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Maconha: Melhor que Cigarro

Por: Júlio César Anjos

O debate sobre a legalização ou não das drogas está em ebulição. Mesmo todo mundo sabendo que não é causa primordial tal discussão, pois o povo precisa resolver outras ocasiões mais complexas e problemáticas que a primazia do uso livre da droga ou não, o embate está em voga neste momento. E nesse meio termo, surge a execução da maconha ser a bola da vez, ser a substância queridinha do libertário de ocasião. Os defensores da causa, para defender a “erva natural”, comparam produtos de similaridade e a praxeologia em curso. A Cannabis não será igual o cigarro, será melhor, pois maconha, para o principal envolvido no processo, é melhor que tabaco.

Primeiro que se compare maconha ao cigarro, como produto similar.  Os dois produtos ferem o princípio do dano, em que a fumaça incomoda terceiros. Os dois provocam, no longo prazo, problemas à saúde, sendo que intoxicam os pulmões e afetam outros fatores ao uso prolongado no individuo viciado. Os dois causam custos na saúde pública (seja pelo governo ou setor privado). Portanto, os dois produtos atingem de maneira semelhante o individuo e também a sociedade. A única diferença é a vantagem da maconha ao idiotizar o cidadão, enquanto o cigarro não imbeciliza ninguém.

A maioria das pessoas defende a liberação da maconha pela muleta do fim da violência, dizendo que os crimes praticados pelo comércio ilegal de drogas catalisa o processo da guerra de entorpecentes. Diante disso, os entusiastas da liberação da droga acreditam que a violência reduziria, ao ponto que acabariam os conflitos do trafico. Sendo assim, o país seria a terra prometida do povo prometido, virando um oásis do mundo, cheio de riqueza natural, material e social. A legalização de (todas as) drogas não inibiria a natureza do homem, repelindo os vícios da violência com uma canetada, ao liberar a maconha. Mas isso é assunto para outra hora. No momento, a causa da ilegalidade da maconha não é, por si só, o efeito da violência na sociedade brasileira.

No aspecto de manipulação política, a maconha é a fuga de problemas reais complexos, sendo um anestésico normal da realidade sufocante. É a prisão espontânea e voluntária do sistema governamental, pois escraviza os homens diante da nebulosidade inebriante do entorpecente da moda. Se o indivíduo não está com as suas faculdades mentais em ordem, esse ser não teria força e nem percepção para ir contra um governo tirano, porque faria do maconheiro um zumbi social. Para questão de manipulação das massas, a liberação – e também o incentivo do consumo – da maconha é um fator muito eficiente a domar a sociedade como um todo.  O cigarro, infelizmente, não tem o poder de fazer o cidadão ficar lesado, por isso que a Cannabis é a melhor solução para os governantes totalitários.

Quanto à distribuição da droga, ao virar um produto de comercialização, por serem aprovados na legalidade, alguns traficantes – provavelmente – iriam entrar no mercado formal de trabalho. Muitos não se satisfariam com a situação, ocasionando a seleção natural do comércio legal do entorpecente. Diante disso, os dissidentes da legalidade se aventurariam em outras drogas marginalizadas, pois o que daria dinheiro seria justamente o custo baixo do produto sem imposto. E, com isso, a violência só iria ser desviada para outros entorpecentes ilegais e mais rentáveis do que a maconha seria, ao ser legal. Não resolveria a questão nem econômica e nem social.

Maconha legalizada atravessa o lucro do traficante, além de tributar de forma pesada o viciado em tal droga. O governo, sempre socialista, ao destruir matrizes econômicas com ideologias fracassadas, vê na droga a tábua de salvação para manter a economia girando, ao passo que tira de cena o traficante (porque vira produto legal de comércio) e consegue obter altas receitas com impostos de tal produto, como acontece com o cigarro.

Mas isso não impede a negociata do submundo de tal produto legal, pois é vantajoso estar na clandestinidade, já que o descaminho faz a droga ser menos custosa que o comercializado na gondola de supermercado. E os consumidores sempre vão querer consumir o produto mais barato, porque não judia do bolso e ninguém liga, nesta situação especifica, para contrato social do estado. O consumidor sonegará através de compra de produto ilegal porque quer consumir o produto viciante mais barato, pois “é o que tem pra hoje”, sendo que nem todos os clientes são ricos e dispõe de meios para estarem na legalidade. Ou seja, haverá maconha no mercado e também na clandestinidade.

Para critério de exemplo, é sabido que a lei seca americana criou o AL Capone, pois não era um decreto legal que faria o povo deixar de consumir bebida alcoólica. Porém, mesmo com o álcool liberado, as pessoas mesmo naquela época faziam cervejas artesanais, caseiras e etc..., que em muitos casos eram sonegados e não se pagavam tributos para governo. Acontece a mesma coisa hoje em dia, há muita marca de álcool falsificada no comercio mundial, como acontece com o cigarro (e as marcas falsificadas e rótulos excêntricos).

Quanto ao empirismo, o Uruguai começará a liberar a maconha no mercado. Porém, a Holanda, vendo os problemas causados pela experiência da liberação da droga, está agora aparando arestas, pois a autorização da venda e consumo indiscriminado provocaram sérios desdobramentos (problema de falta de produtividade, acidente de trânsito, educação etc..) na comunidade dos países baixos, ao ponto de ter que revogar algumas liberdades praticadas pós-período de experimentação. Ou seja, a Holanda já está sendo “conservadora” e “reaça” até demais.  

Portanto, a maconha será melhor que cigarro. Mas melhor para quem? Certamente não será bom para o usuário (pagará mais impostos); Não seria bom também para o traficante (mas aqui ninguém liga); Também não será bom para o estado em geral (custos saúde, educação, lazer); Muito menos será bom para a sociedade (Sociedade ficando mais imbecil - no estilo do filme “Idiocracy”); Enfim, será bom somente para o governante, pois aumentaria a arrecadação tributária, em cima de uma população “zumbi”, mantendo a nomeklatura no poder, sem ninguém poder reagir.


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