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A insegurança jurídica do mensalão


Por: Júlio César Anjos

Para os petralhas não existiu, para a sociedade honesta a condenação já deveria ter sido efetuada, para os indiferentes a ausência de capacidade de assimilação, para o passado somente a tristeza, para o futuro incerteza. E para os operadores do direito e o judiciário, um dos pilares dos três poderes? Dependendo do resultado, a insegurança jurídica.

O resultado do julgamento do mensalão já está concretizado, a maioria dos malfeitores será inocentada e alguns terão a pena abrandada pela justiça. Tal conclusão não é uma preleção vazia de uma rodada de búzios ou qualquer outra atividade que enxerga o futuro mediante atividades paranormais, é somente a comprovação dos indícios e provas que revelam que muitos ministros estão emparelhados com o governo petralha.

Os ministros possuem somente uma dúvida perante o julgamento do mensalão: Se o resultado negativo para os olhos dos “operadores do direito” honestos afetará a conjuntura do meio profissional. Porque é salutar que o principal prejudicado além da nação será o meio jurídico e o terceiro poder brasileiro. O que a permissividade dos companheiros de toga farão com o mensalão será enfraquecer o judiciário perante o executivo. O executivo subjugará o judiciário por causa de amarra política, e não por um fluxo normal da sociedade em acabar com os outros dois poderes (legislativo e judiciário).

A OAB perderá força, os juízes também, o absolutismo presidencialista se fortalecerá, abrindo precedentes muitos graves não somente para o social como também para o sistema econômico. A tragédia econômica petralha é normal, ninguém que tenha o mínimo de consciência investe nos vermelhos, já que o confisco indireto é uma premissa básica de quem gosta de “estado grande”. Juntando a mediocridade econômica com a fraqueza do judiciário, a entrada para pensamentos atrasados será facilidade pela falta de equilíbrio no poder, já que o legislativo está morto faz tempo, enquanto o judiciário respira por aparelhos. Mas ainda respira.

A ética já fora modificada ao longo dos anos, o jeitinho brasileiro foi institucionalizado, sendo o mensalão a pá de cal que faltava para asfixiar de vez a ética, a moral e os bons costumes. Para o judiciário resgatar o pouco que resta de dignidade, terá que tomar uma medida impopular, porém acertada, punir severamente os meliantes. Não o fará pelo simples fato da anuência em beber da mesma fonte corruptiva dos companheiros de cumplicidade criminosa. No ideal dos desvirtuados, o fim justifica os meios sempre e sempre.

Os institutos que deveriam zelar pela honestidade sairão ás ruas para apoiar a bandidagem, o que mostra que alguns órgãos foram infectados pelo sistema hostil da corrupção, já que “se a farinha é pouca, o pirão deles primeiro”. Muitas pessoas também ganham bem para defender o errado, já que fazer a coisa de forma inescrupulosa torna alguns ricos. Então, a única instituição supostamente incorruptível aos olhos de todos, são os operadores do direito, que serão despidos pelo julgamento teatral dos amigos do rei.

O enfraquecimento do judiciário fará com que se perca a austeridade entre os operadores e os clientes, seja querelando ou querelado, pois a corrupção enraizará a justiça brasileira. Muitas pessoas de bem só descobrirão uma saída: Congonhas. Ou qualquer outro aeroporto internacional brasileiro.

A minha única esperança é a retomada do equilíbrio do judiciário pelos operadores do direito, com as instituições que se preocupam com a austeridade do conselho profissional, não para zelar ética, moral, e bons costumes, mas para que num futuro não muito distante os trabalhadores da justiça continuem ganhando bons rendimentos (ganhos) pelo merecimento e não ganhando poucos proventos pela inexistência. A esquerda ardilosa já saqueou quase todos os profissionais liberais (médicos, contadores, psicólogos), todos ganham hoje abaixo dos próprios rendimentos e até estão fazendo greves. Falta somente o golpe pela inutilidade do operador do direito, em que perderá forças morais e políticas, tornando a profissão banalizada pelo descrédito.

Austeridade e honestidade dão muito dinheiro, é recompensado pela sociedade. Quando um órgão perde tais premissas, a banalização se efetua e o órgão como um todo cai em descrédito. A segurança jurídica ainda é muito respeitada perante a sociedade, o operador do direito deve estar ciente que o mensalão é o inimigo da própria sobrevivência do valor da profissão do jurídico pela sociedade.

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O trabalho A insegurança jurídica do mensalão de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://efeitoorloff.blogspot.com.br/2012/07/a-inseguranca-juridica-do-mensalao.html.

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