Por: Júlio César Anjos
Os evangélicos são maioria (ao professar fé no Brasil) se levar em conta a participação ao culto,
mesmo o catolicismo sendo a maior religião com membros não praticantes. Os
pastores influenciam mais que os padres, que continuam a fazer a liturgia de forma rudimentar, porém com algum padrão de simbologia ao manter-se fiel às crenças. O
evangélico cresce pelo avanço do novo, pelo diferente atualizado, porque é mais
conectado e progressista (no sentido de inovação) que os católicos anciãos. Nenhuma novidade até o momento, a não ser o
erro grosseiro de visão dos evangélicos.
O Brasil é predominantemente religioso. Num passado não muito distante,
lá pelas décadas de 60 ou 70, o católico era maioria tanto aos religiosos atuantes quanto aos não atuantes, em uma população quase
inteira de cristãos. Hoje, os evangélicos são maioria dos praticantes
religiosos e com certo crescimento que visa ser a maioria da nação. Apesar dos
evangélicos protestarem contra algumas formas do catolicismo, todos estão
embaixo de um mesmo abrigo chamado Jesus e a bíblia sagrada. Então, querendo ou
não, são irmãos do mesmo óvulo, possuem interesses em comum.
O católico é ortodoxo e radical, defende o que acredita e ponto final.
Toda a defesa da igreja católica perante a vida é chamada pelos “progressistas”
de retrógrada aos oposicionistas da instituição milenar. Se o PAPA prega para
não tomar a pílula abortiva, os contrários começam a agredir tal
posicionamento; Se a igreja adota medida para conter o uso da camisinha – pelo
simples motivo que casal fiel não precisa de camisinha porque não transmitiria
doença venérea -, lá vai a ala futurista reclamar da posição do vaticano; Se o
clero é contra o aborto de anencéfalos, os radicais voltam a latir contrários
aos posicionamentos dos velhinhos de Roma. Nessa toada, de 70 pra cá, os "progressistas", mesmo a igreja católica indo contra, conseguiram avançar os
passos até o aborto, que se observa hoje em dia. Os
católicos iam contra cada passo dado pelos esquisitos, justamente para evitar
assassinato de fetos, o que já acontece até os dias atuais. E onde estavam os evangélicos até
hoje? Quietos.
O silêncio dos protestantes é explicável: Os antagônicos atacam a igreja
católica e os “irmãos” de fé caem no colo dos evangélicos. Simples não? O
problema é que esse erro de visão deflagra uma perda de todo o cristianismo e
não só da igreja católica. É notório saber que, enquanto a igreja católica
perdia fiéis, os evangélicos cresceram neste período a contento. O problema é
que os ateus, os espíritas, os budistas, os islâmicos e outros também
cresceram. O fato é que o cristianismo,
nos últimos 40 anos, encolheu! Ser omisso ao ataque que a igreja católica leva
dos contrários é um tiro no pé para os evangélicos.
Para critério de sofismo, Lênin no começo do século XX já destacava a teoria das tesouras, em que a
briga do ideal ficaria entre os socialistas, mas não perdendo o elo de uma sociedade
inteiramente comunista, a ditadura do proletariado. Levando em conta o exemplo anterior, seria entendível os evangélicos abraçarem a totalidade dos fiéis católicos, ao saber que iriam de fato para o protestatismo, desde que
houvesse a estratégia das tesouras do cristianismo. O problema é que o
cristianismo no Brasil entrou em colapso, e o católico desgarrado vira até
ateu, assim como vira evangélico, o que mostra que, ao contrário do que se
esperava, outras doutrinas cresceram e agora são ameaçadoras para o próprio Luterano, Calvinista, protestante de qualquer outra vertente, e etc.
Para ter efeito ou pelo menos amenizar tal problema, o protestante deve
por obrigação defender o cristianismo, o que significa, por que não (?),
defender o católico e a representação máxima, o PAPA. Os protestantes também
devem se unir para que a massificação seja forte. Não importa se há
divergências aqui ou acolá, o importante é defender a causa cristã, de Deus. Na
representatividade de influente, o pastor deve defender os escritos sagrados,
assim como os fazem todos os pares do “exército de Deus”.
Mas infelizmente os pastores são curto-prazistas, pensam somente no hoje,
no agora, enriquecendo às custas da fé, sem dar nem mesmo em troca a defesa das escrituras sagradas e das instituições religiosas cristãs. Tal cenário mostra que a longo prazo o Brasil tenderá em até mesmo
deixar de ser cristão, pois os contrários vencem pela omissão dos religiosos,
que, de tão cegos pela ascensão monetária, fogem dos debates achando que tudo se
resolverá por si só. Pastores deste tipo não almejam legado algum, nem mesmo
uma melhora da sociedade pela crença, apenas o reconforto do mesmo período, seja do
fiel que clama o milagre no mesmo momento, seja o pastor que se reconforta com
a situação.
Pelo menos os velhinhos de Roma, vez ou outra, ficam desconfortáveis com
a situação e reclamam dos ataques contra os religiosos. Já o pastor de igreja
qualquer se reclina na miopia do conforto, sem defender nada, nem eles mesmos.
Desse jeito, o cristianismo no
Brasil acabará. O que significa acabar também, por questão óbvia, com o
protestantismo.
O trabalho O erro de visão dos evangélicos de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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