Por: Júlio César Anjos
Os pobres de espírito e espíritos de pobre sempre dizem que a culpa é da
elite dominante, da direita demoníaca, dos capitalistas tiranos e da sociedade
que é alienada. Para o medíocre a culpa é dos outros e não do próprio indivíduo.
Joga-se o problema para terceiros e dissemina defeitos em outrem. Mas , o fato é
que na maioria das situações, uma coisa não tem nada a ver com a outra, e, na
verdade, a culpa às vezes é do próprio sujeito, do próprio cidadão.
A esquerda vive tentando convencer que a pobreza é causada pela existência
do rico. Na teoria até soa como verdadeira a acusação praticada pelos comunas,
mas o fato é que a riqueza de um barão não necessariamente obriga a pobreza de
uma pessoa, de um povoado, e/ou de toda uma região. Na verdade, alguns
poderosos até pensam sobre conseqüências do próprio capital ao gerar uma crise
qualquer. Os problemas econômicos de uma nação, por incrível que pareça, não refletem
somente no pobre coitado que não tem onde cair morto, o capitalista também
sofre as conseqüências de um mau resultado dos ramos de atividades de um país
qualquer.
O capitalista precisa do proletário, além da força de trabalho, também
como um agente que impulsiona consumo. Ao pagar o maior salário no começo do século
XX, Henry Ford justificou-se da oferta graciosa ao explicar que, para comprar
um carro caro, há a necessidade de o funcionário ganhar altos proventos, já que
um carro custa caro mesmo e se ninguém receber bons bônus, ninguém poderia
comprar os carros da empresa de motores. Ou seja, para o capitalista é
interessante que o trabalhador receba bem, e não ao contrário.
Na história, as evidências de salários incompatíveis ao sustento recaem
sobre as políticas estatistas, forçando o conterrâneo a ser um escravo do chefe
de Estado, ao passo que coloca a culpa no sistema capitalista, o que está mais
provado que é um pensamento errado. Já pensou se alguém matasse Henry Ford antes
mesmo de ter tal concepção? A idéia do Ford é simples, objetiva e deriva da
verdade que o trabalhador também é um consumidor e tem que ganhar bem, sempre ser melhor remunerado.
Outro fator que mostra o pensamento errado, da existência dos ricos como
problema para a sociedade, escancara quando ricos morrem em desastres
quaisquer. Em 1988, na baia de Guanabara, o Bateou Mouche afundou e matou vários
ricos na hora, o náufrago da embarcação matou os nobres, mas Tal ação não
objetivou a melhora das favelas do Rio de Janeiro só porque os ricos morreram.
Tal cenário mostra uma situação lúdica: Suponha que o Brasil decida fazer
um holocausto dos barões e, com isso, sugira matar todos os ricos de uma só
vez. Prendam os nobres, os coloquem em navios, e os mandem afundar em embarcações para que morram todos os “porcos capitalistas neoliberais” mar
adentro. Após a morte dos ricos, a sociedade verificará se o povo brasileiro
melhorará depois da tragédia ou tudo ficará normal. Na teoria vomitada pelos
esquerdopatas a ação deflagraria em outro país, muito melhor e mais justo que
outrora. Mas na prática nada mudaria no curto prazo, e o país sofreria conseqüências
no longo prazo, porque até fazer novos players do mercado a nação perderia a
ordem e o progresso (se é que já teve algum dia), um norte para um melhor
porvir.
Tal assertiva faz-me lembrar dos relatos da época de Robespierre, em que
o "povo Francês" expulsou os barões e as conseqüências foram somente saques, roubos e
caos social pelos socialistas da época (Fim da era renascentista e começo da era contemporânea).
É ululante saber que para haver uma melhor justiça social a distribuição de
renda deva ser mais equivalente, mas nada justifica ser um genocida de uma
classe inteira para acreditar estar certo em um pensamento errôneo como o do
socialista. Há sim justificação plausível para coibir qualquer caso de escravidão
que seja empregado na sociedade, pois a evolução determina um melhoramento das
pessoas a fim de eclodir o bem-estar social e a felicidade. Até porque a
sociedade impede que o capitalista faça o cidadão de escravo, mas até agora não
entendeu que não é livre porque há outro carrasco se fazendo de bonzinho: O
Estado.
Portanto, enquanto a sociedade não entender quem é o verdadeiro culpado
da escravidão, as pessoas continuarão a fazer o holocausto dos barões - não de
forma física, mas política da situação -, arruinando a sociedade a um passo de
cada vez. Todo dia morre rico no Brasil, e o país continua na mediocridade de
sempre. Que todos entendam que holocausto conceitual também é crime e piora
toda uma nação por não saber atacar quem são realmente os responsáveis. Por isso que a violência, oriunda da guerra de classes, não se justifica. Aliás, violência alguma justifica o fim, o resultado final.
O trabalho O Holocausto dos Barões de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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