Por: Júlio César Anjos
O preconceito nada mais é que uma espécie de óvulo. As comparações são simétricas,
a única diferença é que o conceito precoce nada mais é que um ovário do mal.
Assim como a mulher incuba o filhote prestes a nascer, o mau juízo de valor também
fica perpetrado na pessoa que manifesta discriminação. E o resultado dos dois é
o mesmo: o nascituro. O nascituro do bem é uma criança linda, saudável, milagre
da natureza. O nascituro do mal é a virulência do preconceito.
O ovário do bem todo mundo sabe, conhece, é a parte importante da
reprodução humana, em que as mulheres começam a ovular, devido aos trabalhos
dos hormônios femininos. Geralmente tal benção começa lá pelos 11 ou 12 anos de
idade. Já o ovário do Mal é a doença que todos trazem consigo, germinam de
preconceitos e mais preconceitos das mais diversas situações, que também começa
logo após o cidadão deixar de ser criança.
Mas para gerar uma vida, há a necessidade de obter uma semente, que
fecunde em um óvulo fértil e faça crescer um nascituro sadio. O mesmo ocorre
com o preconceito, alguém tem que semear a discórdia para começar a gerar tal
problema social, pois sem semente não há fecundação. São sempre terceiros que
fornecem tal semente. A semente do bem o homem oferta a mulher amada. E a
semente do mal o preconceituoso planta a doença em uma cabeça fraca.
Antes da adolescência a jovem não possui um óvulo totalmente formado
(pronto), assim como uma criança não possui concretamente uma visão de “valor”.
A falta de algumas peças do quebra-cabeça da mulher pronta para fecundar é
comparável com a escassez da criança em visualizar maldade. É impossível ver
uma criança ter um bebê, assim como é difícil ver uma criança ter preconceito.
Mas mesmo após o ovário pronto, concebido para receber sementes e gestar
uma vida, é de decisão de a mulher querer o filho ou não. Não há obrigação para
ter quando ou quanto filho quiser – se quiser. O mesmo ocorre com o
preconceito, tal defeito fica impregnado na pessoa e pode se manifestar várias
vezes ou nunca, dependendo do sujeito detentor da maldade. O surgimento do
preconceito é como a de um feto, é preciso preconceber, deixar nascer, torná-lo
vivo para existir a situação. Sujeito qualquer pode ter nenhum preconceito,
mesmo que tenha o ovário do mal incubado das mais diferentes situações. Cabe o
detentor do ovário do mal renegar tal concepção.
O senso comum diz que o ovário da mulher “murcha”, como se tivesse um
prazo de validade, perdendo a vitalidade e o funcionamento natural da gestação,
ou seja, a mulher para de conceber filhos em uma determinada data avançada. O
mesmo acontece com o preconceituoso, a velhice, às vezes, faz a pessoa
abandonar questões de searas sociais, como o mau juízo de valor. Mas há
exceções na questão da fecundação, algumas mulheres conseguem filhos além da
idade “permitida” pela natureza, assim como alguns velhotes continuam canalhas
mesmo em idade avançada.
Todos possuem o ovário do mal dentro da cabeça. E a semente sempre é
gerada após uma incubação de semente da discórdia. Cabe cada um gerar tal maldição ou optar por não
fecundar tal defeito. O preconceito nada mais é que o ovário do mal, todo mundo
leva consigo, e a semente cada cidadão planta se quiser, mas o nascimento só depende
de cada um. Não deixar viver tal maldade (o preconceito) é o melhor aborto que pode acontecer.
Pense nisso.
O trabalho O Ovário do Mal de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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