Resumo do Livro o Príncipe - Maquiavel, por Júlio César Anjos
CAPÍTULO
I - DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS E DE QUE MODO SÃO ADQUIRIDOS.
Todos os estados e governos que tiveram
autoridades sobre os homens foram ou são principados ou repúblicas.
Os principados são: ou hereditários,
quando seu sangue senhorial é nobre; ou novos.
Os novos são embrionários ou como membros
acrescidos ao estado hereditário, em que o príncipe adquire. Esses domínios
estão acostumados ou a submeter um príncipe ou ser livres, sendo adquiridas com
tropas próprias ou de outrem, bem como pela virtude ou pela fortuna.
CAPITULO
II – DOS PRINCIPADOS HEREDITÁRIOS
O príncipe natural tem menos razões e
motivos para ofender, onde se conclui que é mais bem quisto que outros
príncipes.
CAPÍTULO
III – DOS PRINCIPADOS MISTOS
Nos principados novos, o príncipe é
colocado no poder por causa da situação ruim no presente e a esperança de um
bom futuro, mas logo as expectativas caem e o príncipe sofre resistência por
parte dos colaboradores e da população.
Caso o príncipe antigo seja destituído por
outro novo, o Príncipe novo é destituído com maior facilidade pelo sangue do
antigo. O príncipe antigo retoma o poder e para sair do poder novamente é
necessário que tivesse contra si o mundo todo para destituí-lo outra vez.
Estados conquistados ou possuem a mesma
língua e província ou não. Os povos de mesma província e/ou mesma língua são
mais fáceis mantê-los em ordem, basta não fazer mudanças drásticas nos usos e
costumes.
Há a necessidade de extinguir a linhagem
do antigo rei (matá-los) e não alterar impostos e nem leis.
Já províncias com línguas, costumes e
leis diferentes, deverá haver uma boa habilidade para manter-se no poder.
Uma opção é o conquistador habitar essa
região, pois pode ver as desordens e, rapidamente, consegue reprimi-la. Já longe
do principado a informação pode chegar tardiamente e o príncipe pode perder o
controle.
A residir no novo principado, o
principado não é saqueado pelos subalternos e com a presença do príncipe os
recursos tornam-se mais fáceis, o que torna o novo príncipe amável.
Uma forma para controlar o novo
principado são as colônias. Esse mecanismo é mais barato e o único desconforto
são os despejos de alguns moradores dos povoados. Mas esse artifício causa dois
fatores: Empobrece as pessoas que foram despejadas e o resto da população fica
com medo de que ocorra a mesma coisa com elas.
Já o controle militar, além de ser mais
caro, é mais ofensivo para a nova colônia porque desbanca muito imposto e torna
o habitante em inimigo.
Outra forma de controle se dá através da
amizade com os menos prestigiosos – sem aumentar o poder deles - eliminando os
poderosos para não adquirirem conceito (poder).
Conhecendo bem e rapidamente os inimigos
e aqueles que o atingem, com maior facilidade consegue-se contornar a situação
e manter o controle. Exemplo da tuberculose.
Guerra não se adia, se evita ao máximo. E
Maquiavel exemplifica os erros cometidos pelo Rei Luiz ao invadir uma colônia
na Itália. Luiz conseguiu invadir a colônia e, por medo, além de conquistar a
colônia, conquistou dois terços da Itália toda. O erro do Luiz não foi de
estratégia militar, mas política. Luiz deu força para um inimigo, o clero, e
dividiu o reino com o rei da Espanha. Cinco erros cometidos por Luiz: Eliminou
os menos fortes, aumentou na Itália o prestígio de um poderoso, colocou um
estrangeiro poderoso no poder, não habitou a colônia tomada e não instalou
colônias.
CAPÍTULO
IV – PORQUE O REINO DE DARIO QUE ALEXANDRE OCUPARA NÃO SE REBELOU CONTRA SEUS
SUCESSORES APÓS A MORTE DE ALEXANDRE.
Os principados têm governado por duas
formas: ou por um príncipe, sendo todos os demais servos; ou por um príncipe e
por barões.
Os governados por príncipe e servos, o
povo obedece a um ou outro por instituir alguém a dá-lo poder e não por amor e
benevolência.
Um exemplo a ser citado pode ser visto ao
reino turco que o atacante deste reino nunca terá apoio de líderes da região.
