Por: Júlio César Anjos
A manifestação de Sete de Setembro de
2013 teve a destinação óbvia, só não enxerga quem não quer, o resultado seria
realmente o fracasso de qualquer jeito. Os esforços dos idealizadores de boa fé
foram em vão, os sinais do insucesso estava forte, o problema é que tais
indivíduos se negam a compreender tal simbologia ou preferem ignorar o aspecto
do protesto, o que deriva em apenas boa vontade, sem resultado, com a
materialização da escassez popular.
A primeira falha da organização foi
fazer o levante da comoção popular em um feriado que caiu no fim de semana. O
brasileiro é preguiçoso e quer matar serviço sempre e sempre, então a data
perfeita deveria ser em dia de semana, em horário de expediente. Outro problema
da mesma jurisdição é fazer do protesto algo chinfrim, em articular em curto
prazo, só dois meses após um protesto mostro ser realizado, tornou-se banal a reivindicação
em todos os sentidos.
Outro aspecto de relevância é que mais
uma vez os idealizadores tentaram, ao sabor da escuridão, fazer protestos
somente contra a corrupção, não materializando um alvo específico, palpável. No
primeiro protesto as pessoas já foram pelo vácuo conceitual, sendo conduzidas
pelo clamor geral, o que escancara, na verdade, o fato que esse segundo
protesto deveria ter sido feito com alvos específicos, coerentes, pois, mesmo
que ocorresse o mesmo fracasso que aconteceu, pelo menos geraria uma semente na
sociedade sob tal agravo apelativo.
Mas há um ponto positivo que todo mundo
acha que é negativo: a presença dos baderneiros no protesto. A Petralhada, ao
colocar a cachorrada na rua, conseguiu, momentaneamente, blindar o atual
governo pela chancela da violência. O lado bom é que isso afasta a pessoa de
bem e escasseia a mobilização social às ruas, pois as pessoas querem melhorias
e não destruição, tal acepção gera enfraquecimento da ferramenta de comoção e
ridiculariza tal sectarismo social. O brasileiro só entrará em “vias de fato”
se acontecer o caos de começar faltar muito pão, aí geraria até guerra civil,
mas não é o caso no momento, mesmo o PT fazendo tudo para destruir a nação, o
país ainda (advérbio de tempo) consegue manter-se em pé (embora por pouco
tempo). Em suma: o povo em geral é bovino e está exausto.
O “fracasso” do protesto desencadeará em
até um otimismo pela turma fraca do lado de lá, sabe como é né, vão confundir
ao bel-prazer do temperamento que o resultado negativo das comoções seriam o
pleonasmo da aceitação do atual governo, o que muita gente da imprensa já está
latindo, como o caso da subida da Dilma nas pesquisas (como se a mudança do
eleitor fosse um disjuntor que liga e desliga) e o latido grosso de que o Lula
venceria no primeiro turno, mesmo que no auge da carreira o apedeuta tenha ido
para o segundo turno nas duas eleições em que se tornou presidente. A turma de lá proclamará a vitória (de
Pirro), com a loucura a reboque, pois o fracasso do protesto nada tem a ver com
a aceitação deste governo medíocre que aí está.
Esse protesto fracassou porque, logo
após o primeiro protesto ter sido realizado, todos os analistas apontaram as
conjunturas, então estava na cara, pelos motivos apontados, que a manifestação
não teria a comoção como a anterior por causa da falta de um inimigo
materializado. Outra situação é que a direita terá que compreender o atual
cenário Brasileiro, pois, não tem pra onde correr, a opção em 2014 será entre o
socialismo radical ou light, apontando para o comunismo, infelizmente. Por fim,
o fracasso da falta de robustez da sociedade em fazer passeatas não é de jeito
algum uma espécie de reverberação de apoio ao atual governo, o povo apenas não
foi às ruas pelos motivos apontados no texto, o que se configura que o povo
está ficando cansado dos governantes, por isso o protesto silencioso.
A Conjuntura dos Protestos II de Júlio César Anjos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Baseado no trabalho em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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