo. Simples assim. Portanto, o teor é fundamental.
E aí, fica a pergunta: Se o chefe da quadrilha delatar, recebe redução de pena?
Por
isso que a defesa da Odebrecht de ser a vítima no espectro holístico, pois era
acossada por políticos marotos, era a melhor opção de defesa para todas as
empreiteiras. Caso contrário, fica difícil acreditar que o político, por mais
canalha e safado que seja, por mais que tenha poder na caneta, consiga articular
desta forma. Porque só há duas explicações para tal assertiva: 1) Tanto a
situação quanto a oposição faziam chantagens, sendo as empreiteiras vítimas de
todos; 2) As empreiteiras compram os políticos. No primeiro caso, sério mesmo
que o Serra teria força em 2010 para denunciar o esquema, numa época em que
Lula tinha 80% de aprovação? A lógica mais fiável, neste caso, é que a
Odebrecht ficou com medo de perder a eleição, pois tinha uma chance pequena da
oposição vencer o pleito, e comprou a oposição que, naquela época, encontrava-se
em frangalhos. Por isso que o mais certo é que os empreiteiros são as figuras
ativas, deixando de serem passivas, pela própria articulação. Seriam os
capitalistas da corrupção.
É
certo também que a Odebrecht já “confessou” que havia corrupção desde a época dos
militares até hoje, em que diziam que o negócio degringolou com o PT. Mas
agora, por desespero, perderam o senso de lógica, e, pelo teor, estão a
confessar que compraram a plateia e o jurado, motivo do qual dá para acreditar
que são os empreiteiros os verdadeiros articuladores corruptos, sendo Odebrecht,
a principal empresa, chefe da ORCRIM [lembrem-se que eles tinham até um órgão
que controlava propina]. E muita gente não quer acreditar, também que, mesmo
fazendo cocô de cócoras, Odebrecht está tentando fazer política dentro da cela,
a fulminar o PSDB, a oposição da petralhada que esteve recentemente no poder. Isso
seria até surreal para ser verdade.
E
pelo teor, também, terão que delatar Ciro Gomes, Marina Silva e o PMDB inteiro.
E isso faria com que Bolsonaro ganhasse a eleição de 2018 por W.O. Porque é o
único provável presidenciável que está fora desta chicana. Por isso que o teor
é tudo nesta delação. Pensa bem antes de falar.
Portanto,
como diz o sábio ditado popular: “O peixe morre pela boca”. E pelo teor da
delação, com certeza o Odebrecht poderá fazer uma confissão de que é, na verdade,
o chefe da ORCRIM. Agora, resta saber o que consta nos autos, o que se espera
para julgar. Odebrecht: Acossado ou celerado? VEJA bem o que vai falar.
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