Não há a figura do príncipe natural ali e pode ser difícil de conquistá-la,
porém é mais fácil de manter-se. Pois, após a conquista, o novo príncipe só tem
que manter o sistema, porque os escravos são poucos corruptíveis e, com pouco
poder de persuasão, arrastariam todo o povo para si.
Já na França, com os barões, em que se
pode facilmente invadir o local, obtendo apoio de algum barão, em que facilita
o acesso da vitória. Mas para administrar essa região, o novo príncipe
encontrará muitas dificuldades, pois os barões exercem influencias e as
colônias mudam de lado, tornando difícil o controle e o poder. Diferente do
caso turco, onde não há lideranças regionais e nem sangue real.
Exemplo: Filme Robin Hood em que algumas
colônias inglesas esmiuçaram ir contra o rei Felipe, mas no final lutaram junto
com Felipe contra a França.
CAPÍTULO
V – DE QUE MODO DEVE-SE GOVERNAR AS CIDADES OU PRINCIPADOS, QUE, ANTES DE SEREM
OCUPADOS, VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS.
Os povos conquistados já com leis há três
hipóteses para controle: arruiná-los, habitá-los pessoalmente e deixá-los viver
com suas leis.
A destruição é o modo seguro para
conquistar. Os povos que auferem liberdade nunca deixariam ser conquistados sem
destruição, pois qualquer crise já colapsaria em lembrança dos antigos reis,
dos tempos antigos e das tradições.
Mas um povo também que não reconhece um
príncipe, dificilmente o reconhecerá caso o conquiste e com isso dificultará o
controle da região também.
Nas repúblicas há de tudo, povos que
aceitam serem dominados e povos que lutam até o fim pela liberdade. Então o
caminho mais seguro é destruir ou viver na região.
CAPÍTULO
VI – DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM COM AS ARMAS E VIRTUDES PRÓPRIAS.
Novos príncipes e principados novos
correlacionam-se por sorte e por virtude própria.
Àqueles que tornaram príncipes por
virtude, a única sorte foi à ocasião e o bom proveito tirado dela. Os príncipes
virtuosos com a sua própria espada empunhada tiveram mais dificuldades em
dominar regiões, mas mais facilidades em mantê-las no poder.
O maior obstáculo para manter o poder são
as novas tendências políticas e de organização social. A coisa mais difícil é o
chefe introduzir novas ordens, pois os antigos tinham vantagens sobre tal
sistema de organização e encontra fracos defensores, no momento, em que das
ordens se beneficiam. A dicotomia se apresenta por dois fatores: as leis
vigentes que podem piorar a situação já existente e a incredulidade por nunca
ter visto algo novo.
Deve-se atentar para que se haja
facilidade na inovação apresentada ou se terá que forçosamente mostrá-la.
Deve-se, então, utilizar também da força
para persuadir os povos, além, é claro, da persuasão por argumentos e política.
Portanto, só na conversa é facilmente refutada a questão.
Não havendo uma segurança para tais
feitos, os inimigos, invejosos e oponentes sentem-se seguros para rebelar-se
contra o principado.
O melhor exemplo para manter um
principado é o caso do príncipe de Seracusa, porque ele extinguiu as antigas milícias,
abandonou velhas amizades, e conquistou novos soldados e amizades. Com isso,
sofreu para mudar no começo, mas valeu a pena para controlar o povo mais
facilmente no futuro.
CAPÍTULO
VII – DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM COM AS ARMAS E FORTUNA DOS
OUTROS.
Aqueles
que com armas e exercito de terceiros viraram príncipes, com pouca fadiga se
transformaram príncipes, mas com muito esforço se manterá no poder.
Esse sistema é concedido um estado
através do dinheiro, ou por graça da concedente. Os domínios do Estado são
volúveis e estáveis: e não sabem e não podem manter a posição.
Não sabem por não serem homens de grande
virtude e não podem porque o estado não tem forças que lhe possam ser amigas e
fieis.
Um estado que nasce depressa não ganha
corpo, não tem raiz (estrutura).
Alexandre VI queria tornar grande duque o
seu filho o Cesar e com isso aproveitou-se da dissolução do primeiro matrimônio
do rei Luiz e enfraqueceu as facções mais diligentes, atraiu os gentis homens
de Roma honrando-os e dando dispêndios, melhorou a qualidade de comando e de
governo, melhorando a qualidade de segurança e política da Romênia e dando
autarquia para fóruns municipais das regiões; e exemplificando em praça pública
cenas para aterrorizar e mostrar o modelo mais eficaz de poder até então, o
medo.
