Por:
Júlio César anjos
No
período das civilizações clássicas, pouco antes do expoente do império, os
romanos fizeram guerra contra os Galos e perderam a peleja. Aos derrotados, só
restava o pagamento em libras de ouro, mediante retirada. Porém, os ganhadores, para receber mais ouros,
adulteram o medidor, colocando pesos falsos na balança. Os romanos descobriram
a malandragem e reclamaram da situação. Breno, líder dos vencedores, colocou a
espada em cima da balança e disse: “Ai dos vencidos!”.
O
governo brasileiro, ao não gostar do resultado de uma pesquisa, de um índice ou
de uma situação social e econômica, ao invés de resolver o problema, quebra o
medidor. Assim como Breno, o governo, ao ver que muitos opositores apontam a
malandragem (cita-se contabilidade criativa), dá o tom autoritário: “Ai da
oposição!”, coagindo pessoas de boa fé que enxergam o defeito de tal situação.
Não
é de hoje que os índices de governo não representam os fatos. Para critério de ilustração, sob uma estória que satiriza a Revolução Russa, No livro: A
Revolução dos Bichos, de George Orwell, mostra de forma metafórica o
procedimento estatístico de um governo autoritário, ao mostrar que, por exemplo, para
divulgar para o mundo externo que a fazenda está bem, os porcos entupiram o silo
de areia, colocando uma fina camada de grãos em cima, dizendo que a produção
tinha sido boa e a fazenda estava bem. Outro exemplo pode ser configurado em outro Livro de Orwell, com o título 1984 - autoria que deu a ideia do Reality Show "Big Brother", em que as promessas de melhoras eram corrigidas, as estatísticas eram sempre positivas, mas a sociedade era um caos. Essas criatividades que mostram no papel que tudo está bom não se concretizam pelos fatos, tornando anacrônicos os números do que uma prancheta diz e o que uma fotografia de uma região mostra de real. A ação não passa de trapaça de governante ditatorial.
O
Brasil, atualmente, está usando e abusando de contabilidade criativa, de
números incertos, dados estéreis, além de estatística flexível. Essa tática usada de modo contínuo traz
volatilidade e incerteza no mercado em que tal deformidade de informação está
implantada. Os players do negócio sabem
que os índices estão maquiados e, portanto, não correspondem à realidade,
tornando impossível se direcionar com informações imprecisas. Afasta
capitalista e leva o país ao caos econômico e social.
Há
a necessidade, para melhorar a nação, de fazer profundo levantamento da real
situação do país, mostrando de fato a condição através do cenário verdadeiro,
criando mecanismos permanentes de tabulação de dados, a fim de que volte a
confiança em fazer negócios com o país, para o povo prosperar através de trocas
voluntárias, tanto no mercado interno quanto no externo.
Enquanto
houver essa forma coercitiva de ser o dono da bola e, por isso, ser o criador
da regra do jogo que só satisfaça o detentor do objeto da brincadeira, a quantidade de pessoas
que preferirão não brincar, a brincar em uma diversão deformada, se elevará de
forma exponencial. Não se pode mudar regras do jogo só para fazer vencedor o
detentor do poder. Isso afasta as pessoas que contribuem para o jogo continuar.
O dono da bola ficará no meio do campo, sozinho, sem ninguém para se divertir,
o que mostrará que não adiantará nada, no futuro, ter a bola em mãos.
Ninguém
fala abertamente sobre esse desvio de conduta porque estão com medo de
represália, porque o Estado está muito grande e opressor. Então, se abrir a
boca pra reclamar sobre essa situação, lembre-se: “Ai dos vencidos”. É o preço
que se paga por não saber votar.
O
Brasileiro, infelizmente, é malandro em algumas situações. E o índice Breno é,
portanto, o indexador dessa leviandade.
Breno Index de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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