Por: Júlio César Anjos
Esses dias trocando papo com os intelectuais de boteco - papo vai e vem
-, tudo sobre a China, tema sobre a baixa da inflação que não ocorria de tal
maneira há 2 (dois) anos, e assim surge a grande conclusão: “Agora a china
melhorará porque o governo controlou a inflação”. Um governo pode sim controlar
a inflação, um exemplo disso é o Brasil do FHC, mas a situação em que se
encontra o país asiático, e tal sistema econômico praticado por lá, condiciona
a uma conclusão que não é um melhoramento da crise, ao contrário, é um aumento
de crise a curto e médio prazo.
Os esquerdopatas utilizaram de fontes secundárias concisas e confiáveis
para chegar à conclusão que poderia ser verdade, se o sistema fosse simples.
Disse um deles que o governo controlou a inflação porque atacou o mercado
especulativo e domou a bolha imobiliária, como se isso fosse possível, o
governo com uma varinha de condão resolver todo o sistema engendrado de uma
economia de um país qualquer. O desaquecimento da economia que provocou a
desinflação não foi somente obra do governo ditatorial da China, mas também dos
problemas causados por ordem até mesmo cultural dos asiáticos.
A China, ou país asiático qualquer, é a catástrofe de Smith (Adam). A cultura do chinês é da parcimônia, seja
social ou econômica, não importa, o fato é que por vários momentos difíceis que
tal povo já passou, o resguardo é uma prática vivencial do asiático. Tal medo
de problema futuro faz o povo se poupar hoje para não sofrer a longo prazo,
pois nunca se sabe o dia de amanhã, a crise é uma coisa terrível, ainda mais
para um país com uma população enorme como a Chinesa. Mediante aos fatos, o chinês tem um alto
estoque per capta de poupança, o povo não consome à revelia por medo de agouro
ou de tempos ruins vindouros.
A redução da inflação que a mídia míope retrata e a
desculpa que os governantes proferem não faz sentido, pois a estagnação está
ocasionando desinflação, as pessoas não estão girando a roda do consumo e a
economia está travando justamente pelo medo do povo em consumir hoje, já que
vem crise por aí. Se a farra de Keynes gera crise, a depressão de Smith também
gera problemas na economia. A cultura do chinês, nos tempos de crise, só agrava
mais ainda a economia do país, ainda mais se tal governo adotar consumo como
alavancagem de crescimento.
E o maior medo dos players que querem a recuperação da china está
justamente na desinflação, não da situação momentânea, mas sim do percentual
baixo de redução de inflação, o que faz a China ficar em uma dicotomia
negativa: se fizer o confisco criará uma inflação sem precedentes e
esvaziamento de divisas para fora do país, saindo do controle a economia por imenso
galope da inflação; se continuar do jeito que está a economia quebra
simplesmente porque começará a onda de desempregos e falências, fazendo com que
o povo utilize a poupança para despesas correntes, empobrecendo o povo somente
para pagar conta e viver na escravidão econômica.
A China está na dicotomia da quebra de Keynes ou da depressão de Smith. O
que fazer então? A resposta é nada. Deixa o ciclo econômico voltar a girar e, aí
sim, a China voltar a produzir em escala e comprar commodities de país subdesenvolvido como o Brasil, por exemplo.
Uma coisa é certa, a crise chinesa não
terá jeito a curto prazo, a médio poderá ser satisfatório se mantiver a calma,
e será um caos no longo prazo se implantar o método Keynesiano. O sistema Smith
é ruim neste momento, mas ao longo prazo nada melhor que a parcimônia, ou seja,
que a crise aconteça de modo ciente hoje para amanhã o próprio chinês não
sofrer as conseqüências.
Mas a desinflação não ocorreu por causa das medidas do governo não, isso
aí é lorota de gente que gosta de governo (estado) grande, é coisa de
ditadorzinho de esquerda.
Artigo: http://efeitoorloff.blogspot.com.br/2012/01/quarta-keynes-keynes-x-smith-conflito.html
O trabalho A Economia Chinesa de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br.
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