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O fim da excelência das Universidades Federais



Por: Júlio César Anjos
  
Com o aumento para 50% (Cinqüenta por cento) de cotas nas universidades públicas, o governo do PT sepulta a educação no Brasil. As universidades perderão a excelência e o Brasil ficará órfão do ensino de qualidade, por causa da progressão de ensino continuado, do nivelamento medíocre intra-alunas e do desestimulo das melhores cabeças em estudar em uma instituição defasada.

Já que tudo no Brasil é culpa da elite dominante, então há de se colocar no lugar de um poderoso para entender o que poderá ocorrer com a concorrência das entidades federais. Pois bem, uma pessoa rica não gosta de perder dinheiro, e o tempo é muito valioso para tal cidadão, o que se destaca à sensação das medidas que tal poderoso determinará. Um elitista, sabendo da conjuntura do país, não entrará em conflito pela política, mas mostrará mediante atitudes que estará contra o atual governo, protestando pelo simples fato de enviar o filho para estudar fora do país. Isso se não deixar o país de vez... Simples.

A classe média se dividirá em dois segmentos: 1) dos que estudarão em colégio particular e estarão fora da cota; 2) dos que colocarão os filhos nos colégios públicos e tentarão fazer o filho passar no vestibular através das cotas, mas pagando cursinho universitário, a fim de burlar o sistema. O problema é que dentro das cotas há várias outras cotas, como a do negro e o cidadão de baixa renda. O aluno da classe média não poderá pagar uma universidade particular de qualidade, e o que restará será: ou estudar em uma universidade particular medíocre, ou tentar passar na pública decadente. E é aí que o bicho pega....

Com as cotas tão disformes, fica claro que o governo não adotará de tal investimento para no final “jogar dinheiro fora”. Haverá, então, uma orientação vinda do governo para os professores, que estabelecerão a progressão continuada VELADA do ensino superior. Até porque gastar dinheiro para aluno não se formar seria jogar pela janela o erário público pago pelo contribuinte. Se contistas passarão, os demais também serão aprovados sem maiores dificuldades, o que retratará o fim da bandeira da excelência que outrora as universidades federais hasteavam.

O nivelamento por baixo da qualidade de ensino das Universidades Federais objetivará em desinvestimentos na excelência de capacitação profissional do professor, o que gerará defasagem dos provimentos dos mestres da atual área, ou seja, o catedrático ganhará menos por não precisar de muita qualificação do cargo, devido à mediocridade. A defasagem salarial já se encontra em processo de execução, tanto é que entidade entrou em greve por meses, a fim de pressionar o governo sobre tal medida.

Algumas universidades privadas se posicionarão nesse novo nicho de mercado, o da qualidade de ensino superior, e, com mensalidades elitistas (classe média alta), servirá a demanda do mercado, atenderá, portanto, às exigências profissionais das empresas e afins. Os professores bons (somente os bons) das universidades federais serão cooptados pelas tais universidades particulares, o que acarretará em uma melhor performance das universidades particulares, que até então “perdiam” em qualidade para as federais. A ineficiência forçada das entidades públicas pode ser chamada de “privêteria” petralha. O resultado será obtido pela subjugação das vagas de emprego das universidades particulares de excelência perantes às públicas medíocres, em outras palavras: o estudante da pública perderá vaga de emprego para o estudante da universidade boa particular.

Mas fique atento, “eleitor-contribuinte-leitor”, o fim da greve dos servidores, e a sanção da lei das cotas hoje, perfazem a engenharia social; O primeiro era mecanismo para tentar asfixiar a opinião popular sobre o mensalão (não deu certo), o segundo é sobre a nova popularidade do governo, pois aumentar as cotas faz o carente continuar fiel aos ideais das causas vermelhas.

E aí o cidadão se pergunta: Mas por que não 100%? (cem por cento). Bom, chegará a 100% (cem por cento), mas o que se destacará serão as medidas a conta gotas, “benevolência” aos poucos, o que faz Maquiavel ficar orgulhoso. Até porque não se pode gastar toda a medida populista de uma vez só, isso poderia ser terrível no futuro, o governo poderia sair do poder, o que os neo-ditatoriais nem sonham no curto prazo.

Existe a exceção, como sempre, o PT não invocará cotas para os institutos de ciência e tecnologia (os erroneamente conhecidos como militares), pois aí sim seria acabar com o Brasil de vez. Porém, tal medida já serve para tornar o Brasil desestimulante nos anos vindouros, o ensino superior no Brasil não é importante, pois é “para todos”.

Portanto é isso, o governo atual não pensará duas vezes em destruir o ensino público para manter-se no poder.  Tudo o que foi escrito são fatos, são os indícios que somente os oposicionistas experientes conseguem decifrar.
  
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