Por: Júlio César Anjos
Festa
boa é assim: o sujeito começa bebendo um Château servido na taça de cristal e
acaba a diversão com um Campo Largo no bico da garrafa. É sempre a mesma coisa,
a bagunça ao relento sempre demanda em até mesmo fazer um escândalo qualquer,
normalidade provocada pelo etílico. Todo mundo pode sair do prumo de vez em
quando, até mesmo chefe de estado, desde que a pessoa seja concisa, não há o
que contestar e nem julgar o cidadão que exagera vez ou outra. A presidente
exagerou em Portugal, pegou mal, porém, a população de um modo geral, criticou
Dilma mais pelos gastos estratosféricos e a maneira de se portar em uma “confraternização”
do que da real necessidade de critica: A incoerência.
Em
uma época não muito distante, o povo chegou também, próximo a esse ínterim de
histeria coletiva, ao ponto de criticar o Fernando Henrique Cardoso -FHC por qualquer coisa. Se a casa
fosse de COHAB e o vizinho puxasse a descarga: Culpa do FHC; Se o chefe “ralhasse”
com o empregado: Culpa do FHC; Se o Japão tivesse um maremoto: Culpa do FHC.
Pois bem, o Brasil está nesse patamar, só que com relação à Dilma. Há críticas
de relevância que há nexo, mas há muitas criticas em que não há justificativa
alguma. Ou pelo menos a critica não corre um caminho certo, sendo conturbada
pelo causa prosaica ao invés do ato precípuo que deveria ser julgado. Isso não significa
uma defesa de Dilma, é somente uma especificação racional sobre algumas searas que
não possuem propósito de julgamento, afetando até mesmo a legitimidade de
reivindicação que o povo determina como certo.
Uma
dessas banalidades de protesto vem da Presidente sair carregada do Restaurante.
Primeiro que o presidente antecessor gostava de etílico e a maioria do povo
nunca ligou. Agora que a soberana resolve chutar o pau da barraca, a nação
entra em compulsão de uma forma tradicional-integralista, como se os usos e
costumes do povo brasileiro não constassem bebidas de qualquer natureza, e
também, por que não (?), o exagero. O
agravante das negatividades resulta daquilo que o povo outrora fazia com o FHC,
praguejando o melhor presidente do país sobre questões infundadas e até
inverídicas, como se tais muletas de apoio tivessem relação entre uma coisa e
outra. O fato é que não tem. A presidente sair de pilequinho vez ou outra em um
estabelecimento não é algo tão escandaloso como se imagina, pois até o antecessor
saia arrastado de eventos e ninguém ligava.
A
outra crítica irrelevante vem da chefe de estado gastar uma quantia elevada em
tal festinha de ocasião. Por ventura, presidente qualquer pode gastar altos
valores em gastos desde que o fim seja para investimentos com os pares econômicos.
E mesmo que o gasto seja somente para uma confraternização, é do ser humano
gastar a mais quando pode fazer tal situação. Em suma: Dilma gastou um bom
dinheiro porque o país até certo ponto tem condição e crédito para conceder tal
entusiasmo festivo. Graças ao Plano Real, que sustenta um controle interno
muito bom, embora arrefecendo pelo próprio governo que aí está (mas é assunto
para outro texto), a mulher pode ir lá fora e se esbaldar de montão. Neste momento,
não se confunde também os problemas de ordem nacional, nem também sobre o custo
do pernoite um tanto salgado, o que todos devem entender é que por ser uma
Presidente, é natural o governo, com o representante maior da nação, obter
gastos elevados aqui e acolá.
O
que se deve criticar firmemente é a questão da incoerência. Esse ponto sim deve
ser batido e discutido, pois a coerência nas ações escancara virtudes como
honestidade, a verdade e até mesmo a legalidade. Porque se o individuo é
incoerente, a verdade não se sujeita e as pessoas passam a não acreditar nas
palavras da pessoa. E se tal cidadão é o Presidente da República, aí sim as
coisas ficam piores, já que pode ir até em uma conferência internacional e ser desacreditada
simplesmente porque as idéias não correspondem aos fatos.
O
problema maior não é sair bêbada do restaurante, muito menos o gasto elevado em
uma festinha qualquer. O maior problema da ida a Portugal é a incoerência em
fazer um custo de grande monta, ter um status de Rockfeller e no final querer
vender a idéia que o governo olha para os pobres e reparte o pão. Isso é
folclore que vem desde a época de Lula. A única diferença é que agora o povo “acordou”
e não engole com facilidade um gasto elevado porque o grupo que está no poder
fala uma coisa e diz outra.
Portanto,
o resultado final é simples: Se a ideologia é ruim, a pessoa é ruim. Não tem
como fugir, não tem como negar, pois a incoerência morre sob qualquer verdade
que venha à luz.
Incoerência de Júlio César Anjos está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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