Por: Júlio César Anjos
Já
diz o ditado: “Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”. E
essa frase deriva justamente àquilo que muitas correntes proferem em defesa
da liberdade econômica à social. Mas,
como assim? Simples, uma região que está com dificuldade econômica, tudo é
motivo para gritaria e algazarra que em muitos casos nem nexo tem. Por isso que
o Brasil está implodindo. E, sendo assim, parafraseando Olavo, nesta situação o
que mais sobra é o tal do imbecil coletivo.
Em
uma região próspera, em que o sucesso econômico deriva em uma concretização do
melhoramento social, as pluralidades são suportáveis, com o respeito como
salvaguarda do bem-estar. O palestino é até vizinho do Judeu; O professor
comunista debate harmoniosamente com o empresário capitalista; O pobre se
incomoda e o rico se sensibiliza. Ou seja, as divergências ficam em segundo
plano, pois a evolução do melhoramento anda devagar, mas trilha no caminho
certo.
Contudo,
em uma região que está sofrendo problemas econômicos, a escassez de coisas
básicas floresce uma luta diária pela sobrevivência, em que o instinto do homem
desenvolve-se perante o bom viver organizacional dos pares, criando animosidade nesta
comunidade que sofre de problemas da falta de riqueza, com a miséria como
padrão desta sociedade martirizada. Isso acarreta que qualquer diferença seja
desculpa para que a briga por um naco de alguma coisa fútil seja voltada,
muitas vezes, mais pelas diferenças de crenças do que pela concretização da
falta de melhoramento geral.
Tal
cenário gera a tal da anomia em cima de uma comunidade caída, o que se chama
caos. Doravante a isso, a pluralidade só
encontra a paz quando a economia é pujante. Caso contrário, a falta de um
padrão, ou seja, de uma tradição (conjunto de valores cultuais) gera confusão,
briga, insatisfação e etc. Portanto, geralmente uma sociedade fechada
economicamente, para ser ao menos infimamente suportável, deve ter um padrão de
tradição. Em questão de exemplo, basta ver o caso da China, da Coréia do Norte
e afins. Cuba é uma exceção, embora a ilha presídio esteja implodindo por si
só. O próprio povo cria esse padrão para
que não exploda violência e caos, já que autonomia para obter recurso de
capital é algo quase impossível, em uma economia fechada.
Por
isso que esse negócio de “pluralidade” só funciona em país desenvolvido. Essa regra
do: “tem pra todo mundo” só se movimenta em sociedade que possui opulência.
Somente com abundancia que dá para fazer o socialismo de inclusão, em que tudo
e todos podem se satisfizer nesse “Oasis” popular.
Portanto,
só com a economia livre – para obter resultado positivo – há de gerar uma
melhora social de inclusão, o que é chamado na política de terceira via. Esse
“liberalismo novo”, em que se entende sobre a importância do capitalista como
ente fundamental de tal organização, cristaliza que um pouco de contribuição
desta frente não será contradito ao player que está evoluindo e colaborando –
embora ficando rico – com esse sistema. Ou seja, o capitalista não se importa
de contribuir um pouquinho, desde que a regra do jogo seja limpa e simples, não
há mal algum pagar tributos para governo qualquer.
As
duas pontas extremistas (os liberais e os comunistas) não gostam dessa
tendência de pensamento. Para os socialistas falta Estado (não se impõe ao
mercado); Para os capitalistas não é mercado puramente livre (tem que pagar
imposto). Porém, nenhum sistema é puro, pois qualquer sistema deve ter virtudes
de diversos pontos de vista ideológicos. Até porque os pensamentos extremos não
funcionam de forma total. O Capitalismo precisa de um pouco de estado pra criar
regras do jogo; e os comunistas não entregam o que prometem porque economia planificada
não funciona.
Lugar
que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Há a necessidade de
ajustar a economia para criar excedentes, para só depois resolver outras
questões céleres sociais. Até Maquiavel, no livro: O Príncipe, disse que é melhor
matar o pai do que o tirar os recursos de subsistência, pois o homem tem mais
raiva daquele que o coloca na miséria do que do maroto que mata ente querido.
Tanto é verdade que tem filho que mata pai por causa de herança. Mas isso é
outro assunto.
Mas
a riqueza econômica de uma nação não significa necessariamente que seja
pacifica (ou que não contenha violência). Porém, ameniza a dificuldade do
viver, pois ao menos não estaria sofrendo ao dobro, tanto sentimental quanto
pela inanição.
Portanto, “é a economia, burro”, o principal
ponto que deve ser abordado e desenvolvido para criar melhoramento até mesmo do
plural social. Porque povo faminto e sem saber a própria existência, a tendência
é feiúra condensada em crimes, como prostituição para matar a fome, pedofilia
para pagar as contas, ou até mesmo uma religião extremista, pela busca da fé,
para tentar suportar o meio ambiente, a vida.
A
mudança tem que ser agora, não dá mais pra esperar.
Carpe
Diem.
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Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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