Por: Júlio César Anjos
O
plano Marshall, pra quem não sabe, foi um investimento que os EUA fizeram para
ajudar a erguer a Europa pós-guerra. A idéia era simples: Empresta-se dinheiro
para os países do velho continente, com o emprestador orientando pela boa administração, para não
existirem calotes estratosféricos no futuro, salvaguardando o negócio. Relação
ganha-ganha, em que a Europa se levanta pelo melhoramento e paga o credor,
muito simples e inteligente. O modelo ajuda a fazer uma região prosperar, desde
que seja norteado pelos princípios econômicos. Agora, a companheirada vendo o
fim do “modelo” socialista, em que se alavancou de forma muito voraz em uma
ideologia que não funciona, os vigaristas vão implantar o sistema Marshall dos
comunistas.
O
conceito Cubano jaz, se foi pra não voltar mais (assim se espera). Quem
acredita ainda na ilha presídio precisa reciclar-se não somente pela reflexão
da história, mas também porque a própria esquerda está se desintoxicando do
sistema nefasto da ditadura dos Irmãos Castro. Apenas alguns rudimentares se
debatem sobre a questão, tentando defender o indefensável. O “Stream” já mostra
que a defesa agora passa pelo socialismo, jogando o comunismo, por hora, no
limbo. O que impôs o fim do sistema foi
tão e somente o resultado de uma crença que não entrega o que é prometido. As
idéias não correspondem os fatos, pois, para uma esquerda que impõe o monopólio
da virtude, defender tirano é dar tiro no próprio pé.
A
esquerda mundo afora, não é de hoje, se alavancou em investimentos entre os
camaradas (gíria de malandro). Muitos foram os afagos, por exemplo, da Rússia
perante os aliados na guerra fria. Porém, feito de forma errada, não derivava de
resultado positivo, porque a economia era planificada. Hoje mesmo, os países que
gostam da doutrina vermelha dão presentinhos, como construções de equipamentos
(cita-se portos, aeroportos, infra-estrutura em geral), perdão de dívidas, além
de outros acordos escusos, tornando aquilo que era de uma federação organizada
ser moeda de troca comunista. O flerte foi bom enquanto durou. Esse formato de
premiação precisa que países ricos e “benevolentes” mantenham em funcionamento
esse mecanismo. O problema é que até as nações mais prósperas começam a
arrefecer, pois com esse regime o recurso que sai não volta mais, por que é só ver
que Rússia deixou de ser potência para virar BRICS (e está perdendo até mesmo
esse posto), além de outros países que mal chegaram a prosperar e já caíram em
declínio, como é o caso do Brasil, nações que acreditaram em uma doutrina e se
desapontaram com o resultado.
Agora
os comunas vão implantar o plano Marshall comunista. A idéia é risível, mas a
patota da esquerda acredita no próprio ponto de vista. De tal modo, os socialistas
globais decidiram que Cuba deverá ser democrática – o que seria uma ótima
notícia, não fosse o tipo de “poder ao povo”. Querem a democracia brasileira,
por exemplo, em que existe uma formalidade na urna, mas com todos os partidos
sendo de esquerda. Não é maravilhoso? Há
quem jure acreditar que implantando o regime político brasileiro, Cuba deixará
de ser miserável por si só. Veja o raciocínio: Cuba fica “democrática”, com o
país instituindo o “capitalismo de Estado” para que prospere e possa, além de
investir na causa vermelha, pagar os mimos que recebeu em anos passados. É o
retorno real do investimento, já que o retorno ideológico pode até ficar em
segundo plano. Esse caso é tão esquizofrênico que a esquerda quer resultado
positivo dentro de um modelo que já fora mostrado ser fracassado.
Com
esse modelo de “uma mão lava a outra”, os países que foram mão aberta no
passado esperam receber algo de bom de volta, e por isso estão se enganando de
novo, pois não querem jogar a crença utópica fora, fazendo esse rearranjo sem
pé nem cabeça, acreditando que receberão um ativo qualquer no futuro,
simplesmente por trapacear o próprio conceito.
O
problema do plano Marshall dos comunistas é que o modelo não está amparado em
pilar econômico, está condensado pelos moldes ideológicos. Para salvar Cuba, só
deixando os homens livres para fazer negócios sem intervenção estatal. E, para
livrá-los, há a necessidade de jogar todo o lixo ideológico tóxico fora. E isso
está fora de negociação.
E
nesse plano, da mesma forma que o americano tomou à frente dos empréstimos à Europa, o Brasil é o país mais
alavancado e o que mais espera que haja devolução dos mimos da companheirada.
Até porque perdoou dívida de países ditatoriais africanos, fez doação simbólica
do pré-sal para a China, deixou estatal brasileira ser tomada por estatal
bolivariana, além de, por último, fazer até porto para Cuba. Por certo que se
bobear o Brasil tomará um calote gigantesco, tanto no conceito quanto no bolso.
O
plano Marshall capitalista funcionou. Será que o plano Marshall dos comunistas
vai funcionar? Assistam de camarote a tragédia em forma de comédia que a
esquerda tanto faz ecoar. Plano Marshall comunista seria risível se não fosse
verdade.
Obs2: Os "Médicos Cubanos dissidentes" serão os despachantes aduaneiros dessa "globalização".
Obs3: Essa eleição de 2014 será fundamental para os planos da companheirada.
O Plano Marshall dos Comunistas de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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