Por: Júlio César Anjos
O pluralismo cria situações embaraçosas, caricatas, e engraçadas. A
organização social é espontânea, cada pequeno grupo de pessoas, ao formar
equipe qualquer, entrelaça os mesmos anseios, sob as mesmas perspectivas de
agir, com apoio em tal ação, a dado momento. As pessoas são livres para
escolhas, vastas opções ao dispor do cidadão. Gera-se leque de oportunidades
ocasionadas pelo micro sistema organizado da associação.
Estar em um grupo qualquer é ter os mesmos anseios, pensamento de vida
igual, determinado pelos mesmos objetivos estabelecidos em vida. Individuo
qualquer escolhe o lugar a morar, família a gerar, o lazer a satisfazer, idéia
a defender, objetivos a conquistar. São escolhas que perfazem as associações,
como igreja (ou não), associação de moradores, time de futebol a torcer,
labutar em determinada empresa, fazer parte de algum clube – seja de lazer e/ou
de estudos e etc. -, escolher também amizades que satisfazem entre o equilíbrio
das defesas e qualidades em criar alianças de todos os tipos.
Escolher a amizade é fazer parte de uma associação, o clube do bolinha,
ou a gangue do “the warriors”, não importa, o fato é que cada cidadão escolhe
amizades pelas afinidades, ao convergir mesmos anseios. As amizades estão nos
grupos associativos e cada um dá o tom de importância à organização social da
forma que quiser, não cabendo até mesmo julgamento sobre tal decisão.
Mas os laços de amizade seguem uma regra básica:
Amigo do meu amigo é (pode ser)
meu amigo:
O amigo do seu amigo coaduna-se porque há mesmas premissas de
pensamentos, afinidades semelhantes, com boas chances de existir laços de
amizades, embora não seja uma regra e às vezes aconteça o inesperado de não
haver amizades em tal situação.
Inimigo do meu inimigo não é necessariamente
o meu amigo:
Só porque alguém não gosta do seu inimigo, o que assegura uma
compatibilidade, não significa que haja amizades por causa das rejeições, pode
acontecer do inimigo do seu inimigo ser até pior que o seu principal algoz.
Inimigo do meu amigo não é
necessariamente o meu inimigo;
Aqui nota-se que o foco não está direcionado a você, mas um terceiro, o
seu amigo, que possui algum problema com alguém. Muita gente diz que amigo não
aparta briga, sai na voadora, o que é errado porque tal pessoa não está
ofendendo diretamente a você, mas sim o seu amigo, ou seja, uma coisa não tem
nada a ver com a outra. Por mais que seu amigo seja legal, não é de bom grado
sair comprando briga dos outros, pois pode ser que seu amigo seja o errado e
estarás somente sendo uma pessoa feia, com amigos estranhos.
Amigo do meu inimigo é meu
inimigo:
O instinto de autodefesa clama pela desconfiança. Estar com o pé atrás
sobre as alianças que seu inimigo faz pode indicar intrigas utilizadas contra o
individuo. Por isso que se deve ficar atento aos laços de amizades do inimigo,
deixando-o como um possível algoz em um futuro próximo, já que detém afinidade
com o adversário e, sendo assim, podem ser que possua algum elo de semelhança
divergente aos s preceitos.
Diante dos argumentos, há a necessidade de criar, dentro de um grupo
qualquer, elo de coleguismo. Um grupo de torcida de futebol, por exemplo,
haverá pessoas com divergências no campo político, ideológico, diferenças entre
casados e solteiros, homens e mulheres, héteros ou não, extrovertidos e
conservados, legais e chatos. Mas o foco principal é torcer pelo time. Então há
certo acordo de paz para manter a organização social para determinado fim,
se não houvesse tal respeito e a regra básica em ter afinidade pelo time,
certamente não haveria torcida por causa do caos social.
Cada cidadão é autor e ator social em um determinado grupo. Cada
indivíduo decide qual será a renúncia perdida em detrimento da escolha feita. E cada um promove ou extingue quem quiser da vida,
fazendo as escolhas de amizades e coleguismo. Às vezes há a necessidade de
relevar certas situações porque o grupo é mais importante que picuinhas entre
membros, o que destaca crescimento não só no grupo, como também uma projeção de
melhora em toda a sociedade.
No meu caso, por exemplo, os meus amigos estão ligados às premissas de
pensamentos políticos que coadunam com os meus ideais. Não tenho amigo que
divirja politicamente comigo, embora tenha colegas de partidos antagônicos na
qual torcem pelo mesmo time que o meu, rezam na mesma igreja que eu professo a
fé, vivam no mesmo bairro em que eu moro.
Mas cada um é cada um, e devem-se respeitar as escolhas e defender a
pluralidade de tudo, pois é só das multiplicidades que há um avanço social.
O trabalho Laço de Amizade de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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