Por: Júlio César Anjos
Uma
das lógicas aprendidas no ensino médio, sendo reverberada no ensino superior,
especificamente nas ciências sociais aplicadas, é a função Apelativa ou Conativa
de Linguagem. Essa determinação é estudada desde o conhecido “Beba Coca-Cola!”
até o Tio Sam com o dedo em riste apontando e querendo o patriota na guerra ("I
Want You for U.S. Army”). Mas o que antes era só uma regra de convenção na língua
portuguesa, hoje, e com o aumento de metodologias de publicidade e propaganda,
eis que aparece a nova ferramenta de promoção de marketing: OBEY. E a AVON,
multinacional capitalista, por incrível que pareça, utilizou-se desta artimanha
de Fenomenologia. Porque a AVON manda e você obedece. Ponto final.
Primeiro,
que se estabeleça a origem do OBEY. Esse slogan teve como sucesso estrondoso
mesmo na fabricante de camisa que gerou a marca registrada “OBEY Clothing”. Mas
o que inspirou ao empresário a fazer tais camisetas foi o filme de 1989, chamado
“Eles Vivem”, de John Carpenter. Esta película em questão faz uma crítica ao
capitalismo e a sua principal instrumentação, que é o marketing, como
ferramenta para intrusos escravizarem o ser humano. Ou seja, a crítica que se
faz do consumo no filme gera uma camiseta que induz o comprador a obedecer ao
sistema que o escraviza pelo poder em vigor. É mais ou menos a loucura
parecida de ser empresário e vender camiseta e utensílios comunistas no mercado
capitalista. Isso se chama fenomenologia.
Filme: Eles Vivem, John Carpenter (1989)
Ideology Glasses ("Óculos da Ideologia")
Diante
disso, a AVON na sua última inserção utilizou-se deste formato de promoção, com
atributos de Fenomenologia, utilizando propaganda política, mesmo sendo uma
multinacional capitalista. Ou seja, a empresa de cosméticos sequer propagandeou
os produtos, suas porcarias mercadológicas, ela tão somente promoveu uma ideia,
uma bandeira política. Se isso virar febre, o filme “Idiocracia” deixará de ser
ficção para virar não ficção. E se colocar os óculos da ideologia (Ideology Glasses) do filme: “Eles Vivem”,
verá o autoritarismo da bandeira do multiculturalismo. OBEY!
AVON OBEY - Propaganda Autoritária
"Me Obrigue!"
Até
esses tempos remotos não era crível pensar que a instrumentação OBEY fosse realmente uma
ferramenta mercadológica de promoção de ideia. Até que mais e mais inserções de
vídeos “excêntricos” no mundo dos filmes adultos começaram a pipocar como
manuais de instruções, para forçar o espectador a realmente obedecer como um
escravo, ser não só omisso como também alienado [na expressão mais dura do
termo] sexual do sistema. Seguem exemplos da bestialização: “Sissy Hypno”, “Feminazition”,
“Sissy Instructions”, entre outros. É literalmente ativismo para fazer a pessoa
não só objeto sexual, mas ser alienada sexualmente por um alfa qualquer. É realmente
animalesco.
Então,
aquilo que era inserido lá no submundo do “fetichismo” sexual, agora surge como
ponta de iceberg em propagandas casuais de internet. O salto foi tão grande que
já dá sim para acreditar que o OBEY deixou de ser um campo de licença criativa
cinematográfica para vivar uma ferramenta extremamente potente de propaganda
política. Se o Rodchenko, o pai da propaganda, começou com inserções estatais
indo para o mercado capitalista; agora, se faz o inverso, propaganda de empresa
capitalista fazendo ativismo de bandeira política. Surreal.
A
AVON, com a cantilena do “nós contra eles”, promulga uma propaganda em que quer
obrigar aqueles que são contra essa patacoada toda a aceitar o anormal, como se
normal fosse. Porque se fosse normal, por uma lógica simples, não haveria
necessidade de um marketing agressivo, impositivo, apelativo, que conota
autoritarismo. Agora, resta ver se haverá novas inserções deste tipo, a ver a
magnitude da dominação do multiculturalismo até mesmo em empresas
capitalistas multinacionais. E para esses que acham que tem que aceitar tudo,
sem filtro, que se estabeleça o seguinte: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me
convém”. Reagir a algo que passou dos limites não é ser conservador reacionário,
é simplesmente ser sensato.
Portanto,
a AVON, com a ferramenta OBEY, passou do limite. A AVON poderia utilizar os
mesmos atores, o mesmo figurino, a mesma figura de fundo, pois nada destes
detalhes técnicos comprometeram o vídeo em si; o que desmoronou esta propaganda
foi o ativismo autoritário do multiculturalismo, que quer impor os conceitos na
marra, na base da força, sem discussão a respeito. E desse jeito, colegas, não
conseguirão o intento. Porque de agora em diante é: DISOBEY! Para o
multiculturalismo.
OBEY
= Função de Linguagem Apelativa, com autoritarismo e ativismo de bandeira
política, nas propagandas de empresas capitalistas. Ferramenta que não
propagandeia um produto e/ou serviço, mas promove uma ideia, uma ideologia.
Eu vivi para ver ativismo político em empresa
capitalista. Sem falar que os comunistas sempre criticaram o capitalismo por
associar o produto em temas conservadores. Era só hipocrisia, pois querem o
capitalismo para os servirem.

AVON: OBEY de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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