Por: Júlio César Anjos
Diz
o refrão: “Nem por você / Nem por ninguém / Eu me desfaço /Dos meus planos /
Quero saber bem mais / Que os meus 20 e poucos anos”, mostrando a firmeza da independência
da juventude, com suas ações afirmativas e a imposição da crença em estar
certo. O regime de esquerda no Brasil está há 20 e poucos anos no poder (8 anos de FHC, 8
anos de Lula, 4 anos e alguns meses do 1º e 2º mandato de Dilma), com afirmações
e imposições que são desconexas com a democracia, além, é claro, de fuga da
realidade. Assim como a música, a esquerda no mundo age como jovem
revolucionário. Mas de todas as
mentiras, as ilações, os fracassos em execução, talvez a mais perversa e
Maquiavélica questão se dá através da manipulação da favela no país.
Quais
são as favelas mais conhecidas? Não precisa elencar nomes, apenas saber que são
justamente aquelas que possuem maior tempo de existência. Conurbações cada vez maiores, com construções
irregulares, lastros de políticas equivocadas, corrupções e crises econômicas,
esse é o cenário brasileiro da pobreza atual. Os mais necessitados não são
atendidos, mas são manipulados pela esquerda como massa de manobra para
propaganda política, virando desde símbolo da maior “desigualdade social da
história” (na era FHC), até mesmo a inexistência de uma favela visualizada por
todos (na era Lula).
Na
época do FHC, a favela era o maior símbolo da desigualdade social, uma
calamidade que o Estado deveria curar, promulgando, através das bandeiras
vermelhas, a ode da igualdade para todos. Se alguém pedisse para desmembrarem o
que significaria e se seria possível a igualdade pela melhora de todos,
certamente a esquerda entraria em parafuso. Mas como o povo nunca atentou pela
malandragem, as pessoas acreditavam ser a igualdade algo a ser criado pelo
Estado, em que todos se satisfariam com a benesse popular. O problema é que FHC
era vilão, pois não teria a mesma ideologia e a capacidade de execução do
lulismo popular.
Então
veio a era Lula. Recebendo a herança bendita de FHC – com a inflação
controlada, em 1 digito -, e Lula fazendo as mesmas medidas politicas do
antecessor, a economia planou normalmente, com ajuda de investimento de uma
economia exterior (global) pujante. Diante de tanto dinheiro torrado de
Mensalão e Petrolão, o Lulismo não comprou somente os jurados, mas também a
plateia, fazendo uma espiral de silêncio nefasta, em que não se podia dizer um “ai”
de Lula e do PT. Nesta blindagem corruptiva, em que o dinheiro correu solto, a
loucura travestiu-se em seriedade, chegando ao ponto de profanarem os dados
estatísticos, que não possuem comprovação, dizendo que o petismo tirou 36 milhões
de pessoas da pobreza, dando a entender que acabou a favelização. Parece que,
por mágica, a favela sumiu, o Brasil virou a prosperidade na terra, em que o
país só começou (teve início) após o Lula ser presidente. O símbolo da época era
que a favela tinha sumido, não existia.
Mas,
como mentira tem perna curta e por isso caminha pouca distância, logo todo
mundo viu o embuste e, para suavizar – ou dar um toque de eufemismo na situação
– a falácia da inexistência da favela da era Lula, na Era Dilma constata-se que
há favela, mas que tal problema social “possui avanços” (se perguntar quais são,
eles vão gaguejar ou mentirão), por isso que a favela hoje é gourmet. Ou não é
favela, é comunidade. Ou seja, na era do FHC, a favela era o pior símbolo do
mundo: O da desigualdade social. Na era Lula, a favela sumiu, virou pó, diante
de tanta propaganda mentirosa. Não podendo com a mentira de outrora, agora, na
gestão Dilma a favela é gourmet, ou comunidade. O que é uma piada, é claro.
Mas
a verdade é uma só: os partidos socialistas (de esquerda) estão há 20 poucos
anos no poder e até agora nada. Só crise, seja financeira e moral, incapacidade
de resolver as coisas pela política, destruição dos pilares econômicos, em que
jogará o favelado ao caos social (além de toda sociedade, óbvio). Agora, o
morador da “comunidade” apreciará a desigualdade de fato, em que a inflação corrói
o poder de compra, com a violência em níveis nunca imagináveis, mas agora sem
ninguém para salvar. Perde-se a defesa
aos pobres (pois o defensor é justamente aquele que mais judia do necessitado),
com inflação voltando aos níveis de Sarney, mas sem a pacificação existente na
era militar. Ou seja, essas conurbações estão próximas de até mesmo virarem locais para guerras
civis.
Portanto, mais uma vez os socialistas mostram
ao mundo a incapacidade de administrar uma região, jogando o povo na desgraça,
seja econômica ou social, num abissal de desastre irreparável, tão danoso como
um cataclismo natural ou um cenário de guerra. E é por isso, por causa da
ameaça da queda do socialismo de maneira geral na América Latina toda que os
brasileiros enxergam até mesmo pactos, acordos, tratados entre PSDB e PT, em
que a visualização é que não há oposição entre as esquerdas, no qual o
investigador, infelizmente, tem total razão. Ao invés de pensar pontual, veja
holisticamente, em que nesses 20 e poucos anos os “esquerdistas” não
conseguiram entregar o que prometeram, pois simplesmente os socialistas são
incompetentes e a ideologia, fracassada, não funciona. Reparem que mesmo com
tudo isso ocorrendo (todas essas tragédias), o político ainda faz ações
afirmativas e impõe o que acreditam ser melhor a “todos”, no mesmo molde revolucionário
da música do começo do texto. É de chorar.
Isso
é um fato e não há como contestar.
Favela e os Vinte e Poucos Anos... de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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