Por: Júlio César Anjos
Assim
como o governo sempre confunde o que é do estado, do governo e do partido,
fazendo uma maçaroca política sem igual, muita gente também confunde legenda,
bandeira, e ideologia, achando que é tudo a mesma coisa, é tudo igual. Não é.
Por isso que tal ardil merece explicação. Então, diante resoluções elucidativas, que se saiba o que é legenda (com implicação direta na urna),
bandeira e ideologia na política em geral.
Das
Legendas (e as implicações nas Urnas):
Primeiro,
que se defina o que é legenda. Legenda, em um verbete de dicionário, é uma
minúscula informação no rodapé de uma ilustração, um gráfico, uma foto e etc.
Se o leitor entender que a legenda é secundária à informação, quem vos escreve
já ficaria satisfeito. Portanto, legenda, tanto em um gráfico quanto na
política, é irrelevante; enquanto que o político é essencial. Legenda política é a representação numérica de
um partido. E só.
Por
isso que se for analisar desde a “redemocratização”, em que a primeira eleição
presidencial, em 1990, foi feita no papel, a cédula continha somente algumas
informações, como: o código (número do partido); e o “nome-status” do político
em evidência. O que é normal, pois sempre fora assim, as pessoas sempre votam
no político e não no partido, desde que mundo é mundo.
Já
em 1994, mesmo com a eleição ainda em cédula de papel, a poluição de informação
já começa a modificar também a relação de votação. Agora, aparecem não só o
código (a legenda partidária expressada em número), como também a sigla do
partido (que pode ser também um acrônimo), deixando o “nome-status” do político
perdido em meio a gama de informações.
Cédula eleitoral para presidente em 1993; Deveria haver duas cédulas distintas: 1) Para cargo executivo; 2) Para cargo legislativo |
Por
fim, com a inserção da urna de votação, a legenda torna-se precípua, em que se
assemelha a um código que tem que ser digitado para abrir um cofre, no qual tem
que se saber o número do candidato para poder abrir uma segunda página, para
conferir se é o candidato escolhido e finalizar o voto. A urna faz o rabo
abanar o cachorro, pois a legenda [aquilo que já fora explicado que é uma ínfima
explicação de rodapé (podendo ser até mesmo irrelevante)] torna-se primária,
enquanto que o candidato vira algo secundário.
Urna eletrônica: A cédula eleitoral é suprimida e o código é precípuo ao político. Fica a pergunta: Querem sugestionar o eleitor ou a mudança é uma simples questão de Praticidade? |
A
mudança de cédula de papel para eletrônica, apesar de ser considerada uma coisa
irrelevante, na verdade é tudo. Não só no quesito de fraude, em que se altera o
resultado em si; mas no sentido de modificar também o reger eleitoral do
eleitor, a transformar de tal maneira que aquilo que é plasmado, material e
tangível – que é o político -, perde primazia para algo imaterial, um espectro,
intangível – que é a legenda. Pode ser arma para sugestão psicológica, ou seja,
sugestionar o eleitor pelos números até o sufragista ir votar por simples hipnose,
levando ao resultado dos partidos tornarem-se maiores que o simplório
candidato.
Isso
faz com que legendas fiquem maiores que candidatos. Faz, também, com que
candidatos destas legendas não consigam desvincular os seus nomes às situações
que membros destes partidos pratiquem de fato. Ou seja, por causa do anabolismo de legendas
(para criar sentimentalismo para defesa de uma bandeira), por mais que um
político seja inteiramente honesto, ao tentar eleger-se em um partido
extremamente corrupto, tal político não conseguirá obter êxito, por ser
maculado pelo histórico daquela legenda em questão. É apenado por “tabela”.
Mas
para mudar a cédula eleitoral eletrônica, doravante milhares de candidatos que
meandram na política, o certo é que se deve fazer reforma política, a começar
pelo voto distrital, que torna a corrida eleitoral mais barata, mais fácil de
entender, e com menos candidatos concorrendo ao pleito, tornando a urna
eletrônica mais fácil de ser utilizada, pelo aspecto vivencial da coisa
pública. Sem reforma, e com urna eletrônica, o método de inserção de números
para abrir a votação é, infelizmente, o método mais certo. Tem que reduzir, por obviedade no voto
distrital, os números de legendas, em que no máximo, por exemplo, constariam 5
legendas [ou, como melhor queira: 5 partidos políticos]. Sem reforma, sem
condição de mudar a atual situação da cédula eleitoral eletrônica. No máximo dá
para aprimorar a urna com recibo.
