Por: Júlio César Anjos
Na
guerra dos trinta anos, ocasionado por viés ideológico religioso, além de
amparo de impérios querendo obter poder, o fim deste conflito gerou um acordo
justo e reconhecido, nomeado como o tratado de Westfália, que tinha o seguinte
argumento: “Quando um Estado já poderoso pretende engrandecerem-se, todos os
outros, mesmo os menores, devem sentir-se ameaçados e reunir suas forças contra
ele, a fim de lhe fazer contrapeso".
Todo
mundo acha que a democracia é uma balança, com peso e contrapeso. Não é.
Democracia sempre foi, é, e será regra de maioria. Portanto, há a possibilidade
em haver um crescimento desproporcional para um lado de poder, mesmo dentro de
um regime emanado por um povo, pois pode ocorrer alguma disfunção devido à
alienação de uma comunidade corrompida por um monopólio de pensar. Por isso
que, para manter a democracia, há a necessidade de equilibrar as forças, para
tornar tal ferramenta sadia para toda a população, ao escolher mudanças ao modo
que desejar.
O
Brasil hoje passa por um socialismo galgando para o comunismo. Tal tendência
emana de um conjunto de fatores que criam a trilha nociva à sociedade conterrânea.
Um domínio completo de ensino cria um exército de indivíduos que pensam de maneira
igual; e o monopólio ideológico cria uma ditadura velada de regime político.
Por isso que, ao longo prazo, em tais condições, a democracia perde a essência
por ser disfuncional, pois quem está no poder não quer passar o bastão e nem
ensinar outra lição, apenas quer manter o status quo padrão.
É
a corrente invisível da própria escravidão. Por isso que é totalmente compreensível que
várias vertentes comecem a aparecer, muitas até esquisitas e assustadoras, que
ressurgem das mais variadas vertentes, criando plurais entre radicais no estilo
anarco-capitalismo até os mais amenos como a marcha da família, para ver se faz
uma contenção ao avante nefasto comunista. E tais grupos, em um curto prazo,
para conter o levante da companheirada, até faz um “armistício” momentâneo conceitual,
para equilibrar as forças contra o adverso e praticar o que se chama de
mudança.
O
que acontece no país é exatamente essa união sem pé nem cabeça, como liberais estarem
em acordo momentâneo com conservadores, a fim de retirar o comunismo, poupar a
democracia e livrar o país da ameaça insurgente que governa o Brasil há 20 anos
(partidos socialistas). O importante, nesse momento, é o que parece, é
defenestrar os comunas, digam-se PT e asseclas. Nesse ponto há convergência sem
igual, pois ninguém agüenta mais quatro anos de PT no governo, nem alguns
petistas, por incrível que pareça.
Essa
união proeminente tenta jazer o perigo vermelho que dá o ar da graça e cria
animosidade perante os contrários de tal regime. A junção entre diversos que
comungam em ser somente contrários a doutrinas vermelhas começa a ganhar força,
com as mais variadas bandeiras a reboque de uma tratativa contra os autoritários
socialistas. Até certo ponto a coligação é bem-vinda, desde que haja profunda
vigia entre as articulações entre marotos extremistas, não há mal algum criar
efeito de coletividade sempre quando se sentir ameaçado por alguma política
ultrajante e que impeça a liberdade tanto econômica quanto social.
O
tratado de Westfália moderno, por fim, não é articulação entre contrários
contra um opositor forte. É mais voltado com o apoio entre diferentes que
tenham somente um inimigo de comum acordo a ser alvejado, não cabendo exceção a
lugar algum. Mas o problema, como dito em outrora, é que essa liga cria um cenário
de incerteza que faz de um ponto enxergar que tal grupo começa a ganhar força, e
de outro uma situação de ameaça de levante de outra bandeira talvez mais
esquisita que a flâmula de outrora. Isso não justifica e nem defende os
comunais, apenas reafirma-se que os extremos, e os extremistas, não são bons
para uma sociedade que quer a democracia plena, com a liberdade em vigor.
Tratado
de Westáflia político para tirar os marotos, sim! Apoiar extremistas, não!
O Tratado de Westfália Político de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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