Marina Silva Cunhada

Por: Júlio César Anjos

Marina Silva é Cunhada. Tanto pelo prisma de ser moldada e marcada de certa forma quanto por ser “cunhada” política de Lula. Poderia aqui cunhar a expressão já utilizada como “padrinho político”. Mas como a relação é de um possível cisma no PT, uma rachadura dentro de um mesmo objeto, o socialismo/comunismo, então a “sonhática” rebaixou-se a cunhada ao invés do antigo tão conhecido “padrinho político” [até porque a relação é mais de promiscuidade do que de um elo de “eucaristia” (O PT “sodomiza” todo mundo), uma espécie de congregação religiosa, apesar do PT ser uma seita meticulosa]. Ou seja, cunhada do PT de Lula; e cunhada do “gabarito” em que a candidata é moldada.   

No Brasil as coisas só acontecem se “pegar”. Por exemplo, uma lei só começa entrar em vigor, norteando a rotina das pessoas, se ela for aceita de bom grado a todos, se o povo comprar tal norma como ideal para a sociedade. Tem que impregnar igual um carimbo, gerando efeito por um emblema utilizado pela generalização. Mas, para fazer convencer um individuo de tal conduta, nada melhor que escutar a família – nem que não seja de natureza hereditária, como se, por exemplo, uma cunhada pudesse dedicar tempo para explicar e mostrar os desdobramentos de uma coisa que entrará em uso e satisfará as pessoas. Cunhada por ser demarcada em uma expressão e pelo parente que reaviva ao explicar, reforço de uma idéia em dobro.  A Marina Silva é Cunhada. De parente ou política? Tanto faz. 

O efeito simbólico gera algo que deriva uma cunhagem, ou gravação. Uma lei que pega é cunhada (carimbada) pela comunidade, entrando em vigor não pela publicação em Diário Oficial, mas em ser respeitado como uma norma dirigida ao/pelo povo.  A mesma coisa acontece com o governante. A figura pública precisa de um carimbo, um “status fantasia”, para que o líder político consiga, através de emblema criado “por todos” (daquele nicho político), a fim de ser eleito por ser caracterizado (politicamente cunhado). Esse ideário imaginário cria, em muitas vezes, por exemplo, o “mito do herói”. Mas assim como os heróis possuem diferentes pontos fracos e fortes, um político também tem várias facetas que instigam popularidade, ou a falta dela. Portanto, a Cunhada Marina também tem os seus defeitos.

Do que a Marina Silva é Cunhada? No aspecto familiar da “cosa nostra do partidão, a candidata a presidente é uma parente distante ou mesmo uma integrante “bastarda” do PT. Sem laço sanguíneo, mas rondando de forma contínua em laço afetivo, Marina (pela metáfora) é cunhada do Lula, “o filho do Brasil”. Mas cunhado é parente? Brizola, certa vez, ao ser atacado por ser cunhado do João Goulart, criou a seguinte frase de efeito, quando concorrente à eleição: “Cunhado não é parente, Brizola presidente”. Certamente que o cunhado, apesar de não ser efetivo da família, é um ente que tem afeto sobre específico lar ou congregação social, não deixando de ter até mesmo comportamento igual dos pares que se juntam por um laço qualquer. Até porque, por motivos óbvios, a maçã não cai longe da macieira.

Já no aspecto político, Marina Silva não possui uma marca forte ainda. Já foi melancia, já foi MST, hoje está evangélica. São nichos políticos, com certeza, mas que não significa o “todo”, a pluralidade que se cristaliza na nação. E, em outras searas, a dúvida é geral. Marina é honesta? O Marido já foi denunciado pelo Aldo Rebello (PCdoB) por corrupção (contrabando de madeira). Marina Silva é capitalista? Nunca, criou até mesmo o PT e flerta com vermelhos (sendo até mesmo melancia). Marina é liberal? Jamais, pois gosta do conservadorismo religioso. Qual é, afinal, a cunhagem de Marina? Um enorme ponto de interrogação.

Mas a Marina jura ser oposição do PT e tem até mesmo a dona do Itaú como madrinha política. O que justifica tal simbiose? Mudança. Todavia, Marina não mudou de lado, só mudou, por hora, de status, para manter o padrão. A explicação do Itaú pode ser equacionada na questão de que o banco deve elevados tributos para o fisco. Portanto, pode ser uma válvula de escape política para que o capitalista faça a simbiose governo e capital, para livrar a imperialista de pagar impostos – junta o útil ao agradável. E na questão de ser oposição ao PT, tal atitude engana somente os desavisados, faz Marina ser presidente, para ser o tapete que esconderá muita coisa do partido da estrela. Assim como a Dilma foi “tampão” do Lula, a Marina será tampão de Lula e Dilma. Dança das cadeiras para manter a tradição, a norma culta da esquerda apodrecida de tanta corrupção.

A Marina Silva é apenas uma alternativa, de um mesmo ideário político. É como diz Lobão: “Uma Dilma com baixo teor calórico”. Ou para os críticos mais radicais: Com mais cênicas, mais comunista, mais dramática e mais nebulosa que a mandatária atual.  Marina Silva é cunhada do/pelo Lula. Tanto pelo fato de rondar o seio familiar do PT quanto ao ser criada pelo partido do mensalão.

A cunhagem da própria Marina é ser “sonhática” (palavras dela). Essa novilingua orwelliana pode significar tudo, até mesmo implantar ditadura no Brasil. Afinal, Hitler não “sonhava" com uma raça ariana? Divaga-se sobre pormenores. O foco mesmo é que a Marina é por enquanto indagação.

Marina Silva pode até ganhar eleição, pela utilização da ferramenta marketing. Porém, para ganhar conceito, é outra história. Só vale lembrar que fazer mais do mesmo gerará vaias direcionadas, pois será uma Dilma somente com a pluma modificada, pois como o sábio já dizia: loucura é fazer a mesma coisa e querer resultados diferentes. Para melhorar, e não tomar vaias por ser clone de Dilma – e obter resultados positivos, Marina terá que “governar para mim” (ou seja, outro jeito de fazer as coisas). Será que ela está disposta a fazer isso? Duvido.

Por ser cunhada do/pelo Lula na política, pela narrativa e forma de gerir, já se sabe o que virá pela frente: Marina Silva – A Obtusa. “Não saber de nada será o mantra contínuo?” Provavelmente, pois a única marca registrada até agora é que Marina não é oposição.

Qual é o cunho dessa gente?

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