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Chega logo, 2015!

Por: Júlio César Anjos

Este ano, certamente, foi de muito aprendizado para mim. Foi o período de maior provação que tive em vida. Foram tantas situações extraordinárias que deixaram profundas marcas, além de experiências traumatizantes. Ensinamentos que, com certeza, não devem ser passados como lição, pois ninguém gostaria de aprender a como sofrer.

Do fim do ano passado até o começo deste ano (2014), meu pai foi diagnosticado com câncer maligno. Eu perdi o chão. Não sabia o que fazer. Era uma situação que nunca tivera experimentado, com incertezas sob todos os aspectos. Fiz tudo o que estava ao meu alcance e deixei nas mãos de Deus. Embora o meu pai tenha se curado (graças a Deus!), o trauma ficou estabelecido e nunca será esquecido, apesar de aliviado.

Como desgraça nem sempre vem sozinha, de forma isolada, estava no começo do ano desempregado (sem emprego formal). Pelo menos isso fez com que eu pudesse concentrar as forças em acompanhar o meu pai enfermo, sendo que o lado negativo era ter que conviver, sem distrações que um emprego provoca, sendo torturado por “não ter o que fazer”. Nem afeto de enamorado tinha para ser amparado.  

E, para piorar, com uma depressão (doença que eu tenho faz tempo) melancólica, fazia com que eu travasse as ações ao meio o caos. Pra ter uma ideia, o meu cabelo está todo grisalho, mesmo não tendo idade para tanto. A morbidez provocada pela enfermidade deixou-me tácito e contemplativo, sobre os acontecimentos em geral.  A fé ficou estremecida, abalável.

Se isso é considerado uma provação, é certo dizer que passei pelo crivo da vida ferido, contudo fortalecido, pela experiência empreendida. Apesar dos pesares, o ano termina relativamente bem, pois meu pai está vivo e saudável.

Quanto ao blog, diante destas idas e vindas consegui achar tempo para colaborar nesta eleição. Apesar de não ter obtido êxito no executivo nacional, o resultado das produções de convencimento foram bem embasadas e só tenho orgulho, mesmo perdendo o pleito, de ter feito o melhor, lastreando os artigos pela boa argumentação e pela verdade.  

Não corri para falar para o mundo que estava sofrendo e também não sei fingir sentimento para conquistar algum naco político, financeiro e/ou social. Até porque todo mundo passará por coisas boas e coisas ruins na vida, sendo que a doença e a morte não há como fugir desta situação, tendo que ser encarada porque é só o que resta a fazer. A vida testará você e, no final, não haverá premiação nem honra ao mérito.

Mesmo com todas essas situações, eu não tenho o direito de jogar a culpa em alguém e nem me revoltar por que a vida traz essas tragédias, pois o individuo tenderá a ser bom mesmo que tudo em volta faça com que a pessoa se revolte; ao passo que o individuo tenderá a ser ruim mesmo que nada lhe falte.  Se for para ser uma pessoa ruim, qualquer coisa de mal se justifica. Se for para ser uma pessoa boa, todo o mal do mundo não se justifica.

E eu escolhi ser uma pessoa boa.

Tomara que 2015 venham coisas boas, que as pessoas façam o bem, para que a vida seja mais aprazível, sem os fardos que os pormenores tendem a aparecer.


 Até que enfim desabafei. 


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