Das
bandeiras:
Segundo,
que se entenda o que significa bandeira. Bandeira, em verbete de dicionário, é
um símbolo criado a ser defendido. Vai desde escoteirismo até flâmula de uma
nação. Um partido politico pode ter dezenas de bandeiras, pois cada estandarte
representa a junção de grupos específicos dentro de uma legenda.
As
bandeiras representam segmentos inseridos na sociedade, que são defendidos por
tais agentes políticos, o que se chama de representação. Ou seja, o político
representa determinada condição. Por isso o bordão de insatisfação: “Não me
representa”. Apesar de esse jargão ser uma coisa cafona, ao menos faz sentido
no aspecto político.
E
a bandeira é feita para criar a identificação de um partido, pelo simbolismo, por
meio de legendas e ilustrações que elucidam o que se é defendido em política. É
a materialização politica daquilo que é imaterial.
É na bandeira e na ideologia que dá para saber se o PT, mesmo com petrolão, irá
acabar. O partido pode encolher, a legenda pode ser fechada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), mas a bandeira que o PT defende não findará. Portanto, é crível dizer que o partido dos trabalhadores (que não trabalham) não acabará.
Qual é a bandeira que o PT defende? O do “pobrismo proletário” - também conhecido como "proletkult" (cultura proletária). Para acabar com
essa bandeira, somente se o Brasil melhorar a tal ponto que tenha a sociedade
com o bem-estar social pleno, em que “sumiria” esse “nicho de mercado”, não se
fazendo sentido a representação de um partido nesse aspecto eleitoral. Havendo
esse “nicho de mercado”, é óbvio que, se o PT acabar como legenda, outro
partido com ideologias similares obteria essa bandeira, pois existe muito
trabalhador pobre no Brasil ainda. Por isso que faz sentido dizer que: “O PT
gosta tanto de pobre que os multiplica”. Esse é só um de vários outros exemplos de "bandeiras" que poderiam ser citados, mas que não há necessidade de fazê-lo agora.
Portanto,
a bandeira é a junção material entre a legenda e a ideologia pontual de
determinado partido, defendendo-a dia-a-dia no campo político/eleitoral.
Das
Ideologias:
Ideologia,
em explicação em verbete, é o estudo de conjunto de intenções que uma pessoa
está proposta a fazer/praticar. Elas podem ser materiais (colocar uma ideia pra
funcionar) ou imateriais (pensamentos vagos sobre hipóteses e concepções).
Ideologia
é aquilo que se dá pela explicação entre a fusão da visão de mundo e os
sentimentos de um individuo e/ou coletivo. Pode ser algo racional ou guiado
pelas paixões. São crenças em determinadas situações de convívio, de vida.
É
a diretriz política, pois sem ela não há partido com as suas legendas e
bandeiras. Não há nem o porquê de se
fazer eleição, pois sem diferenças ideológicas não há o que discutir, não há o
que contestar. É justamente as diferentes maneiras de viver regencial que
suplantam a condição das ideias, por isso que faz sentido haver diferenças
ideológicas, que se transformam em políticos e seus partidos.
Por
isso que para uma reforma política, citado na parte escrita “das legendas”, em
que se fez menção a 5 partidos/legendas, tal assertiva satisfaria a questão. Na opinião do
escritor, 5 diretrizes ideológicas poderiam ser representadas por 5 legendas, tal qual: 1)
Extrema-direita; 2) Centro-Direita; 3) Centro;
4) Centro-Esquerda; 5) Extrema-Esquerda. São 5 visões de mundo que
poderiam virar legendas, dentro delas poderiam ter várias bandeiras. Mas é só
ilação. É necessária a reforma política para poder embasar essa posição. Fica o
dito pelo não dito.
Portanto,
as ideologias são as visões de mundos sob várias perspectivas de prismas
políticos. Até porque, se todo mundo pensasse igual, vivesse igual, agisse
igual, o mundo seria autômato e a politica seria desnecessária. É justamente o
plural que cria o jogo da política, com as suas ideologias e suas organizações
eleitorais.
Conclusão
Portanto,
quando se vê um partido político, que não se confunda o que é legenda, bandeira
e ideologia.
Fonte:
Cédulas Eleitorais: http://www.tse.jus.br/institucional/museu-do-voto/cedulas-eleitorais
Das Legendas, Das Bandeiras e Das Ideologias deJúlio César Anjos está licenciado com uma LicençaCreative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível emhttp://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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