Por: Júlio César Anjos
A notoriedade em saber que a classe média é o motor de qualquer sociedade
é chover no molhado, a “classe” dos medianos é quem determina o sucesso ou um
fracasso do país. Como se fosse um termostato de quentura de oportunidades,
quanto mais ardente uma nação, mais rica a será, pois o morninho ou a frieza de
uma economia só determina insucesso e derrota no crescimento humano e material de tal comunidade.
Há de pesar que no Brasil a banda seja um pouco diferente. Os burgueses
apoiam um governante caso as benesses flertem com as necessidades dos
remediados, até seguem em frente e defendem tal representante do povo atual
que, de fato, governe para tal grupo social. Neste contexto, enquanto houver
engodo, o cardume não sai do lugar, é cômodo estar ali só esperando as
especiarias da gestão atual, com favo de mel suculento, agraciam com a pujança
da continuidade do bem-estar, não se importando com o rumo da nação, e as
condições desfavoráveis a surgir.
O problema é quando o céu fica nublado, o recurso fica escasso, e a falta
de atribuição financeira concretiza-se como um comunismo da falta de dinheiro.
Neste ponto, a classe média abre o bico de Chupim no ninho alheio, sendo até
mesmo oposição ao governo que outrora apoiou. A partir deste instante, a
cobrança fica evidente, como se tal reclamatória fosse algo normal, de longa
data, gritaria de quem até pouco tempo era a favor e, pela falta de estímulo
($), resolveu atacar quem no passado tanto afagava.
Como base de exemplo, a título de curiosidade, no fim da era renascentista e começo da era contemporânea, a classe
média, vulgo burguesia, era tachada tanto pelos barões quanto pelos plebeus como
pântanos, pois era costumeira a mudança de lado conforme os benefícios, após
utilizar-se da balança de mensuração do conforto da felicidade dos pares. É como
se fossem um pára-brisa com temporizador, ficam de um lado o tempo suficiente
para toda a sujeita se instalar, para depois mudar de lado e dizer que limpou a
bagunça, como um pára-brisa que dá visibilidade ao motorista, por afastar a água
da chuva.
Certa vez, duas pessoas de classe média conversando sobre política, estavam confabulando
sobre a situação da classe media perante o governo atual. Lá pelas tantas um
rapaz se vira para o outro é diz que os burgueses eram contra o PT. De pronto o
outro rapaz responde que não, pois o PT governa para a burguesia, ou seja,
satisfaz o pântano, ao passo que ganha popularidade do povão, pois a válvula
mensuradora de uma nação é a classe mediana.
Qual será, então, o próximo passo que a classe média dará na eleição?
Acredita-se que se levantarão contra o PT. Mas é só suposição, pois, como se
sabe, basta o PT agraciar os burgueses que tudo fica resolvido, é a compra de
uma sociedade inteira para manter do lado da situação. E a oposição? Bem, para
a oposição só resta esperar o pára-brisa trabalhar para que a classe média
fique ao lado de quem está indignado com o modelo de condução atual do país.
A classe média é a que mais trabalha nesse país... Em todos os sentidos.
O trabalho A classe média pára-brisa de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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