Por: Júlio César Anjos
Há
rumores que, finalmente, a Dilma perderá a faixa presidencial. Se a medida
política será por renúncia, impeachment, ou cassação de mandato é outra
história. O fato é que a governabilidade da presidente está insustentável. O
PT, por causa da traquinagem ocorrida durante esses 12 penosos anos, não possui
confiança para manter-se no poder. Diante disso, é iminente que o PMDB, maior
partido do congresso - e muleta da base governista, seja o bombeiro dessa
fogueira provocada pelo caos governamental.
A Dilma cai, um cacique do PMDB assume. E, então, o que acontecerá no
dia seguinte? Essa é a pergunta valiosa que se deve responder.
Para
o PMDB governar, o partido terá que articular. E fará isso através de ruptura
ou coalisão ao partido dos trabalhadores. Se optar pela ruptura, ótimo. Mas se
optar pela governabilidade arco-íris, enviará mensagem para o mundo e o sinal
interpretado será que, mais uma vez, é o país do faz de conta. Se o PT poderá
sair da presidência justamente por causa da crise de confiança, é salutar
compreender que não se pode mais quebrar valor ético e moral, como feito de
forma constante na era PT. Portanto, não há mais espaço para o PT neste “regime
emergencial”. Se houver acordo com o PT, não há o porquê de tirar a Dilma de
lá. Simples assim.
O
PMDB, também, não precisa necessariamente do PSDB. Mas, se não tiver apoio dos
tucanos, não há como fazer um mandato de sucesso, pois os sociais-democratas se
oporão diante de um governo temporário que agora deixa de ter o PT como escudo,
para virar vidraça do meio político. Fazer ruptura com o PSDB fará o PT voltar
sozinho ao poder em 2018 (as instituições não irão dissolver o PT), só que
agora com o partido da estrela mais virulenta e imprevisível. Então, ao PMDB só
resta se aproximar ao PSDB, com a ameaça de perder o poder para os tucanos na
próxima eleição.
Já
o PSDB (a maioria dos caciques) não quer que a Dilma caia neste momento (Eu
também não quero), os tucanos querem levar em banho-maria até 2018. Porque a
crise é complicada, o momento é de incerteza e, um possível fracasso diante a
situação, poderá dar vitamina para o Lula voltar a ser presidente em 2018 (as
instituições não irão cassar o Lula). Mas existe um povo nessa equação. E esse
povo quer que a oposição tome providência, pois não aguenta mais a gestão do PT
(que é sufocante, de tão corrupta e incompetente), em que poderá forçar o PSDB
ter que fazer o que não deseja fazer, pela estratégia política. Sem falar que,
diante a reforma política, a urna mista só será aprovada para as eleições a
partir de 2022, então é temerário mesmo ser de base governista extraordinária,
pois dá pra fraudar eleição.
Porém,
para o PT a coisa é mais complicada. Para se manter no poder, hoje, só mediante
coerção. Somente no estilo da Venezuela, regime autoritário bolivariano para
ficar no comando. Pois, o modelo político do PT exauriu e não há mais como
melhorar a situação com a Dilma na gestão, até porque, como já dito, a crise é de
confiança. Se não dá para se manter politicamente, e o partido também não
deseja ser totalitário, ao PT, portanto, só resta entregar o mandato ao PMDB,
tentando fazer acordo “por baixo do pano” com o Temer, pedindo para o PSDB ser
da base governista, só que ocupando as pastas mais críticas, justamente para virar
oposição e voltar ao poder em 2018. E, nesse meio tempo, fazer a “revolução”
através das linhas acessórias, como sindicatos, ONG’s, agentes de pressão em
geral, para atrapalhar o mandato de quem tomar posse.
Por
isso que, se o PMDB tomar o poder, e quiser governar, terá que, como tarefa precípua,
aprovar lei antiterrorismo, além de fazer leis e manobrar contra sindicatos.
Além também de fazer um bunker forte com a elite em geral, para que as coisas
fluam ao natural e possa ter um folego para conseguir administrar o país.
Todavia,
o maior problema nesse jogo político é que estão vendendo a ideia de que
somente tirar a Dilma será a tabua de salvação e resolverá todos os problemas
da nação. Se a questão der errado, o PT
poderá voltar na eleição seguinte. Se der certo, dará até mesmo maior poder ao
PMDB, tendo outro sucessor do mesmo partido em 2018. Por isso que, para obter
folego no próximo pleito, O PMDB tem que gerar, desde já, a seguinte narrativa
e ilustração: Com a Dilma não dá mais; com o PMDB talvez dê em alguma coisa. E
sempre mostrando o caos, dizendo que é herança maldita, para o povo não
esquecer. Por isso que o PMDB tem que fazer ruptura com o PT. Caso contrário o “MDB
de guerra” será engolido pelo partido dos trabalhadores.
Outra situação que os favoráveis à destituição
de Dilma não entendem, é que comumente atrelam a possível queda dela com o
impeachment do Collor. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, são mundos
totalmente diferentes. Na época do Collor, a década era de 90, o povo era, na
sua maioria, conservador, não havia tanto relativismo jurídico (era mais
voltado à constituição e não interpretação subjetiva de juiz), os índices de violência
eram baixíssimos (havia violência, mas era algo “normal”), e o povo queria
melhoria, sem ter dentro de si recalque e inveja. Basta lembrar que o povo
ajudou o Itamar franco a domar a inflação de forma espontânea. Ou seja, nesses
longos anos, o brasileiro está “modificado”. Então, não adianta comparar maçã
com abacaxi, pois há distinções.
Portanto,
o Brasil é um enorme ponto de interrogação. Ninguém sabe o que vai acontecer
amanhã, quanto mais no dia depois de amanhã. Mas o fato é que, se o jogo for
mal jogado, algum grupo vai perder. Que Deus abençoe que o derrotado seja o PT.
Pois é a facção criminosa que jogou o país nessa desgraçada crise social e
financeira. E, por fim, saiba que, quando a conversa pende nessa situação, é
porque já não há mais perspectiva de curto prazo para o país, pois é tudo
conjuntura, supostamente algo que poderá vir a acontecer. A conclusão é que o
certo seria deixar esse governo derreter até a próxima eleição. Porém, o povo
não aguenta tanta pressão, seja econômica e/ou social. Algo precisa mudar. E Mudar
pra valer. Fora PT!
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obs: Se o PT voltar ao poder tão cedo, eu quero asilo político. porque não aguento mais essa desgraça no poder.
Obs2: Dilma tem 91% de rejeição. Isso já é destituição por parte do povo.
Obs2: Dilma tem 91% de rejeição. Isso já é destituição por parte do povo.

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