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A marca



Por: Júlio César Anjos

Recentemente um estudo mostrou que a cada 10 executivos 09 acham que a marca é somente o logotipo de uma empresa. O fato se faz, com certeza, que logo é marcador. Então a sentença é, em parte, verdadeira. Os executivos sabem somente o básico do registro, se atentam apenas ao padrão do conceito, esquecem das delongas explicativas mais aprofundadas do preceito chamado marca.

Marca, para quem não sabe, é cicatriz. É na formação do sinal que muitas perguntas ficam a divagar a cabeça das pessoas, muito embora os registros da deformação mostrem fatos. A resposta que uma cicatriz fornece pode indicar: a questão de tempo, tipo, formato, personificação, material utilizado, e o registro. Uma cicatriz faz contar história, é muito esclarecedor, deriva de ação praticada e divulga algo que foi cometido, que aconteceu.

Uma criança nasceu após ter feito cirurgia no ventre da mãe. A marca da operação mostra que a cirurgia foi feita há pouco tempo, um corte pequeno, com a ferramenta Bisturi, uma linha reta entre o umbigo e a genitália, com poucos pontos a serem feitos, a fim de salvar a vida do feto que acabara de ser gerada. A marca da cicatriz de um simples bebê, embora seja uma história breve, já conta vários relatos.
  
Um senhor aposentado de guerra mostra os furos que têm nas costas.  As cicatrizes provocadas pelos estilhaços da bala, além das cirurgias para removê-las, mostra o sinal causado pelas lutas de outrora, registros de momentos passados que machucaram profundamente o soldado idoso. O formato é de um risquinho com um buraquinho no meio, parecem vários saturninhos, são marcas que mostram a sofreguidão da luta em combate. O senhor é idoso e a luta foi na juventude, mostrando a contabilização do tempo, períodos que mostram a marca cada vez mais enrugada, perdendo-se às pelancas da moleza da pele. Fica registrado nos autos muitas histórias de guerrilha, combates e mais combates no fronte de batalha.

Já um gado, ao ser registrado em um sítio qualquer é marcado. Gado marcado a ferro quente, tudo registrado pelo marcador antiquado, de era medieval. Ali consta o código de barra dos números que tudo dizem: qualidade do gado, quantidade, se é bezerro ou de leite, novo ou velho, de abate ou exposição.  Geralmente são números e/ou letras, mas em algumas vezes os gados são marcados pelos emblemas dos pecuaristas e afins.

Uma empresa qualquer deve ter uma boa marca para manter-se no mercado.  Uma marca de uma empresa diz se ela é uma instituição nova ou antiga, está qual é o real posicionamento dela, trabalha com qual tipo classe social, se é de atacado ou varejo, se é perecível ou não, boa qualidade ou não, barato ou caro, pequeno ou grande, local ou internacional, específico ou diversificado, conhecido ou desconhecido, curto ou longo-prazista, bonito ou feio, e modelo básico ou específico. Uma vez feito o emblema em uma empresa qualquer, a corporação tenderá a divulgar, via sinal representado, o logotipo, como se cicatriz fosse, o tipo, formato, personificação, material utilizado, o registro e o tempo que tal marca proporciona aos clientes.

Este blog, por exemplo, é específico para leitores que gostam de política, que sejam da classe média, com o formato de textos atemporais, com 3 publicações por semana, posicionado como blog informativo. A cicatriz deste blog é deixar a marca através de textos reflexivos, atemporais e dinâmicos.

A marca nada mais é que uma cicatriz.

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O trabalho A Marca de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/2012/10/a-marca.html.
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