Para mostrar a força, fizeram uma
demonstração mostrando um pau e uma faca ensangüentada para aumentar o nível de
tensão daquele povo sobre algumas investidas contra os patronos.
Pensando no futuro, Cezar fez quatro
mudanças: Extinguiu as famílias daqueles senhores que ele tinha espoliado,
conquistou todos os homens gentis de Roma, tornou o colégio mais seu do que antes,
conquistou mais poder antes que o pai venha a falecer.
O duque conseguiu assegurar-se contra os
inimigos, fez novos amigos, venceu ou pela força ou pela fraude, fez temer-se e
amar-se pelo povo, seguiu e reverenciou os soldados, eliminou aqueles que
poderiam ofender, ordenou por novos modos as instituições antigas, foi severo e
grato, magnânimo e liberal, extinguiu a milícia infiel, criou uma nova e
manteve amizade com reis e príncipes. Único erro foi escolher Júlio pontífice.
Mas mesmo não podendo fazer um papa um dos seus, não deixou também fazê-lo os
inimigos. Tornando ele mesmo a causa de sua ruína final.
CAPÍTULO
VIII – DOS QUE CHEGARAM AO PRINCIPADO POR MEIO DE CRIMES
Agatocles, ingresso da milícia, reuniu
todos os ricos e poderosos da época e em uma reunião do senado mandou matar
todos essas pessoas que poderiam interferir no seu comando.
Já Oliverotto comete parricídio (matar o
pai ou o tutor) para promover-se no poder.
Não há virtude alguma neste tipo de
poder, mas consegue-se resultados satisfatórios por causa das crueldades serem
bem ou mal usadas.
Deve-se aplicar o mal ao extremo e de uma
vez só para o povo ficar com medo; e aplicar o bem aos poucos para que essa
sensação de bem-estar continue por tempos. Um exemplo: Ao conseguir o principado
o rei onera o imposto em mais de 100% no momento da conquista e aos poucos vai
diminuindo até ficar no patamar de 20%. Então, mesmo o imposto estando alto
(20%), o povo vai agraciá-lo, pois a sensação da redução o faz torná-lo um rei
piedoso.
CAPÍTULO
IX – DO PRINCIPADO CIVIL
Aquele que consegue o poder através do
principado civil está exposto a ser destituído com maior facilidade se a
ascensão com a ajuda dos grandes e será dificilmente excluído caso tenha apoio
do povo. Mas quem chega ao poder por causa do povo se vê afastado dos
poderosos. O pior que um príncipe pode esperar de um povo hostil é que a
população o abandone.
O príncipe sempre viverá com o mesmo
povo, mas pode viver sem os mesmos poderosos. Ao príncipe é necessário ter o
povo como amigo, caso ao contrário não terá possibilidade nas adversidades.
CAPÍTULO
X – COMO SE DEVEM MEDIR AS FORÇAS DE TODOS OS PRINCIPADOS
Um povoado bem organizado teria que
dispor de recursos humanos e estrutura para poder defender o território sem
precisar lutar dentro da cidade. Um exemplo de povoado avançado neste sentido é
a Alemanha, pois há recursos humanos e mantimentos para um ano de conflito,
além das estruturas ao entorno da cidade que ajudam a defesa. Além da parte
física há também o povo que defende a terra caso seja ofendido.
CAPÍTULO
XI – DOS PRINCIPADOS ECLESIÁSTICOS
Os principados eclesiásticos se sustentam
pela fortuna ou virtude. São entidades dirigidas por razão superior e a mística
defende este principado. Não se preocupam com tropas, pois o estado depende do
Clero e são independentes até certo ponto dos principados.
CAPÍTULO
XII – DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO AS MILÍCIAS, E DOS SOLDADOS MERCENÁRIOS
Um bom principado deve conter boas leis e
boas armas. As armas que um príncipe defende o seu principado ou são mistas ou
são dos mercenários ou são próprias.
As mercenárias são inúteis e perigosas,
pois podem mudar de lado com facilidade. São muito amigas em época de paz, mas
em época de guerra querem ir embora. Os mercenários ou são excelentes
guerrilheiros ou não. Se forem bons, não se pode confiar, pois aspirarão à
própria grandeza. Mas se forem ruins, o levarão a ruína.
