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Colocar o Gato no Saco


Por: Júlio César Anjos 

Antigamente, num passado não muito distante, existia uma atração de rua bem criativa, que era o sujeito colocar uma mão dentro do saco e, com um apito, imitava o grunhido do gato e com outra mão espancava, de forma teatral, o bichano com um pau. A gritaria era geral. Parecia mesmo que tal cidadão espancava o felino, mas na verdade não passava de arte cênica na rua. Não há relatos se ainda existe tal peça teatral ao ar livre ainda hoje, mas colocar o gato fictício no saco e espancá-lo era uma coisa que até parava transito naquela época.

A artimanha de atração tinha até lógica. Se colocasse, por exemplo, um cachorro no saco, certamente o animal acharia que a pessoa estaria brincando com ela, não se dando conta que a colocar no saco é uma antecipação para fazer maldade com o bicho. Se colocar um cágado (espécie de tartaruga) no saco, ninguém escutaria nada, pois o bicho se encolheria no casco e pareceria até que não existisse o animal dentro da sacola. E se colocar um pássaro, o que mais escutaria era o barulho do bater de asas de forma rápida e continua. O único animal mesmo que faz um escândalo só de pegar é o gato. Imagina se pega, então, o bichano e coloca no saco? Pois é, grito e ranger dos dentes.

O gato é arisco. O bichano vai se contorcer até o tirarem do saco. Por isso que a expressão colocar o gato no saco significa querer bagunça, ver o circo pegar fogo, tocar o terror, pois perturba a ordem do ambiente de uma forma sem igual.  E também o bichano é feito de pelúcia, pois os pelos são fofos e isso faz o gato ser mais valorizado e até defendido pela sociedade que os bichos escrotos (valendo da máxima que nenhum defensor de animal defende a barata, por exemplo). O gato é cultuado até de uma forma maior, religiosa espiritual pela sociedade contemporânea.

Às vezes a sociedade está em declínio, não há mais nada o que fazer, só resta sentar e esperar ocorrências, pois a autodestruição está em vigor. Diante de tal cenário, aparece até mesmo fictícios como o Coringa, que só quer ver o caos. Então, tais lunáticos pegam a sociedade e chacoalham até não poder mais, criando a bagunça conceitual que é visto em uma comunidade desorganizada e desvirtuada.

Grupos de pressão colocam uma região qualquer num saco conceitual e chacoalham a comunidade só pra ver o acinte. E também desvirtuam a organização para ganhar algum naco aqui e acolá. Por isso que aparece Black blocs, movimento passe livre, mídia ninja e etc, só para colocar o gato no saco e chacoalhar, para ver o que vai dar. Muitas vezes fazer tal ardil cria distração e desconfiguração de objetivos que tal grupo almeja. É bagunça “controlada” (porém, sempre sai controle), para ganhar um naco político eleitoral.

A expressão colocar o gato no saco significa bagunça. Já que não pode vencer algo que está em curso em viés político, cria-se a instabilidade “controlada” para obter algo de valor em tal atividade agregada. Fazer o que se existe até “líder” latino proferindo: “Socialismo ou barbárie”.

E, quanto a oposição, colocar o gato no saco é somente deixar acontecer e nem ligar para o resultado já decidido (quando uma oposição joga a toalha por saber da derrota), pois, ao não ter o que mudar, pelo menos o adversário riria um pouco da perversidade que é ver o gato se contorcendo em um saco qualquer.

Quando escutar alguém falando que vai colocar o gato no saco e chacoalhar, saiba que isso significa caos social.


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Colocar o Gato no Saco de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.

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