Por: Júlio César Anjos
O
óscar de 2015 teve apresentação blasé, com filmes chinfrins e um entretenimento
mais do mesmo. A única coisa que diferenciará esse óscar dos demais, além do
aspecto da mediocridade técnica do show, é que o prêmio da academia
utilizou-se, em demasia, de politicagem rasteira. É triste ver que até mesmo este espetáculo
ficou preso nas garras da histeria moderna da luta de uma “causa” qualquer, que
faz a comoção popular berrar por tudo e por nada ao mesmo tempo. Por isso que é histórico saber que Hollywood sempre foi esquerda caviar.
O
que aconteceu no espetáculo da cinematografia de 2015 foi um atropelamento de
bandeiras políticas das mais variadas, colocando em xeque até mesmo o
verdadeiro propósito da reunião fraterna da indústria do cinema. Quando a
política solapa a essência de tal ramo industrial, é notório saber que há
problema geral em curso. E em Hollywood não é diferente. Rezar na cartilha das “causas
sociais” é jogar à revelia a qualidade do entretenimento em questão, subjugando
a capacidade específica diante o “anseio” coletivo. É a formação do estúdio “soviético”. Por isso
a indagação da pergunta retórica: Nasce prematuro o Academy Awards estatal?
O óscar de 2015 teve três bandeiras políticas, a saber: Feminismo; Racismo; e
Imigração. No primeiro caso, a atriz coadjuvante faz apelo pela equidade salarial
(sendo que ela ganha mais que muita gente no mundo), mostrando o viés
autoritário em fazer o econômico ajoelhar-se ao social. Ganhar mais, hoje em
dia, não se trata de mérito, por isso que todo mundo tem que ganhar igual; O
segundo caso desagua na grande carga de enredo sobre o racismo, no caso Martin
Luther King (filme Selma), antes da divulgação do óscar para melhor música. Se a circunstância do óscar fosse racismo, faria sentido tal dedicação (o que não era o
caso); O terceiro item foi a imigração. Embora a questão do forasteiro tenha
sido abordada de maneira sutil, dando o título de melhor filme para justamente a
película que relata essa questão da dificuldade em ser estrangeiro e vencer na
terra do tio San. Parece até um ensaio
sobre a eleição de 2016, nos EUA, para fazer Obama conseguir fazer sucessor,
através de engenharia social (Mas isso deve ser teoria da conspiração).
Espera-se,
então, que após desopilarem tudo de uma vez só as questões políticas, que a “causa
social” não ofusque o grande show internacional, visto pelo mundo todo, que é o
Academy Awards americano. E se essa simbiose não acabar, que pelo menos os
temas não sejam vomitados de uma vez só, dando prioridade para bandeira social
política, já sendo incorporado como um fator do entretenimento (Ao estar no “cardápio”
do programa). Nesse sentido, quem não gosta de ver politicagem solapando
tecnicidade não precisa ficar acordado por horas ou dar audiência para algo que
não quer ver, pois não há interesse em assistir tal condição, já que o entretenimento
serve justamente para o assistente fugir da política (a vida real) e viajar no
mundo do cinema, e não ficar se remoendo por causa de manifestação.
O
show foi tão ruim que até a Lady Gaga cantou. Sim, ela sabe cantar. Foi uma descoberta
ver que a moça sabe soltar a voz e se vestir, de certa forma, como gente. Isso já era indício que o espetáculo seria uma
bomba, pois em show que Lady Gaga canta bem, fazendo homenagem para Noviça
Rebelde, se comportando como uma menina educada, tal situação deixa qualquer
um com o queixo no chão. E, para equilibrar a balança, a fim de não surpreender
ninguém que assistia ao espetáculo, o prêmio para ator principal foi para um
rapaz que teve apoio do “meio”, em que mostra, mais uma vez, o relacionamento
interpessoal como ativo maior que o mérito em ser o melhor naquilo que se faz. Em miúdos: o óscar para melhor ator foi para
aquele sujeito que teve maior apoio político entre seus pares.
Quanto à picuinha se candidato A ou B merecia ganhar óscar aqui ou acolá é
irrelevante, a politicagem no óscar tirou o brilho da discussão sobre
pormenores. Diante de atropelo social praticado de forma ofensiva ao espectador
cinéfilo, quem ganhou ou deixou de ganhar óscar torna-se supérfluo. Diante de
toda a situação, fiquei até surpreso em ver que não teve abordagem homossexual
no espetáculo, que fecharia com chave de ouro as causas “minoritárias” que estiveram
em curso na apresentação do óscar na TV. Está aí uma reivindicação a fazer,
cobrar da academia celebração da causa gay no próximo evento.
Portanto,
foi o pior óscar que eu já vi na vida. O entretenimento teve abordagem de itens
como feminismo ("equidade salarial"), racismo e imigração (O filme
Birdman só ganhou o óscar por causa disso). Muita politicagem e pouca
tecnicidade. Triste, estragaram até o óscar. Um show que era aprazível e agora
virou esse Frankenstein político.
E
o óscar vai para....: A esquerda cafona
do submundo.
OBS: As causas políticas são bem vindas. O que não dá é para forçar reivindicação, ao misturar entretenimento com ativismo. Estraga a diversão.
OBS: As causas políticas são bem vindas. O que não dá é para forçar reivindicação, ao misturar entretenimento com ativismo. Estraga a diversão.
Óscar 2015 de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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