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Diferença entre PSDB e PT

Por: Júlio César Anjos

Os dois partidos, embora um seja mais extremista que o outro, são de esquerda, pois são socialistas. Então, esqueça o viés político, porque as duas bandeiras por posicionamento são parecidas. O que diferencia o PT do PSDB é: 1) O jeitinho de ser; 2) A listinha de prioridades; 3) A bússola ideológica.

1) Jeitinho de ser. É a fotografia comportamental da pessoa, radiografia que mostra a anatomia das atitudes de um engajado politico. É a execução da crença em vida, mostrando para todos os demais a existência perante ações. São os vícios e virtudes de determinado conjunto de projeções e sombras, que criam um estereótipo através de um arquétipo calcado em um inconsciente coletivo de crença. Os tucanos, de forma irônica, são taxados de “bunda moles” e o petismo de pedantismo. Não raro, o comunista da bandeira vermelha é mais radical e maçante que o social democrata que só quer governar bem, sem uma defesa coletiva qualquer. É só se aproximar um tucano ou um petista e verá diferenças monstruosas, a saber, pelo jeito de ser, de se comportar. Enquanto o tucano é introvertido, o petista é extrovertido; enquanto o PSDB é racional, o PT é utópico. Portanto, no aspecto do jeitinho de ser, o PSDB é mais sociável que o PT.

2) Listinha de prioridades. Todo mundo coloca em ordem os interesses, as prioridades que possuem em vida. Amor, religião, amizade, materialidade, convívio, todos esses aspectos são pautados sendo mais relevantes ou menos importantes, dependendo filosofia de vida do indivíduo. E, nesse aspecto, basta pedir para os filiados de PSDB e PT criarem uma listinha, gerando um ranking das coisas mais importantes até as menos relevantes em vida. Um tucano, por exemplo, terá várias alternâncias de prioridades, mas com a premissa de vida não sendo, de modo algum, o partido PSDB como fator primeiro em importância. Ser tucano é até mesmo irrelevante, embora não deixe de ser importante. Já um petista colocará o PT como prioridade, acima de família, religião, amizade e etc. Ou seja, para o petista, ser PT é filosofia de vida, é sentido de ser, é fundamental. Se o leitor acha que isso é mentira, é só ver no congresso que por 12 anos o PT votou por unidade, ou seja, quando o partido manda votar em determinada situação, mesmo que vá contra a vontade do individuo petista (em que gera conflito de interesses), o petista votará pela orientação do partido. Já o PSDB vota pela convicção de segmento social, como família, religião, região (orçamento) e afins.

3) Bussola ideológica. É a ferramenta para orientação, é a ideia que impulsiona a gestão, através de valores e crenças que considera acertada para melhorar uma região. O instrumento indica o “norte”, o ponto certo, o caminho que levará ao sucesso da empreitada. Neste sentido, em simbiose entre política e economia, destacam-se os pensadores como guias, norteadores de execução ideológica. Os petistas gostam de Marx (não funciona nem na economia nem na política), Gramsci (destrói a base educacional porque subjuga o ensino perante a causa), e até mesmo, quando conveniente, Keynes (no aspecto de que o estado tem que investir na economia, via desenvolvimentismo). Já o PSDB flerta com Adam Smith, John Stuart Mill (no aspecto social), e, quando conveniente, Mises, além, é claro, do Hayek (neoliberalismo).

É por isso que enquanto o PT tem hegemonia e unidade de grupo, o PSDB possui filiados muito diferentes um dos outros. Enquanto O PT impetra o monopólio, o PSDB não faz efeito de gangue (porque a filosofia de vida não deixa). Enquanto o PT é homogêneo, o PSDB é heterogêneo. Enquanto o PSDB é fleumático, o PT é colérico. E por aí vai.

 Há pessoas que acreditam que o efeito de gangue é ”fundamental” para a condução do país. O problema é que tal instrumentação gera autoritarismo, que cria tirania de maioria, indo contramão da paz propagada por todas as pessoas que querem um país rumando pela paz, pela prosperidade e pelo melhoramento geral. Esse é o problema do PT

Já outras pessoas acreditam que respeitar o diferente, haver leque de escolhas e várias opções faz com que se perca o foco de direção, por muitas pessoas tendo que fazer acordos a todo o momento, por causa da vastidão de diferenças, não tendo um comitê central para nortear a todos sobre um estudo previamente elaborado, obrigando a sociedade ter que fazer trocas voluntárias, entre vantagens comparativas, dentre acordos de tempo-em-tempo. Isso gera fadiga política, apesar de ser democrático. Esse é o problema do PSDB.


Como dito no primeiro parágrafo, o viés político dos dois partidos é socialista de esquerda. Mas entre as nuances das diferenças específicas, PSDB e PT possuem muitas diferenças, sim. Desde pensar até mesmo se portar diante do semelhante, os partidos não são iguais em essência, pois as pessoas são diferentes e pensam de forma diferente, mesmo que a ideologia, por ufanismo utópico, exija que todos pensem de maneira igual. Neste ponto, PSDB sai na frente de todos os concorrentes de esquerda, pois o “defeito” do partido é ser “bunda mole”, por ser democrático até dentro do partido, tendo, e respeitando, as diferenças dos filiados.


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Por isso que Gleisi solapa o Paraná perante a causa, está alinhada ao jeitinho de ser, listinha de prioridades e bussola ideológica dos pares políticos da seara dela. A mesma coisa acontece com Dilma ao dar porto em Cuba.

E é por isso que Marina não freará essa forma de gerir, governar, pois a Marina tem o mesmo jeitinho de ser, listinha de prioridades e bussola ideológica que Gleisi, Dilma, Lula e afins.

Para estancar o avanço do bolivarianismo no Brasil a única saída é o Aécio Neves do PSDB, pois o jeitinho de ser, a listinha de prioridades e a bússola ideológica vai contramão de tal sistema reinante atual. É a única oposição de fato no contexto eleitoral.


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