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O Bumerangue da Cólera


Por: Júlio César Anjos

A cólera é como um bumerangue todo feito de arestas pontiagudas, pois, ao manusear cria machucado ocorrido pelo lançamento, desfere o alvo em que foi atirado e volta o machucando novamente, pois é feito de aço afiado de tantos agouros nas arestas da complexidade.

É a lei do retorno, é o bate-e-volta, tudo o que o malogrado despeja para outrem, retorna duplamente da maldade em que foi compactuada, é o preço a pagar por fazer mal a terceiros.  Se estiver a fim de se machucar, basta arremessar o instrumento, para voltar a contento, o dispositivo que mais agride o próprio manipulador do que o que é atacado pelo golpe atingido. E, nessa reflexão, não há um escudo que o proteja do retorno do bumerangue da cólera, pois, ao defenestrar outrem com a mácula do maldizer, indivíduo qualquer traz consigo a devolutiva dos nocivos que jogou no adverso, seja um inimigo ou alguém que simplesmente o quer ver mal.

Porque a ida e a vinda do equipamento derivam de um cômoda reflexão que o bumerangue não voltará, o que faz o sujeito tardio em pensamento malandrar em cima de todos, achando que, pela zona de conforto em não obter o retorno momentâneo do aparelho, o infeliz acha que está à frente dos demais em que prosperou a maldade. É questão de tempo para o bumerangue de a maldade voltar ao dono que atirou o objeto em outrem, não há o que fazer, o mecanismo é regra geral, por isso que o funcionamento escancara machucadura ao proprietário do laminado de metal.

Por agravo do instrumento, não há obrigatoriedade em exercitar, ou colocar em ação,tal objeto que machuca, basta o dono de tal concepção (o bumerangue) não atirar a cólera aos demais, deixar o instrumento inerte, sem execução, pois o trabalho de tal mecanismo eclode ferimentos dos mais variados, seja para terceiros, seja para a própria pessoa.


O bumerangue da cólera não deve ser usado porque é de tudo ruim, volta sempre em dobro daquilo que desejou para o oponente, é o recebimento em dobro da atitude hostil que forneceu para o opositor, o revés de toda a concepção malévola que inseriu em alguém. Não jogue o bumerangue da cólera, deixe-o inerte para que não prejudique outras pessoas e nem você mesmo, não faça para o outro aquilo que não queira que façam com você.  


Licença Creative Commons
O Bumerangue da Cólera de Júlio César Anjos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Baseado no trabalho em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.

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