Por: Júlio César Anjos
Os
cargos comissionados são ocupações que um político usa para atrair pessoas de
confiança no projeto político emanado pelo mandato executivo.
Todavia,
os parentes próximos de tal governante são proibidos de ocupar tais posições,
pois nepotismo é ilegal. Diante dessa situação, a maioria dos políticos cruzam
os cargos comissionados, o parente de um político trabalha para outro e vice versa.
Apesar de o nepotismo cruzado ser muito utilizado, pouco se pode fazer para impedi-lo,
pois provar tal situação é difícil. A eleição majoritária está próxima da decisão
eleitoral, em que cargos estarão à disposição de governante vencedor na urna. E
aí fica a pergunta: E os outros cargos comissionados efetivos?
Na
teoria, em um mundo perfeito, quando um político perde uma eleição, leva com
ele todos os ‘trabalhadores’ que pleiteavam em mesma execução. Outros políticos
vencedores utilizam os cargos comissionados para gerar outro grupo de trabalho,
com pessoas diferentes, com outros pensamentos, a fim desenvolver um serviço em
cima de outra forma de conduzir, de pensar. Tal mudança de desdobramento
político evidencia mudanças profundas na gestão que entrará em vigor, perante o
de outrora. Tal situação gera a barganha.
A
barganha é aquele cargo utilizado como moeda de troca para apoio político
costurado em campanha. É um cargo determinado, que não é segredo para ninguém,
está à disposição da coligação, em que o governante oferece para ter aliança
política de governabilidade. É uma ocupação utilizada àqueles que estão fora do
escopo principal político (é uma teta fornecida para fazer mote de administração).
Geralmente os cargos de barganha são preenchidos em instituições com pouca ou
nenhuma importância governamental, são quase que cargos fantasmas, pois nada de
efetivo sai nesta negociata de serviço.
O
cargo comissionado dos postulantes é outra ocupação de barganha, mas dentro normalidade
do mérito dos pares que lutaram e conquistaram vitória na eleição. São os profissionais
engajados, que estão com o político no que der e vier, sendo o cargo de
confiança da eleição executiva. Essa é a verdadeira essência do cargo
comissionado, colocar as pessoas que realmente são alinhadas à mudança
política, para executar aquilo que fora norteado em campanha política. Mas,
pela evidência histórica, de fato os postulantes são poucos senão raros, por
incrível que se pareça, em uma executiva governamental.
Mas
o pior de todos é o cargo comissionado cruzado, que é engendrado de forma
oculta. São mecanismos de moeda política, em que se troca de maneira disfarçada
para esconder acordo escuso da coisa pública. Às vezes, para criar oposição de “aluguel”,
há uma negociata por trás para articular cruzamento dos cargos, pois, se é
oposição na eleição, é lógico que tais agentes opositores não seriam recompensados
com cargos, mas sem que ninguém perceba, muitos opositores ocupam outras
pastas, em outros rincões de uma nação qualquer. Como esses cargos não podem
ser barganhados, pois os postulantes são da ”oposição” (que não existe),
nomeá-los após a apuração mostraria a mutreta política à solta em um distrito
eleitoral.
Portanto,
são quatro os cargos comissionados: Nepotismo (cruzado), de barganha, de
postulantes, e cargos cruzados (ocultos).
Em
uma política verdadeira e honesta, só existiria o cargo comissionado dos
postulantes. Como a vida política não é nada sincera existe esses outros três
cargos comissionados, que são utilizados de forma velada ou não, para gerar
composição político-partidária. Se tal composição é moral e ética é outra
discussão, o fato é que no Brasil acontece essa promiscuidade com a coisa
pública em qualquer distrito eleitoral na limítrofe nacional.
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Para
exemplificar o cargo comissionado cruzado, utiliza-se, então, a eleição presidencial
de 2014.
Marina
Silva não é oposição do PT (por motivos óbvios), mas se determina como
divergente na campanha política. Para tanto, é só abrir os olhos e enxergar o condicionamento, em que a Marina Silva, certamente, fará a “limpa” em muitos
cargos comissionados, colocando outros agentes confiáveis no lugar. Porém os
petistas exilados, com cargos comissionados, não ficarão sem empregos, porque
serão “contratados” seja em um governo do estado ou municipal em que a Marina
possa jogá-los como moeda de troca do ocultismo de engendramento político
eleitoral. Quem acha que os petistas terão que trabalhar após a eleição,
achando que perderão a “boquinha”, está totalmente enganado pela inocência na política.
Marina
Silva também não esconde que fará um governo arco-íris (eu chamo de Frankenstein),
em que desde já diz a todos que utilizará o cargo comissionado de barganha que
será ocupado pela água e o óleo, ou seja, pelo PT e PSDB. É notório saber que
essa fração de cargo comissionado de barganha é proferida como utilizado sim
para mote de governabilidade. Ao menos, nesse ponto não esconde o que quer faze
para ninguém.
Marina Silva certamente fornecerá cargos a
postulantes, mas, como já evidenciado antes, será uma parcela ínfima, já que os
cargos comissionados ocultos e de barganha serão utilizados para fins “gerenciais”.
Resta saber se utilizará de nepotismo (cruzado), coisa que já é beneficiada,
sendo que o marido dela tem um carguinho no acre, governado pelo PT.
Quem
achou que petistas após essa eleição trabalharão de fato estará enganado, pois
com a barganha e o cargo comissionado cruzado, os petistas continuarão mamando
nas tetas dos governos, pois o povo elegerá a Marina, que não é oposição de
fato.
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Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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