Socialismo X Cristianismo

Por: Júlio César Anjos

Socialismo – principalmente a linha revolucionária comunista – e o Cristianismo são como água e óleo, não se misturam. Quem garante isso não é palpiteiro de universidade do piolho (está na cabeça só para parasitar), mas o rumo histórico e as consequências praxeológicos que tornaram antagônicas as forças políticas (socialismo) perante as religiosas (catolicismo), em que o cristão não é comunista e o comunista é ateísta. Até porque as duas vertentes de poder lutam pelo mesmo filão popular, que é o nicho do homem humilde, pobre, que não tem ninguém para cuidar. Por causa desse mesmo “posicionamento mercadológico” é que se unem para criar a clientela; ao passo que se digladiam por buscarem o poder peculiar.

Tudo começa no cisma cristão, em que se tem a reforma protestante e a contrarreforma. A Igreja católica começa a lidar com os menos afortunados; ao passo que o calvinismo (por exemplo) lida com a burguesia em ascensão. Tal cisão foi fruto da estratégia bem sucedida, naquela época, dos reis, de dividir para conquistar. Até porque o rei tinha que se sujeitar aos interesses de “Deus” (na verdade era do Clero) para poder governar. Tendo essa primeira vitória de retirada de poder papal, os soberanos tornaram-se déspotas esclarecidos, ou reis filósofos, que queriam terminar o mandato monárquico, mas sabiam que a mudança haveria de imperar. O que os monarcas não se deram conta é que deram guarida aos iluministas, que pensavam em tudo, até mesmo em como acabar com o poder da monarquia. E aí o negócio começa a desandar.

Essas mudanças convergem na revolução francesa. Os reis enfraquecidos perante a população, com o cristianismo um pouco mais influente do que o rei – porém sem condição de segurar manada, dá livre trânsito para novas ideias ecoarem. E uma das ideias é o socialismo, que exige uma revolta popular para criar o tão sonhado paraíso na terra – coisas que a monarquia não conseguia resolver e o cristão só prometia que o vivente só teria céu após morrer. Diante disso, os socialistas tomaram o poder, mataram reis e homens de grande patente; ao passo que dá escolha aos bispos da França, que: 1) Ou se convertiam à revolução sendo JURAMENTADOS; 2) ou morreriam pela revolução. Muitos padres, bispos e clérigos em geral fugiram de Robespierre e revolução francesa.

Já na Inglaterra do século XVIII e na era Vitoriana (melhor rainha da história), Vitória só governava por regência (deixando as decisões para as câmaras dos lordes e a dos comuns). Mais uma vez o cristianismo não tinha força. Ao passo que o capitalismo começa a ganhar poder. Isso faz com que a igreja e os socialistas reajam perante o poder do individuo em detrimento ao coletivo, criando nesse interim a concordância entre a igreja católica e no movimento socialista o aspecto de que o “capitalismo” é o tirano do mal. Enquanto que os socialistas se enveredavam entre o socialismo utópico e o “científico" (olha a piada: Marx como sendo economista), a igreja católica cria o socialismo cristão.

Diante do Socialismo cristão, há de se fazer uma breve notação. Segue citação:

“Questões Sociais. A igreja, diante dos problemas sociais, mormente os da classe operária, preconizou reforma em bases cristãs. Combateu a violência e a revolução social do marxismo. Entre os principais documentos que contêm os princípios da doutrina social da igreja está a Rerum Novarum, encíclica do Papa leão XIII, promulgada em 1891. O quadragésimo ano do Rerum Navarum foi comemorado com a publicação da encíclica Quadragesimo Anno (1931), do Papa Pio XI. Do Papa João XXIII temos: Pacem in Terris e Mater et Magistra. O Papa Paulo VI é o autor da Popularum progressio. Sobre o controle da natalidade eleborou a Humanae Vitae”.  

O crescimento do socialismo faz ascensão o comunismo, executado na Rússia de 1917. Os bolcheviques vencem as eleições, retiram-se bem no meio da primeira guerra mundial, para começar a implantar o comunismo de fato, sob a supervisão de Lenin. E qual é uma das primeiras providências que os comunistas tomam, diante a revolução? Eles tomam de assalto a catedral de São Isaac, igreja do cristianismo ortodoxo, construído pelo tsar Alexandre I, que durante o período soviético, a igreja se tornou museu do ateísmo. Repetindo: A Igreja Cristã virou museu ateísta. Após a queda dos soviéticos, a catedral foi renovada e restaurada e as missas reiniciaram. Reparem que eles não a destruíram, tampouco utilizaram para qualquer outra função, o que os soviéticos fizeram foi escarnecer tão somente construção cristã.

Catedral de São Isaac, Igreja Ortodoxa, que virou MUSEU ATEÍSTA nas mãos dos soviéticos

A catedral de São Isaac é exatamente igual ao que os bolivarianos de hoje praticam ao Papa: Profanam os símbolos religiosos. Enquanto que os comunistas tomaram uma catedral para fazer museu ateu; O Zacarias da Bolívia (Evo Morales) mostra um Cristo com foice e martelo e o irmão de Fidel Castro exibe Jesus crucificado em remos (fazendo alusão pejorativa às mortes dos cubanos, ao tentarem fugir da ilha presídio). Mas o Papa Francisco sabe disso, e só aceita tal situação porque é valoroso – tanto no sentido financeiro quanto no aspecto estratégico – a fazer esse jogo diplomático. E porque também a igreja católica está enfraquecida.  E pra quem está se afogando, jacaré é tronco.

Houve as questões também dos padres mortos no Camboja e Na revolta mexicana no século XX, além da impossibilidade de professar a fé em países como Venezuela, Coréia do Norte, China e afins – por serem fechados.

Só para lembrar que se o catolicismo não sobrevive em pais socialista e/ou comunista, os evangélicos então nem precisa dizer nada, pois em país comunista falta dinheiro para enriquecer e/ou empoderar pastor (o poder fica centralizado somente no Estado). Fica inviável ganhar dinheiro só por ser cristão.

E se você que está lendo esse artigo é cristão e socialista, a única coisa que se deve indicar é um sanatório. Pois Cristianismo e socialismo não se "beijam", não se dão. É água e óleo.

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