O príncipe deve exercer atribuições do
capitão para influenciar toda a tropa. Os mercenários cresceram em toda Itália devido ao
enfraquecimento da região por ofensas como os saques de Luiz, violentada por
Fernando e desonrada pelos suíços. O crescimento do Clero diminui as forças
armadas e, com isso, há maior necessidade de contratar mercenários e ficar
refém do serviço terceirizado. E todo esse contexto levou a Itália à escuridão
e desonra.
CAPÍTULO
XIII – DOS SOLDADOS AUXILIARES, MISTOS E PRÓPRIOS
As tropas também são mercenárias e são
úteis para si mesmas, pois se perderem a batalha ficam liquidadas e se vencem
ficam seus prisioneiros.
Aquele que não conhece os males de
início, não é verdadeiramente sábio, e sem armas próprias nenhum principado
está seguro, fica totalmente sujeito a sorte, não havendo virtude que o defenda
na necessidade.
CAPÍTULO
XIV – O QUE COMPETE A UM PRÍNCIPE ACERCA DA MILÍCIA (TROPA)
Quando
os príncipes pensam mais na delicadeza do que nas armas perde-se o estado e
cabe ao príncipe pensar e fazer a organização sobre a guerra, pois a guerra não
se impede e sim se evita ao máximo, como dito anteriormente.
Uma das formas de perder o estado é
negligenciar, e o príncipe que não entende de tropas não pode ser estimado
pelos soldados e nem neles pode confiar.
O príncipe, como comandante, não pode
desviar a atenção do exercício da guerra e deve pensar sobre dois pontos: a
questão geográfica da guerra – vales, rios, temperatura, ambiente, floresta
densa ou não e etc. – e isso pode ajudar a conhecer o estado e defendê-lo de
ataques de outros países.
Tendo esse conhecimento, o príncipe pode
“farejar” os inimigos e também consegue descobrir os pontos fracos dos
inimigos, pois o conhecimento do terreno da província é parecido com os das
demais regiões.
Quanto ao exercício da mente, o príncipe
deve buscar informações de guerras anteriores e as práticas que comandantes já
fizeram para vencer batalhas.
CAPÍTULO
XV – DAQUELAS COISAS PELAS QUAIS OS HOMENS, E ESPECIALMENTE OS PRÍNCIPES, SÃO
LOUVADOS OU VITUPERADOS
Um príncipe, se não quiser a ruína, deve
aprender a não ser bom e usar a bondade, segundo a necessidade.
Os príncipes que chegaram a ter sucesso
nem sempre saborearam de uma vitória digna e com ética, pois alguns dos grandes
conquistadores usaram de artifícios que não o tornariam dignos. A ascensão ao
poder, às vezes, se dá através de crimes e/ou utilização de mercenários ou até
mesmo de traição.
CAPÍTULO
XVI – DA LIBERDADE E DA PARCIMÔNIA
O príncipe deve ter atenção sobre a
liberdade. Um rei liberal, que não cobra tributos, não encorpa o povo para tal
agravante e com resultado, quando precisar recolher tributos, tornará a sua
imagem estremecida, pois o povo reprovará tal atitude por ser acostumado a não
pagar imposto. Um príncipe que, mesmo em tempos de paz, cobra impostos, na
época de guerra não precisa passar pelo crivo da cobrança extra, pois já tem
estoque de recursos e sendo assim, mesmo com a guerra, o príncipe não sofre com
uma má imagem diante do povo, em um possível aumento de tributos.
A parcimônia é outro fator importante,
pois o príncipe que administrar bem ao longo dos anos, sem gastar além da conta
e manter as contas em dia, também não sofrerá para conseguir manter tropas em
tempo de guerra sem onerar o povoado.
CAPÍTULO
XVII – DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES
TEMIDO QUE AMADO.
Todo príncipe deve ser mais malvado do
que piedoso, pois parte do princípio que todo humano é falho e para organizar
um povoado precisa-se de mais energia para domar os ânimos de um estado. O ser
humano é simulador, ambicioso e perigoso e usar da bondade contra esse caráter
é facilitar as coisas para os inimigos.
Na época de paz até há clamor por bondade
por parte do povo, mas quando acabar o tempo de paz, há a necessidade de
auto-preservação, e o príncipe já não fica tão aclamado assim.
