Por: Júlio César Anjos
A humildade e a arrogância possuem características, diferenças físicas –
materiais-, e comportamentais. O cidadão, como um ator no cenário social, atua
como um artista que representa o texto escrito pelo próprio personagem, autor
do próprio roteiro da vida. E no aspecto material, o envólucro determina desde posição social até figurino de bastidor de comunidade qualquer, de vários antagonismos imagináveis.
A plumagem dos comportamentos exibe diferenças entre as formas de se
vestir. Os elementos fundamentais das ações derivam em uma simetria entre o bem
e o mau, entre o fraco e o forte, o humilde e o arrogante. Ser bondoso é
elegante e possuir maldade é démodé. A diferença requer um traje a rigor, por
isso que os extremos possuem padrões, a finesse clama pela vestimenta de fino
trato e o diferente flerta ao acachapante estilo grunge. Todavia, quem decide e
veste a roupa que prefere é você. Cada indivíduo é o conteúdo materializado em
uniforme, o maltrapilho de qualquer estação ou o terno com colarinho branco do
recalcado ancião.
Doravante aos fatos, Prefiro a fraqueza em que posso manipular; à força
que não posso domar. A humildade é a virtude da fraqueza e o orgulho é a cólera
da força. A subserviência de comportamento sustenta a tese de não maltratar
terceiros, controlando o âmago, a fim de cultivar os laços fraternais. Já a
arrogância das atitudes destoa a quimera da superioridade banal, uma grandeza
superficial, sem sustentação concreta, anormal.
E nessa leva, O mendigo é fraco o bastante para não se matar, mas é forte
até demais para não ferir outrem. Então o excluído da sociedade possui a
fraqueza para domar, mas também não aflora a força destruidora. Se todo mundo
que fosse mendigar constituísse de veneno geral, certamente deflagraria o caos
social. Então o mendigo dorme ao relento, tão dormente que aquieta a cidade
dopada.
Já o colarinho branco não se importa em mostrar o rolex, o materialismo
transborda a petulância, e o arrogante dá carteiradas por simples diversão, por
que não tem nada para fazer, a atividade é satisfazer-se com a grandeza
artificial. Impõe somente o que gosta de fazer, nada escuta, nem bom conselho
dá ouvidos, acredita ser onisciente perante os demais, um Deus transformado em
humano, que tal? E é por isso que os governantes e os oportunos tentam
manipular o indomável, o que escancara parada geral.
Força sem controle é caminhão desgovernado; E humildade sem atitude é
paraíso não desbravado. Não adianta proferir aos cantos ser humilde se não
pratica tal ação, a aclamação cai em descrédito por não haver uma prova, um
fato concreto de tal aptidão. E arrogante sem motivo é ignóbil metido a besta,
um feio arrumadinho que se acha a última fruta da cesta. O âmago do ser tem por
obrigação aflorar ao aspecto físico e de atitude do persona, caso não atinja o
casamento entre o sentimento e a ação, só haverá de fato uma hipocrisia, e só.
No filme nacional da vida o naturalizado é você. Trabalhe firme e forte para manter a crença,
reluza o acreditar ao aspecto comportamental, criando atitudes e materialidade
do valor. Seja um humilde arrogante, pois, como se sabe, todos possuem a simetria
dos vícios e virtudes, basta saber qual faísca do sentimento interior causará
combustão de ações. Após convergir a tal ponto, aí sim a pessoa saberá quem ela
realmente é. Até lá só existirá, na verdade, demagogia, nada mais.
O trabalho Humilde arrogância de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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