Por: Júlio César Anjos
O
Brasil não aguenta mais o PT no poder. Isso é fato, notório saber. O problema é
que o partido comunista em vigor se entranhou nas instituições do país,
querendo se perpetuar na coisa pública, como uma parasita que só vive em função
de um hospedeiro, ao manter o status quo da tática golpista pela fraude e
roubo. Mas agora há adversário beligerante, bem mais agressivo que a oposição
formal, que exige a saída imediata de Dilma, ao cobrar dos congressistas o
impeachment da presidente da República. O pedido é válido, justo, plausível.
Porém, a estratégia é infelizmente errada, evasiva.
O
problema nem é fazer passeata a motivar a população para marchar junto à causa,
pois a tática é bacana no aspecto simbólico, embora não seja algo efetivo em
resultado escatológico. Ou seja, bonitinho, mas sem cimentação. Praxeológico,
mas inócuo. Porque há outro erro estratégico maior que ficar desperdiçando
tempo e dinheiro como andarilho liberal, peregrino da justiça, pedestre social.
E esse erro de visão poderá não só por fim na possibilidade de impeachment,
como também poderá contaminar a eleição de 2018. Vida eterna ao PT? Pelo andar
da carruagem, é de se perguntar.
O
primeiro erro é a celeridade que o jovem revoltado tende a exigir resultados. O
jovem quer tudo às pressas, do dia para noite, que as situações sejam
resolvidas num passe de mágica. E aí começam a até mesmo perder o foco, pois
deixa a raiva tomar conta do propósito. Veja o líder do Movimento Brasil Livre
(MBL), por exemplo, Kim Kataguiri: É um jovem de 19 (dezenove) anos que, nas
palavras dele, “não aguenta mais o PT no poder”. E o PT está no poder há 12
anos. Ou seja, ou o Kim é um prodígio, que acompanha política desde os 7 anos,
não suportando mais o PT no comando, ou o líder do movimento se frustrou
recentemente, e, como jovem sanguíneo que é, quer a mudança pra “agora”. A
lógica emana pela segunda possibilidade. O problema é que há oposicionistas do
PT que estão na jornada há 12 anos, se não mais, a fim de derrubar o partido
mafioso do executivo nacional. Atropelar as bases antagônicas ao governo não é
a coisa mais inteligente a fazer, por mais bondosa que seja a ação, pois
solapar outros oposicionistas em curso poderá gerar ruptura, divisão
oposicionista em geral. E é de longa data que o PT usa a estratégia de dividir para
conquistar.
Por
isso que o apressado come cru. O MBL ao invés de unir todas as bandeiras pela
causa da retirada do PT do poder – se não for por impeachment, que seja pelo
desgaste político até 2018 -, o grupo sai andando por aí, pensando que todo
mundo marcharia junto, acreditando fazer uma massificação durante o período,
com os líderes do manifesto achando que possuem poder suficiente para tirar Dilma
do executivo nacional. No aspecto efetivo, até agora – segunda-feira (dia 25 de
maio) – não houve massificação populacional esperada, sendo que poderá haver
grande manifestação somente no dia 27 de maio, pois o mundo não pode parar de
girar só porque um grupo de pessoas, que possuem condição para fazer tal
reivindicação, resolveu se aventurar pela peregrinação. Diante o fracasso
pragmático, o movimento, ao invés de mirar em quem realmente deve criticar – o PMDB
(que possui a maior bancada do congresso, além de poder de convencimento diante
empresários, sindicatos e players em geral), o grupo começa a desferir exigências
contundentes na oposição oficial, formal, da legenda PSDB. Cria-se, portanto,
ruptura na oposição. O erro de início foi não mirar no PMDB desde o começo,
além de não criar condição para futuras manifestações, pela união geral, porque
estão muito orgulhosos em acreditar que podem mudar o mundo “sozinhos”. Mais
uma vez, coisa de jovem.
Outro
problema do movimento se dá pelo ocultismo existencial e da falta de
diretrizes. Se alguém quer tirar um governante, é notório saber que esse grupo
deve ter algum plano em jogo, um caminho a seguir. Senão a estratégia fica
parecida com o cachorro que corre atrás da roda do carro. Quando o carro para,
o cachorro também para, porque não sabe o que fazer depois, mostrando a loucura
a reagir em uma situação tão somente. Quais são os planos do movimento? Quais
as diretrizes? O grupo político é liberal ou também é libertário? São perguntas
pertinentes. Até porque para seguir um líder, o grupo tem que saber qual é o
objetivo de tal influencia. E aonde se quer chegar. Todo mundo quer tirar o PT
do poder. Mas o que querem colocar no lugar? Tem que refletir para marchar
junto. Por isso que de boa intenção, o inferno está cheio. O MBL clama uma
causa justa. Porém, radicaliza demais. Está na hora de ser mais humilde, se
quiser ser bem sucedido.
Daqui
pra frente, independente do sucesso ou fracasso do dia 27 de maio, que a
oposição se una ainda mais, para, primeiramente, tirar o PT do poder. E para
isso acontecer, há de existir estratégias com pequenas mini-metas a bater,
galgando devagar e sempre, a fim de conseguir o que se deseja obter. Tem que
trabalhar na hipótese, também, do PT ficar até 2018. Infelizmente é uma possibilidade.
Ninguém quer isso, mas fazer o quê (?). O
PT é máfia, aprenda isso.
Portanto,
só a união faz a força. Com desagregação, ruptura, orgulho e egoísmo, a
tendência é a perpetuação do PT, pois há segregação elevada, com bases
rachadas, que não possuem poder para destronar partido totalitário do poder.
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Já erraram na estratégia. E não há mais como voltar, refazer. Deve ter alguém incutindo na cabeça da criançada que o PSDB é vilão, mesmo o vilão sendo o PT. Vai saber...
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Já erraram na estratégia. E não há mais como voltar, refazer. Deve ter alguém incutindo na cabeça da criançada que o PSDB é vilão, mesmo o vilão sendo o PT. Vai saber...
Obs: Eu sou oposição do PT há 12 anos (tenho o blog há 5 anos), eu sim "não aguento mais o PT no poder".
Obs2: Eu tenho na minha concepção que o MBL, ao ver o resultado em execução, está jogando o fracasso no colo do PSDB, por não ter apoiado o movimento desde o início. O problema é que o movimento é apartidário. Há uma dissonância neste sentido.
OBS3: O MBL apoiou a marina Silva na última eleição. Por que não exigem apoio dela agora? Estranho, muito estranho.
Obs2: Eu tenho na minha concepção que o MBL, ao ver o resultado em execução, está jogando o fracasso no colo do PSDB, por não ter apoiado o movimento desde o início. O problema é que o movimento é apartidário. Há uma dissonância neste sentido.
OBS3: O MBL apoiou a marina Silva na última eleição. Por que não exigem apoio dela agora? Estranho, muito estranho.
O Erro de Estratégia do Impeachment de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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