O homem tem menos escrúpulo e ofende àquele
que te faça amar do que aquele que te faça temer. Enquanto o vinculo pelo amor
pode ser quebrada sem ônus, a não ser a ética, na base do medo a quebra de
confiança se dá através de castigo.
Deve-se abster aos bens alheios, pois os
homens esquecem mais rápidos a morte do pai do que a perda do patrimônio.
Um príncipe consegue ser temido e não
odiado, basta haver justificativa e causa manifesta, caso ao contrário o
príncipe tornará odiado.
CAPÍTULO
XVIII – DE QUE MODO OS PRÍNCIPES DEVEM MANTER A FÉ DA PALAVRA DADA.
Um príncipe deve passar a imagem de ser
piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, mas como freqüentemente ele deve
defender o estado, então, às vezes, deve agir contra a fé, contra a humanidade,
contra a religião e etc.
E sendo desta maneira, um príncipe que
vence e mantém um estado, os meios sempre serão julgados honrosos e por todos
louvados, porque o povo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos
resultados e no mundo não existe senão o povo. Os fins justificam os meios.
CAPÍTULO
XIX – DE COMO SE DEVA EVITAR A SER DESPREZADO E ODIADO
Um príncipe com boa reputação
dificilmente é atacado e deve ater-se para dois temores: a parte interna,
conspiração dos súditos e na parte externa, com os inimigos.
Sempre se defenderá com boas armas e bons
amigos e, tendo boas armas, terá bons amigos.
O temor interno só se abalará ao fato de
problemas externos. Deve-se tomar cuidado para não ser odiado pela maioria.
Um príncipe deve estimar os grandes, mas
não se fazer odiado pelo povo.
Os príncipes têm a dificuldade de
satisfazer os soldados e ficam contrabalanceados em deixar que os soldados
sejam os representantes dos príncipes, pois os soldados tratam a população como
se fossem despojos de guerra e isso fere a imagem do príncipe.
Em contrapartida, o príncipe se vê na
posição de gratidão aos soldados, que eles falem pelo rei, e esse contexto
confuso entre dar ou não direito a representar o príncipe, é que determina o
sucesso ou o fracasso do líder.
O imperador Julio Cesar sabia fazer isso
com maestria, administrava bem Roma e dava certa abertura para Marco Antônio
representá-lo.
Os príncipes devem satisfazer mais o povo
do que os soldados, porque no contexto geral o povo pode mais que os soldados.
CAPÍTULO
XX – SE AS FORTALEZAS E MUITAS OUTRAS COISAS QUE A CADA DIA SÃO FEITAS PELOS
PRÍNCIPES SÃO ÚTEIS OU NÃO
Devem-se armar os súditos porque tornam
fieis e a arma dada ao súdito torna-se sua arma de combate. Caso contrário, ao
desarmar um súdito, isso gera desconfiança e é pior do que se nunca o tivesse
armado; e o súdito acha que o príncipe está duvidando da sua capacidade e
confiança. Mas devem-se armar os súditos que estão com maiores perigos e
possuem maiores obrigações.
O príncipe que tiver mais temor do
próprio povo do que dos estrangeiros deve criar muralhas entre as cidades e
aqueles que têm mais medo dos estrangeiros do que do povo deve desfazê-las.
As fortalezas servem para conter o povo
dentro de uma cidade além de protegê-las e cria um espaço físico para controle.
Porém, uma fortaleza é algo que ofende o estrangeiro, uma espécie de barreira,
e isso cria animosidade e pode ser um problema com conflitos, embora seja uma
alternativa de proteção.
CAPÍTULO
XXI – O QUE CONVEM PARA UM PRÍNCIPE SER ESTIMADO
Sempre acontecerá que aquele que não é
amigo procurará tua neutralidade e aquele que é amigo pedirá para que te definas
com as armas. O inimigo, por motivos óbvios e o amigo precisa do apoio. E nessas
horas que dá para analisar quem é amigo de fato e quem não é. O que não é
inimigo, mas também não é amigo só pede neutralidade.
Caso escolha a neutralidade, independente
do vencedor o principado que ficou neutro não terá benefício de nenhuma parte.
Caso escolha um lado, se vencer colhe os louros da vitória junto com o amigo e
se perder não terá muita perda porque o inimigo principal era o amigo.
