Por: Júlio César Anjos
Assim
como uma empresa privada “demite” um executivo de alto escalão para contratar
outro em seu lugar; um país, ao destituir um presidente em exercício, está
mudando o gestor do poder executivo de uma nação. Portanto, Temer é executivo. Embora
haja diferenças entre gestão da iniciativa privada à esfera pública, o fato é
que o cargo trabalha para fazer aquilo a ser esperado deste postulante, que é
satisfazer apenas uma condição: Tomada de decisão.
O
executivo, tanto na iniciativa privada quanto com a faixa presidencial, ao ser
constituído em alto escalão, já de início terá que fazer a seguinte escolha:
manter o status quo ou radicalizar. A escolha mantenedora da continuidade se dá
quando o problema é pequeno e pontual, sendo que somente algumas modificações
de caráter orgânico satisfaça a administração. Ou seja, O problema é do dono da
cadeira, de gestão, por isso que só a mudança de gestor já satisfaz a questão.
Todavia, a maioria das substituições dos executivos se dá por causa de
ocorrências mais amplas, em que se deve contratar um executivo que, além de
fazer mudanças pontuais, deve redesenhar todo o portfólio de uma empresa, para
conseguir obter êxito em determinada condição. A situação do Temer se configura no segundo
caso. E é por isso que deveria radicalizar.
Mas
mesmo para radicalizar, como é o caso do Temer, por ser presidente da
república, ainda assim há de se esperar um período para executar resoluções.
Para projetar a situação, o gestor precisa de tempo e de informação. Na
iniciativa privada, o relógio para obter informações é nitidamente mais célere,
pois, os colaboradores desta corporação, devem cooperar porque, caso o gestor
fracasse, todo mundo tem a perder - a empresa fecha e todo mundo fica
desempregado. Já no caso da esfera pública, os próprios colaboradores são
funcionários públicos, que podem sabotar o governo, pois possuem certas defesas
que inexistem na iniciativa privada. Além de que a burocracia estatal faz tudo
ser moroso, tudo ser letárgico, tudo muito fossilizado, por isso que é difícil
oxigenar a coisa pública de uma forma total. Portanto, informações imprecisas e
demoradas podem fazer Temer tomar decisões erradas.
Diante
disso, Temer vacila. O problema é que o Brasil não está em uma simples
recessão, mas em uma depressão econômica, que requer medidas mais drásticas
para fazer as melhoras no país. Assim como cada decisão de um executivo afeta
toda uma empresa em questão, toda decisão tomada por Temer afetará o país de
forma igual, mesmo que essa tomada de decisão seja o vacilo da ação de não
fazer nada. Somando o problema de caráter técnico, na esfera política Temer
ainda diz que não fará “caça às bruxas”, dando a entender que não atacará o
petralhismo neste momento em questão. O problema é que as sínteses de
convergência entre as tomadas de decisões, a fim de fazer as melhorias para a
nação, são inexoráveis à conclusão de que se fará, por si só, caças às bruxas
ao petralhismo. Pois, o Brasil só melhorará se o PT for extirpado do poder de
forma Literal. Portanto, Temer vacila. Mas será que é por querer? Vai saber.
Contudo,
algumas ações de Temer já foram executadas pela tomada de decisão. Como é o caso dos
cortes tímidos dos cargos comissionados sob a tutela do PT e a extinção do
Ministério da Cultura (MinC). Dos cargos comissionados, por serem poucos
cortes, já se apresenta como um aliviamento do PMDB perante o PT – parece que ainda
estão casados. E rebaixar a pasta do ministério da cultura para status de
secretária, tal decisão emana simplesmente de reengenharia, redesenho de
organograma, um simples downsizing em questão. Esse corte nada tem a ver com
“retaliação política”, como a esquerda anda propagando por aí; muito menos um
ataque contra o “Foro de São Paulo”, que a direita anda defendendo. É simples
corte de despesa discricionária e redesenho da máquina pública.
Agora,
se o Temer estiver agindo de forma errática de propósito, em fazer dos artistas
alinhados aos petralhistas oposicionistas do estado, para o PMDB adubar o PT,
diante de uma estratégia maquiavélica de perpetuação de poder, que o povo
esteja, também, preparado para destruir a biografia do gestor da coisa publica,
por ser “incompetente”, em que a vontade do povo dará a dica que os fracassos
de Temer terão consequências no futuro. Muita gente não acredita nesse
realinhamento de força. Mas, como dizia Ulysses Guimarães: “Em política, até
raiva e combinada”. E até quiproquó é criado de propósito. Que esse parágrafo fique somente como um
pensamento vago, uma ilação.
Portanto,
Temer é executivo e terá de agir daqui pra frente. Suas ações criarão “caça às
bruxas”, porque tal embate irá acontecer de fato, por causa dos próprios
eventos de mudança que criarão tal contexto. Além de que as tomadas de decisões
devem ser céleres, mesmo que em teoria não se possa ser lépido por causa do
escopo estatal jurássico, a crise é tremenda, e, diante tais situações graves,
as ações requerem urgência. Enfim, um recadinho a Temer: Encha a caneta de
tinta e pare de vacilar.
O
Brasil está de olho.
Temer Executivo de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível emhttp://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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