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O protesto do capitalista


Por: Júlio César Anjos


Dançam os sinalizadores, um protesto emerge, assim as plaquinhas se movimentam com as frases de poucas palavras, cambaleiam uniformemente, marcham de um lado para o outro, sincronizam o manifesto do pensamento, com ditos de ordem. É triste saber, mas quaisquer uns daqueles cidadãos, os proletários, que blasfemam contra o patrão, não conseguem e não sabem gerir uma empresa como o empresário faz. Ser pedra é fácil, mas ser vidraça é trágico. Levantar a plaquinha é mais cômodo e simples.

Alguém já viu as plaquinhas de protesto cambalear aos sábados e domingos? Até os piquetes possuem o DSR (Descanso semanal remunerado). Os sinalizadores sambam sempre no horário de expediente, no pico do trabalho, mas possuem férias e DSR’s. É fato a ironia: As plaquinhas trabalham muito, por isso o descanso merecido.

Agora, ninguém reconhece o esforço do empresário, em ter que beijar as botas dos políticos, lidar com uma massa influenciadora que cobiça preguiça, fazer negociações exaustivas para manter ou aumentar o tamanho da fábrica, zelar pelo empreendimento, forçar a cada dia a continuidade da entidade jurídica, acordar fora de hora por causa de problemas extraordinários que acontecem na empresa, estar sempre em extrema vigilância, lidar com a inveja e os pecados do homem, consternar-se com as frustrações dos fracassos ocorridos, trabalhar com pessoas, e manter algo que ele é o vilão, no final das contas.

Para entender o protesto do empresário, o sujeito tem que pensar igual ao capitalista, basta fazer o ensaio dos comportamentos e das decisões tomadas, que o resultado demonstrará o manifesto do empreendedor. O antagonismo é escancarado, só não vê quem não quer, pois enquanto um quer o progresso - capitalista, o outro necessita do imediatismo - o proletário. O melhoramento do todo não deveria convergir em luta de classes, mas a política e a doutrinação da nação hoje objetivaram a briga, então o contraditório se escancara.

A regência de um grupo qualquer determina que sempre haja pelo menos uma pessoa acima dos demais. Na religião, o padre está acima dos seguidores; Em um país, o presidente está acima da sociedade; e em uma empresa, o patrão está acima dos proletariados. Não adianta relutar, qualquer conclusão fora dessa contextualização é utopia, esse é o resultado que satisfaz a todos, pelo menos um cidadão há de comandar o todo, para manter a ordem geral.  

O que “a massa” faz é defenestrar o patrão, subjugar o comandante, culpá-lo por todas as mazelas possíveis, criar um vilão que somente o influenciador (o sindicato e o governo) enxerga. Mas o chantagista é engenhoso, consegue criar um ambiente hostil contra o empresário, que fica a mercê dessa gente desvalida. O capitalista, vendo tal cenário, nada faz em um primeiro momento, reflete sobre o contexto, e toma decisões sobre os acontecimentos.

Ninguém nunca viu capitalistas com plaquinhas na frente do palácio do planalto reivindicar algo, ou mesmo sair às ruas blasfemando e exortando raiva a todos, muito menos criando animosidade entre pessoas em geral. O que o capitalista faz é simplesmente fechar a empresa, determinar falência, e ir empreender em outro lugar, num território qualquer que aceite o progresso do empresário, por saber empreender, inovar, criar... Fazer!

O maior protesto de um capitalista é fechar a empresa. É nessas horas que se vê a importância do empreendedor, quem é inimigo de verdade do povo, porque o negócio acabou. E as verdades escancaram como chegou o fim do empreendimento, onde aconteceu o problema, quando (em que período) aconteceu a falência, o que determinou a descontinuidade da fábrica ou do comércio etc.

E aí descobrirás que o empresário, por mais vilão que seja, cria emprego e prospera a nação, já sindicalista e governo só sabem atrapalhar a evolução da nação. Deve ser por isso que a elite dominante hoje é o político e não mais o capitalista, o povo acreditou que o empresário é o tirano, o vilão da história. Verás na memória muitas pessoas frustradas por terem sido ludibriadas por pessoas que não produzem nada.

Esse é o protesto do capitalista, sem chantagem, sem manipulações, sem inverdades, somente descontinua o negocio e mostra em fatos qual é o verdadeiro problema da nação. Como protesto, fica a dica: toda crise é gerada pelo governo.

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O trabalho O protesto do capitalista de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.

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