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Espelho Eleitoral

Por: Júlio César Anjos

Todo eleitor quer reformar o político ao ponto de moldar à sua imagem e semelhança. O político, sabendo disso, faz algumas concessões. Porém, em um determinado momento, tais modificações tornam-se impossíveis. E nesse ponto começa a rejeição e a frustração entre postulante ao governo e eleitorado.

O sufragista quer que o político seja como um espelho, que reflita tudo o que o votante acredita, como se o político fosse de fato igual o eleitor. Quando um sufragista escuta alguma coisa que não queria ouvir, o voto fica em xeque, pois o escrutínio do votado entrou em conflito com o posicionamento do votante.

Deste modo, O eleitor quer o mundo perfeito, em que, na eleição, há a personagem do herói, e a personagem do vilão, facilitando a votação. A partir do momento que o político “não pensa” igualmente ao eleitor (em todos os pontos possíveis), o votante, ao invés de escolher entre prós e contras, fica frustrado e tende a votar nulo, ou abandona o direito eleitoral - porque ninguém pensa como ele. 

O eleitor está quase convencido, plenamente, que votará a determinado candidato. Esse candidato, diga-se assim, se dá mal em uma entrevista ou margeia pela indecisão (não ter uma opinião formada sobre determinado assunto), minando a certeza do eleitor de outrora, criando insatisfação no político em que antes tinha aquele voto garantindo, computado. Para critério de exemplo, tal anomalia aconteceu na eleição presidencial de 2010, em que o Serra conseguiu menos votos no segundo turno do que do primeiro, por causa da perda do voto garantida, pela insatisfação.

O eleitor, ao não ver um político à imagem e semelhança no embate eleitoral, faz pirraça de adulto e se nega a compreender que não há como um político ser exatamente igual, em que tem que fazer análise entre pontos positivos e negativos, porque ninguém é igual a ninguém, sempre haverá um ponto ou outro que o candidato favorito do eleitor terá  divergência em alguma questão.

Essa rejeição pela falta de um candidato extremamente igual ao eleitor faz com que a foto das tabulações de dados das pesquisas eleitorais faça um gráfico tipo “montanha russa”, em que o político sobe e desce em intenção de voto sem parar. A dúvida e a troca de candidato politico, como quem troca de calcinha, retratam em números os galopes constantes nos gráficos e nas projeções eleitorais.  Isso faz candidato mudar alguns conceitos no meio da campanha para fazer ilações.

Candidato que muda toda hora de posicionamento de voto não presta assim como eleitor que a toda hora muda de opinião também não serve. Lógico que mudar de opinião é algo saudável, e diga-se mais: é fundamental para a democracia, pois sem mudança de opinião a democracia fica viciada porque o mesmo político vencerá sempre e sempre. Mas o eleitor e o político ficar todo momento mudando de opinião, além de mostrar que não sabe o que quer, desnuda o fato da incerteza de um futuro que não se sujeita, pois ninguém sabe para onde está indo, aonde quer chegar. É um votante perdido pela dúvida, e o político reformado ao ponto de nem saber mais quem ele é.

Assim como na economia, o político só oferta aquilo que o povo demanda. Ir contra tal corrente não faz politico eleito nem para sindico, quiçá presidente do país. Pura questão de oferta e demanda, o que, nesse aspecto, mostra que o problema talvez não seja totalmente do candidato, pois o político é o espelho da sociedade. E se Renato Russo estivesse vivo, diria: “nos deram um espelho, e vimos um mundo doente/ Tentei chorar, mas não consegui” (não consegue chorar porque é o principal culpado, pois um espelho é simplesmente um utensilio que somente gera reflexão).

O espelho eleitoral mostra a realidade momentânea: A democracia brasileira é capenga, tem defeito grave, pois tende a manter velhas políticas através de um “novo conceitual”. Mas ao olhar para o utensilio de reflexão, a verdade é que não há rejuvenescimento, pois é fato também que o povo não está propenso a mudanças, pois, como se sabe, mudaria também o reflexo ao olhar no espelho após ser modificado pela política. Por que é difícil isso acontecer? O que todo mundo tem medo é de mudança, por isso que o futuro é igual formalizado, sem diferencial.

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A eleição presidencial de 2014 está chegando, e há diferença nos candidatos:

Marina Silva é o maior ponto de interrogação nessa eleição, faz o vai e vem que não serve à democracia, pois, parece, só quer mesmo vencer na urna de votação. Não ficará nem mesmo no PSB após a eleição.

Dilma é rígida como pedra, não se reforma e nem concede nada, mostrando que fará o mesmo governo errado no próximo mandato. Tem um eleitorado esquisito, porém rígido, que também acha que tudo está certo e ponto final.

Aécio Neves é o único candidato que tem uma base sólida e faz algumas concessões possíveis. Porem essa modificação já está no limite, não havendo mais brechas para mudanças, sem que comprometa o projeto a seguir. Há alguns eleitores convictos, mas há também alguns indecisos, que pregam mais modificações de Aécio Neves, situação que agora, após várias deliberações, não dá mais para formatar.

Marina é a incerteza que poderá gerar caos. Dilma é a certeza do caos. Aécio é a esperança, que, para fazer concessão, a cada dia que passa reforma a campanha, dificultando o projeto inicial de um Brasil melhor.


Diante de tudo isso, é obvio que a solução de fato nessa eleição de 2014 é Aécio Neves!

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