Devem-se criar festas para o povo e
reuniões anuais com os outros influentes aliados para manter a política viva e
segurar todas as divisões da sociedade – que se dividem desde as artes até
grupos sociais – para mesclar e manter o controle da região.
Um príncipe é estimado, ainda, quando
verdadeiro amigo e vero inimigo, isto é, quando sem qualquer consideração se
revela em favor de um, contra outro. Esta atitude é sempre mais útil do que
ficar neutro, eis que, se dois poderosos vizinhos teus entrarem em luta, ou são
de qualidade que vencendo um deles tenhas a temer o vencedor, ou não. Em qualquer
um destes dois casos será sempre mais útil o definir-te e fazer guerra digna,
porque no primeiro caso se não te definires serás sempre presa do que vencer,
com prazer e satisfação do que foi vencido, e não terás razão ou coisa alguma
que te defenda nem quem te receba. O vencedor não quer amigos suspeitos ou que
não o ajudem nas adversidades; quem perde não te recebe por não teres querido
correr a sua sorte de armas em punho.
CAPÍTULO
XXII – DOS SECRETÁRIOS QUE OS PRÍNCIPES TÊM JUNTO DE SI
A escolha do ministro é fundamental para
garantir tranqüilidade no principado. Existe um método para escolher um bom ministro,
basta verificar se o ministro está mais preocupado com o príncipe ou com ele
mesmo. Caso esteja preocupado com ele mesmo, é fato que pode ocorrer de traí-lo
em algum momento.
Já o príncipe para manter o bom ministro
deve confiar e pensar sempre neste ministro.
CAPÍTULO
XXIII – COMO SE AFASTAM OS ADULADORES
A única forma de guardar-se da adulação é
mostrar que não ofende falar a verdade. Os aduladores e a adulação estarão
presentes sempre que houver cargos de hierarquia.
Um príncipe deve buscar conselhos quando
queira e não quando os outros desejam. O príncipe deve escutar os sábios e não
os bajuladores ou os aliados.
CAPÍTULO
XXIV – PORQUE OS PRÍNCIPES DA ITÁLIA PERDERAM SEUS ESTADOS
As razões foram as armas e a quem confiar
e inimizade com o povo. Na época de paz não pensaram em guerra, e quando a
guerra chegou preocuparam-se em fugir a se defender, achando que o povoado,
cansado da insolência, os chamasse no poder. Essa ultima situação mostra que
após a derrota alguém vai erguê-lo. Isso não acontece e se acontecer o motivo
não é a sua segurança.
CAPÍTULO
XXV – DE QUANTO PODE A FORTUNA NAS COISAS HUMANAS E DE QUE MODO SE LHE DEVA
RESISTIR
O príncipe pode através de estratégia
pretendida e realizada conseguir outros resultados que sejam satisfatórios ou
não, conforme os preceitos que foram fundamentos até o momento. Assim como um
rio que alaga toda a sua margem, um príncipe pode criar diques para conter o
avanço desta torrente, controlando uma força que existe e essa analogia compõe
que tudo está nas mãos de Deus, mas uma parte dos acontecimentos pode ser
controlada pelo homem. Os diques seriam todas as ferramentas que, se bem
utilizadas, podem interferir no resultado final.
Dois príncipes com estratégias diferentes
podem chegar ao mesmo resultado, ao passo que dois príncipes com estratégias
iguais podem ter resultados diferentes.
CAPÍTULO
XXVI – EXORTAÇÃO PARA PROCURAR TOMAR A ITÁLIA E LEIBERÁ-LA DAS MÃOS DOS
BÁRBAROS
Os italianos são superiores no engenho,
na destreza e na força, mas no exército são frágeis por causa da fraqueza dos
chefes.
Seria até bom para a Itália a perda total
de tudo para que a região, depois de quebrada totalmente, possa nascer de volta
e crescer com reformas políticas, novos príncipes, principados e tendências.
A ruína total da região será o aviso que
nada está bom, pois mesmos com as derrotas e vergonhas a mesmice continua
reinando na região.
Como não haverá desgraça, pede-se para
que o príncipe entenda o apelo e que consiga tornar a região forte imitando os
exemplos bons e refutando os exemplos ruins do contexto geral do texto.
Virtude contra furor/Tomará as armas; e
faça o combater curto/Que o antigo valor/Nos Itálico coração ainda não está
morto.
O trabalho Resumo do Livro o Príncipe - Maquiavel, por Júlio César Anjos de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/.
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