Por: Júlio César Anjos
Recentemente, bem precisamente no dia 28 de Junho de 2012, o terreno do
Pinheirão - com 124 mil metros quadrados, “pertencente” à federação, foi
arrematado por 57 milhões, em um leilão. O valor inicial era de 66 milhões e
foi reduzido pela metade, 33 milhões, ao ser feitos lances até chegar ao valor
de venda. Agora, o Paraná leiloa 44.5 mil metros quadrados do lote, ao preço de
45 milhões de reais, estipulado pelo fair value (valor justo).
Ao olhar de relance o pensamento levaria à conclusão errônea que o lote
do Paraná clube estaria supervalorizado diante o terreno do Pinheirão, o que na
verdade, determinaria um ufanismo o valor de 45 milhões na primeira pedida do
leilão, pelo Paraná Clube. Acontece que há muitas diferenças, em várias observações,
entre os dois bens, seja aspecto físico, legal e de mercado.
Antes de tudo devem-se analisar as condições do lote do Pinheirão para
chegar a um determinador comum dos fatos. Primeiro que o lote, apesar de ter
124 mil metros quadrados, é um terreno do tipo vírgula, o que faz perder bom
espaço por causa da dificuldade em utilização (é como o lote triangular, em que
o formato faz perder espaço, embora haja metragem). Terreno irregular faz
desvalorizar o bem. O Pinheirão também está
com problema no que se refere ao aspecto legal (jurídico), o terreno é da
prefeitura, para atender interesse publico, ou seja, quem comprasse tal
loteamento correria o risco de perdê-lo por causa da insegurança jurídica do
bem. Sempre quando há um risco qualquer imóvel que seja passa a ser, de certa
forma, desvalorizado. Por fim, o dinheiro do arremate do leilão até agora está
sub judice, congelado em uma conta do governo, pois se devem esperar as decisões
jurídicas para o arrematador poder usufruir o bem.
Se levar em conta que o risco da operação – por causa da base legal -
pode desvalorizar (estipulado) em 10% o terreno, sem contar que uma fração do
terreno é área morta comprada pelo investidor, teria uma depressão expressiva
no lote do Pinheirão. Portanto, para critério justo de desvalorização, o
terreno do Pinheirão perderia, pela análise, perder 24 mil metros quadrados,
ficando com valor de compra por 100 mil metros quadrados.
Se o valor arrematado por 57 milhões era de 124 mil metros quadrados, então
o metro quadrado é de aproximadamente R$ 460,00 (Quatrocentos e sessenta reais)
por metro quadrado.
Por causa da desvalorização 124 mil metros quadrados menos 24 mil metros
quadrados (por causa dos riscos e da área inútil pelo terreno ser tipo vírgula),
então seria 57 milhões divididos por 100 mil metros quadrados, o que daria R$ 570,00
(quinhentos e setenta reais) o metro quadrado.
570,00 (quinhentos e setenta reais) reajustado à inflação de 6%, o que daria
um total de R$ 604,20 por metro quadrado.
O lote do Paraná é retangular, sem problema jurídico algum, e o
proprietário compraria o terreno e poderia usufruir logo após o arremate, sem
risco judicial ou problema legislativo.
Levando ao valor justo de 604,20 o metro quadrado, o valor total do
terreno do Paraná, com 44.5 mil metros quadrados, seria de R$ 26.886.900,00
(Vinte e seis milhões oitocentos oitenta e seis mil e novecentos reais),
levando em consideração uma estipulação ínfima ao risco e um reajuste de preço
de metragem somente corrigida pela inflação.
Se contar que o Pinheirão ainda necessita de desembolso para demolição,
então seria justo até mesmo o terreno do Paraná ter um valor justo de mercado
iniciado em 30 milhões, o que seria conseguido somente em um segundo leilão, após
abaixar a oferta de 45 milhões.
Conclusão: Abaixo de 22,5 milhões embarga-se o praceamento devido o preço vil; Entre 22,5 milhões e 30 milhões a vantagem é do comprador; Entre 30 e
35 milhões é valor do mercado; Acima de 35 milhões a vantagem é do Paraná Clube.
Obs1: É lógico que os riscos e desembolsos não reduzem a metragem de um imóvel,
mas a depreciação por causa dos problemas incorridos faz o valor ser menor, o
que se utiliza a redução da metragem para manter o valor do metro quadrado, a
fim de explicação.
Obs2: Valor até 30 milhões pode ser arrematado por investidor (foco no próprio
terreno); entre 30 e 35 milhões poderá ser arrematado por empresário que queira
o terreno para construir algo; acima de 35 milhões é estratégia competitiva,
objetivando longo prazo.
Fontes:
http://www.parana-online.com.br/editoria/esportes/news/617501/?noticia=ESTADIO+PINHEIRAO+E+ARREMATADO+POR+R+575+MILHOES
http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?id=1177603&tit=Pinheirao-a-R-66-milhoes-nao-seduz-compradores
http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/campeonato-paranaense/conteudo.phtml?id=1346592&tit=Levantamento-aponta-FPF-entre-as-mais-ricas-e-devedoras-do-Brasil
http://www.parana-online.com.br/editoria/esportes/news/649375/?noticia=PARANA+CLUBE+COLOCA+SEDE+A+LEILAO+PARA+ACERTAR+DEBITOS
http://paranautas.com/index.php?cod=1835&pg=noticia_detalhe
O trabalho O valor do Terreno do Tarumã - Paraná Clube de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
Dig dim dig dim dig dim.. sou foda....
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