Por: Júlio César Anjos
O
livro é bom, vale a pena comprá-lo, embora não tenha a profundidade que se
esperava. O trabalho dedica-se mais a
congratular o Tuma pai, gerar uma espécie de fator “CSI Taboão da Serra” e virar
peça de defesa do autor da encadernação. Faz autodefesa como Secretário Nacional de
Justiça, sendo que muito pouco oferta a interceder pelas vítimas que tiveram o
mesmo desdobramento tenebroso deste Estado Policial. Divulgou situações ínfimas
a respeito dos acontecimentos, que saíram na mídia. Mas o mais interessante
foram as incorridas observações conjunturais e estruturais de poder.
Uma
das situações mais importantes se dá através da declaração que o Lula (pseudônimo
Barba) era informante do DOPS e ainda tinha regalias que nem presos de hoje sonham
ter. Abram-se parênteses: a harmonia que a polícia naquela época tinha com Lula
dava a impressão até mesmo que os milicos de estados construíram a esquerda.
Mas divaga-se. Lula não estuprou e nem
quis estuprar na carceragem o “menino do MEP” por um motivo: Nunca esteve
preso. Palavras do Tuma Júnior. O pai do PT nunca fez greve de fome também e
sempre teve visita intima, além de trocar papo na escrivaninha da delegacia,
bem confortável, estando “preso”. O “Barba” tinha vários benefícios por ser
delator.
Tuma
Júnior também observa uma coisa que quase ninguém tinha dado conta: o problema
da polícia ter centralização do poder. A PF (Polícia Federal) do PT, hoje, é uma Gestapo com
tecnologia do século XXI. Já pensou se a polícia de Hitler tivesse a inovação
de hoje, o estrago que não faria? Pois então, dá para ter uma leve sensação, um
aperitivo, chamado: Assassinato de Reputações. A Gestapo do século XXI, ao
invés de investigar grandes grupos criminosos, fica em uma bancada burocrática
produzindo documentos apócrifos, fulminando adversários políticos, ao invés de
fazer o que é pago para agir, que é solucionar crimes de fato. Imagina dar mais
poder para essa gente? Complicado. Tudo isso com anuência das “instituições”,
pois qualquer coisa é só um errinho bobo, sem “relevância”, sendo jogado em uma
gaveta, caído no esquecimento. São os tais engavetamentos do poder.
Esses
documentos apócrifos, sem base legal, que são geralmente jogados em uma gaveta
de esquecimento, são produções auferidas para satisfazer tão somente o Tribunal
do Google. A mídia lança a denuncia sem
lastro, o povo cai em comoção, e depois o reparo de tal mal cometido fica em
uma notinha de rodapé, esquecido pelo povo que já permaneceu contaminado e
viciado em acusar sem provas, dando caráter judicial de poder para a mídia e
documentos falsos. A perpetuação de poder precisa de tentáculos, por isso o
alinhamento de convergência entre PF e mídia, para gerar repercussão, o que os
portugueses chamam de meta-justiça popular.
O
livro, no geral, só faz ilações quanto aos atentados cometidos contra as vitimas
dos Assassinatos de Reputações. Somente há reforços, com embasamento e provas,
na peça de defesa de Tuma Júnior, que se sentiu ameaçado pela PF e pelo próprio
PT e resolveu “chutar o pau da barraca”. Se não houvesse esse ardil em “terem”
que fulminar o Tuma, certamente o livro não seria feito e, mais ainda, com o Tuma
não concordando com a situação, mas provavelmente quieto no seu canto, prendido
pelo status quo padrão. Tuma Júnior só fez o livro porque a criatura resolveu
se voltar contra o criador. Apenas isso. Não é herói.
Portanto,
se o PT não tivesse cometido o erro de fulminar um “desafeto” sem pensar em
desdobramentos, o livro não seria feito e, apesar de muita gente desconfiar,
ninguém poderia provar a existência de tal ardil. E seria, provavelmente,
chamado de “teoria da conspiração”.
No
mais, a resenha do livro pode ser definida assim:
1)
Homenagem excessiva ao pai – Embora com boa intenção, ficou fora do contexto;
2)
Vangloriou-se por ser o “CSI Taboão da Serra”;
3)
Pouco ofertou de contribuição para as vitimas dos dossiês apócrifos (aloprados);
4)
Fez somente peça de autodefesa.
Obs: O partido mais afetado e atacado pelo PT foi o PSDB.
Resenha Tuma Júnior – Assassinato de Reputações de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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