Por: Júlio César Anjos
Uma
confusão estremece os lados conflitantes, criando animosidade geral, de tal
forma que a astúcia cobra somente embate a satisfazer resultado determinado.
Ninguém recua sobre as proposições, nem suprimem ilações, somente a guerra
finaliza uma desavença, seja por dinheiro, idéia, dicotomia qualquer. Porém,
aos olhos das pessoas cordiais no coração, acham que existe uma ética, moral,
ou qualquer código culto entre guerreadores, como se a peleja tivesse “regras
da casa”, pensamento tão inocente que faz acreditar que existe uma espécie de
“guerra esportiva”, tão inofensiva que parece até diversão.
Já
são (deixa-me ver o relógio), ah sim, século XXI. Acorde para a vida, em uma
guerra deflagrada, a cruz vermelha é alvo. Esse papinho de que há uma fidalguia
por trás dos combatentes é somente um verniz que esconde o maquiavelismo, pois
o fato é que a guerra é algo feio, sem um árbitro que evite um lado “apelar” contra
oponente no que quer que seja. E dentre
a inocência, duro mesmo é ver gente acreditando em ONU, OTAN e qualquer outra
organização “pacífica” que deriva em criar modos, ou bons costumes em uma
guerra com suposta honraria de conflito. Na guerra, a única virtude é a vitória
em ação.
Diz,
aí: qual foi o cigano que te enganou? Em uma guerra também não existe a anedota
de que crianças e mulheres ficam protegidas de reações, em que não seriam
mortas por serem “inocentes”. Em uma situação anômala, a lei de Deus conflita
com a lei da natureza. Não matarás, sendo que pode morrer? Ou matarás, a fim de
sobreviver? 100% das ocasiões ocorrem que o soldado com tal dilema, escolhe a
segunda indagação. Lógico, tal situação ocorre em situação de estresse extremo,
como é o caso de terrorista colocar criança na frente do soldado, criando escudo
humano, testando justamente a moralidade do oponente, a fim de conseguir uma
vantagem de conflito. Em instinto de sobrevivência, a metralhadora cospe chumbo
sem se importar quem esteja pela frente.
Há
também o mito do herói, como se os soldados fossem de fato braços fortes de uma
armada combatente. Tal simbologia serve para criar um factóide que o
agrupamento pode até mesmo ser invencível, por isso que é mais voltado para
tentar, psicologicamente, intimidar oponente, do que ser fato que TODOS os
soldados são homens corajosos. Na verdade o soldado é humano, sente frio, fome
e medo. Alguns são tão fracos emocionalmente que até defecam ou congelam, sem
poder de reação, em um conflito em andamento.
E,
doravante a tudo isso, o mais impressionante é ver que há pessoas rudimentares
que ousam querer até mesmo guerra civil. Acreditam que havendo conflito
interno, a disputa teria um resultado que faria com que o vencedor tivesse o
que desejasse, enquanto que o perdedor aceitaria de bom grado a insurgência. E
aí, de novo, há de explicar que não há norma culta em guerra e que tal conflito
registraria até mesmo atentado contra civis, com morte de entes pacíficos, como
mulher, cachorro e criança.
O
homem é o lobo do homem. Enquanto o maior predador do ser humano for o
semelhante, haverá sempre conflitos, guerras e confusões. Por causa disso, a paz é mera utopia. O que
existe mesmo é armistício. E as gerações que conseguem ter calmaria devem
levantar a mão aos céus, pois confusão é o que mais tem pela história do globo,
desde a sociedade mais rudimentar à mais avançada.
Guerra
é algo condenável, execrável e evitada ao máximo. Porém, de tempo em tempo,
guerras acontecem, para mostrar a perversidade do homem e aflorar o extinto
primitivo na pior essência e também existência. Não existe guerra esportiva. Essa guerra em que há regras, leis, condições –
seja ética ou moral – é mais uma fábula para geração que está livre de tempos
conturbados acreditarem que o ser humano tem somente virtudes, esquecendo que
os vícios só estão, por hora, adormecidos.
Depois
alguém fica ainda surpreso que soldado de Israel matou mulher e criança do
oponente. Surpreso ficaria se o soldado israelense de prontidão aceitasse que o
Hamas o matasse, pois está escrito na pedra lapidada a seguinte frase: “Não
matarás”. Mesmo que a guerra seja,
diga-se assim, religiosa, a lei da natureza suplanta qualquer pedido de lei
sobrenatural. É o que é e ponto final.
Guerra Esportiva de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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