Por: Júlio César Anjos
Quando
o blog defendeu a tese, através de artigo, que o Brasil não é capitalista, o
texto, embora prolixo, ficou vago em embasamento, pois o assunto é complexo e
não cabe somente em poucas laudas de apresentação de defesa. Por isso, agora, apresenta-se
este texto que mostra o fato de que o Brasil é, na verdade, “desenvolvimentista”.
Poderia
confirmar, através da realidade, que o Brasil já pratica do socialismo puro. Mas
a lobotomia é tanta que o argumento, por hora, seria asfixiado pela torcida
organizada dos pelegos do governo, com desculpas das mais variadas, sobre o
aspecto do país ser “porco capitalista”. O Brasil está longe de ser
capitalista. Porque:
Capitalismo =
Investimento PRIVADO no meio de produção.
Um
trabalhador, por exemplo, que tenha guardado um dinheiro fruto do suor do
trabalho, ao comprar equipamento de capital, para oferecer serviço para alguém,
tal qual um vendedor de pipoca, este cidadão é um capitalista. O trabalhador empenhou
o próprio dinheiro para TENTAR OBTER LUCRO. Até porque lucro não é uma garantia
para o investidor, mesmo a sociedade brasileira achando que o lucro é uma coisa
certa e infindável.
Na
macroeconomia, se o empresário não se alinhar ao governo, para obter linhas de
créditos e outras benesses como barreiras (tarifárias e não tarifárias) para
desempenhar o serviço no mercado, tal investidor estará condenado. Porque a concorrência
já não passa entre dois entes semelhantes, mas entre concorrência desleal, com
o Estado ajudando o lado que está alinhado ao preceito do governo. Esse é o
desenvolvimentismo. Até porque:
Desenvolvimentismo = O
Estado promove o desenvolvimento industrial em certas direções (incentivo
financeiro e/ou político).
No
desenvolvimentismo, o empresário não empenha o próprio capital acumulado, ou
vai captar dinheiro no mercado, para fazer as operações que lhe confere, vai
pegar dinheiro do governo, via BNDES (por exemplo), que possui linha de crédito
especial, abaixo até mesmo da inflação. Tudo isso pela chancela de que aquele
segmento não é atrativo, em que a justificativa é o estado intervir e incentivar
naquele setor defenestrado pelo empresariado.
Por
isso acredita-se que o Brasil é mais socialista que desenvolvimentista, pois no
desenvolvimentismo o governo só intervém em setor que não há atratividade do
empresariado, ao passo que não incomoda os setores atrativos, que funcionam no
mercado. No Brasil, os tentáculos do governo estão em todos os setores, mostrando
que o Brasil passou para o patamar socialista. Porque:
Socialismo: O
Estado deve ser dono, ou: regular, controlar e alocar recursos na indústria.
Na
macroeconomia, com a política dos amigos do rei, com o BNDES sendo o grande “incentivador”
de tudo, além de regulações, controles e gestões voltadas ao que o governo
deseja alcançar, o Brasil já pode ser considerado socialista. Mas as correntes intelectuais,
por hora, já aceitam que o Brasil não é capitalista, mas sim desenvolvimentista.
Na
macroeconomia o Brasil não é capitalista. Mas, na microeconomia, o país é
capitalista, certo? Errado. Nas micros há outros incentivos de estado como imã
de atração. Dá-se o exemplo do Paraná (mas todos os outros estados possuem “serviços”
similares), como exemplo: 1) Programa Paraná Competitivo; 2) Fomento Paraná.
São “incentivos” que saem recursos do erário público para “impulsionar” a
economia de tal localidade. Ou seja, perde o conceito de “investimento PRIVADO no meio de produção”, para ser um “investimento PÚBLICO no mercado”. Por
isso que o Brasil está entre desenvolvimentismo ou socialismo.
Mas
alguém afirma assim: “Há, mas qualquer pessoa pode pegar o dinheiro e investir,
é livre para isso”. O problema é quem iria concorrer em um mercado falho, com
desiquilíbrio, insegurança e muito incerto (é certo e seguro somente para o “empreendedor”
que faz simbiose com governo). Se o
governo libera crédito para Zezinho, é lógico que desfavorece o Luizinho, pois
há ajuda externa entre um dos lados somente, desequilibrando o mercado.
Por
isso que o empreendedor não terá o espirito
selvagem, pois não tem liberdade
e não há meritocracia em questão. Os
três pilares do capitalismo.
No
sistema capitalista, o estado não se mete como gestor. No desenvolvimentismo, o
estado incentiva áreas não atrativas ao empreendedor. No socialismo, o
estado é patrão. Veja o problema econômico no Brasil, com empresas fechando e
só mantendo os setores dos amigos do rei, que possuem benesses do
dinheiro da viúva para manter-se vivo. É notório saber que o país não é
capitalista.
O
blog avaliza que o Brasil é socialista. O meio intelectual já confessa que o Brasil
é “desenvolvimentista”. Mas o Brasil, certamente, nos dias atuais, não é
capitalista. Falar que o Brasil é capitalista, é piada.
O trabalho O Brasil é “Desenvolvimentista” de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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