Por: Júlio César Anjos
A evolução, a revolução e a mudança possuem diferenças enormes, conceitos
diversos, com as ações objetivando os fins. A estratégia é o motor de propulsão
e o caminho deriva ao trilho dos conceitos, por isso que há muita ideologia
neste “trívio” político. Efetuar a execução em um determinismo de pensamento
traz a reboque o manejo, e cortejo, em acreditar que uma estrada pode levar
onde quiser chegar. Ponto de partida e de chegada, dura é a jornada para chegar
ao resultado final.
Antes de tudo há a necessidade de alertar que a evolução, a revolução e a
mudança não são monopólios do bem/bom, pois, como haja vista na história,
existiu muito problema em tais conceitos admitidos nas mais variadas
sociedades, ao longo do passado. Nem sempre uma quebra de paradigma ou uma
continuidade de uma situação derivam a uma melhora, depende muito aonde quer
chegar e se há nexo em tal conceito de ação.
A evolução é retilínea, uma trilha reta, continuidade do ponto de partida
até a linha de chegada. Já é sabido de tudo, apenas se mantém o prumo e
equilibra a condução, que o tempo dá conta do recado, tal sociedade chegará ao
objetivo pela condução contínua. Uma pessoa pode evoluir espiritualmente ao
ponto de ser agraciada e apreciada pelo nirvana (o ápice do budismo), ou poderá
evoluir ao câncer, sem tratamento algum, até jazer em um hospital. A evolução
não há obstrução, corre ao leito até chegar à foz. Uma sociedade evoluída tende
a não fazer nem re-evoluções e muito menos mudanças. O status quo perfaz a
satisfação.
Já a revolução é muito mal digerida pela sociedade porque se perde no
entendimento do fato do que realmente é re-evoluir. A confusão se dá através da
comparação da revolução em revoltar-se para atingir evolução, mas a verdade é
que a cunhagem de tal palavra vem da reviravolta evolutiva. Revolução é um
redirecionamento, mantém o foco no fim esperado, porém mudando a estratégia e o
caminho a trilhar. Por exemplo: Um site muda de endereço, ao qual a pessoa que
navega na internet quer chegar até tal contato, mas é obrigado a ir para outro
sitio eletrônico determinado. O fim era chegar ao contato, mas teve que
redirecionar o endereço para chegar a tal propósito. O mesmo acontece, por
exemplo, a um aluno de Medicina que queira manter o estudo, mas acha que a instituição
não oferta o que ele espera. Tal residente troca somente de universidade, mas
continua estudante de medicina, ou seja, ser medico é o fim, mas o local de
estudo foi mudado. Revolução, portanto, não é sinônimo de revolta, de caos
social, de jeito algum.
Por fim, a mudança é radical porque não só o caminho não é o certo como
também o ponto final não é o lugar em que tal sociedade espera chegar. O ponto
de chegada pode ser qualquer um, menos o que estava planejado a ser pela evolução
ou revolução. É uma quebra total de paradigma, uma reforma geral, ao ponto de
entender que tal situação não levaria a lugar algum. Um exemplo claro é a
pessoa reverter todos os conceitos e fazer um “retrofit” na vida, mudar amigos,
emprego, de local de moradia, de pontos de vista e etc. A mudança é rasgar tudo
o que estava sendo feito e em processo de execução. É acabar com o sistema,
literalmente, com o objetivo de criar outro que a pessoa espera/acha que
melhore no futuro.
As pessoas também confundem revoltas como sendo um braço da revolução, o
que não necessariamente seja verdadeira a sentença. Uma revolta popular pode
derivar a mudanças profundas de regime político, ou seja, o ato de reger a
sociedade em um determinado momento. Porém, todo golpe só é implantado porque
há a necessidade de mudança. Pois, se houvesse como mudar o cenário sem
precisar fazer um racha, certamente daria para reverter o quadro
internamente. Enquanto a revolta emana
do povo, que exige e/ou revolução e mudança, o golpe só é acionado mediante a
força agressiva de oposição.
Exemplo claro das vertentes políticas que ocorreram em 2010, através dos
slogans:
PSDB – O Brasil pode mais. Aqui representa evolução, pois não há divergência quanto ao modelo atual (regime
socialista democrático), então trocar um represente do estado mais eficiente
poderia melhor a situação do País.
PT – Para o Brasil seguir Mudando.
Significa a Mudança. Isso significa
que mesmo estando no poder não está bom tal status quo, ou seja, democracia
socialista tem que ser mudando, aos poucos, por isso tem que seguir a cartilha
da mudança.
PSOL - Um projeto Socialista para o Brasil. Esse Slogan não foi usado
(foi utilizado: opção pela igualdade), mas a frase do Plínio coaduna exatamente
com a revolução, pois tais políticas
dessa orientação partidária querem implantar o projeto socialista deles, já que
o Brasil já é de regime socialista faz tempo.
PV – Juntos pelo Brasil que queremos. Sem profundidade, frase solta ao
ar, que não encaixa em contexto algum. Esse é um dos quesitos que não fizeram
marina presidente naquela época, pois até o slogan é desconexo e sem raiz.
Exemplos históricos entre
evolução, revolução e mudança:
Evolução:
EUA capitalista até a crise de 2008
Cuba comunista até hoje
Revolução Pacífica:
Revolução Industrial Inglesa
Revolução violenta:
Revolução Socialista Francesa
Mudança:
Mudança Pacífica:
Brasil deixa de ser militar para ser socialista sem haver um disparo.
Mudança violenta:
Qualquer tipo de totalitarismo ou guerra por usurpar bens de qualquer
natureza, e/ou implantar a força ideal diferente.
O trabalho Evolução, Revolução e Mudança de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
Comentários
Postar um comentário
Comente aqui: