O Duplipensar da Patrulha Petralha

Por: Júlio César Anjos

 A internet é uma ferramenta de fundamental importância para manter-se informado, fugindo dos bordões e mantras da mídia convencional, com a liberdade ainda existente neste veículo de comunicação. Mas a liberdade faz com que haja verdades e mentiras, ou, com melhor explicação, há manipulação do real objetivo apontado.

Diante disso, há várias correntes de afirmações na internet, a função de linguagem imperativa que ecoa aos milhares, tornando vívida a aclamação pública diante dos seus interlocutores. Não obstante, as pessoas viram canais de comunicação entre o emissor e o receptor. Mas nessa toada, nem todas as informações são referenciais, muitas delas são emotivas, emotivas e fáticas.

A patrulha petralha sabe que o clamor da sociedade visa a exigência de combate a corrupção e melhoria na gestão pública, algo normal entre sociedades avançadas, natural ao ponto de vista de uma pessoa apartidária e inocente em relação política. Mas os petralhas são incompetentes, eles não conseguem executar as funções estabelecidas não porque não querem, mas porque não conseguem. Você, cidadão, acha mesmo que a petralhada gostaria de criar crises? Lógico que não. Mas é do âmago destes sujeitos serem incompetentes, inoperantes e confusos em questões éticas e morais.

É salutar entender que para acalmar a boiada, o boiadeiro precisa de ferramentas. Os petralhas não podendo com o clamor popular, manipula o objeto principal de referência. A patrulha ajuda a espalhar o clamor, mas o clamor deve ser de contento com o que a patrulha sugere. Vamos aos exemplos:

Combate a corrupção: Os petralhas espalham o clamor de forma genérica sobre o combate a corrupção. Então, para uma pessoa de coração límpido, se sensibiliza com o manifesto e vai ás ruas para combater a corrupção. Mas qual corrupção? O inocente não quer nenhuma, pois todas as corrupções são ruins. Mas veja só, manifestantes que pedem o mensalão são asfixiados pela própria passeata, o que é estranha, pois a função principal da passeata contra corrupção visa todas as corrupções e não corrupção seletiva. A corrupção dos outros não podem, mas a deles pode.

Julgamento do mensalão: Aqui os petralhas adotam a tática da causa para esquecer o efeito. Ora, um julgamento pode acontecer duas sentenças apenas: Culpado ou Inocente. Os honestos desavisados clamam pelo julgamento do mensalão, achando que o simples processo de análise os condenasse. Se você quer mesmo que o mensalão seja deflagrado, então deve clamar por: MENSALEIROS NA CADEIA. Aí o efeito seria satisfatório, pois, o caso – o julgamento – já estaria embutido na exigência.

Piadas sobre os estádios da copa: Mais uma tática de causa para esquecer o efeito. Se a patrulha bitolar o povo sobre o perigo da não conclusão dos estádios, torna-se anestésica a exigência das obras de infraestrutura e afins, o tal do legado. Até porque se bater na tecla dos estádios, o foco fica em cima dos palcos, o que faria com que somente construir os estádios fosse satisfatório. Essa premissa apaga o legado, amansa a população, que assistirá de camarote a corrupção institucionalizar-se sobre os moldes da condução mais célere das construções dos teatros do futebol. Se você quer exigir algo sobre a copa, exija sobre o LEGADO.

A hipérbole das estatísticas: As estatísticas do Brasil foram mudando ao longo dos anos, hoje o IBGE não possui nenhum índice que seja igual entre FHC e Lula. Então, ver as estatísticas comparativas entre Lula e FHC é algo errado, para não dizer outra coisa. Então, se quiser criticar o governo, que critique o método mensurável do índice, como, por exemplo, a inserção de salmão na cesta básica, pois o salmão não varia e com isso joga a inflação para baixo. Ou então fale sobre a nova classe média que constitui em duzentos e poucos reais per capta. Criem a desconfiança das estatísticas que o Brasil começará a melhorar, pois até os índices no Brasil não refletem a verdade, os institutos estão aparelhados com o governo.

Por fim, sempre tentem ver o verdadeiro fim de tal objetivo, pois é quase certo que a maioria das situações incorridas no clamor popular na internet segue um padrão que não é coincidência, é um fascismo que cria somente a sensação de que o cidadão é livre, mas na verdade o indivíduo não tem liberdade para nada. É bem capaz de você ser somente um canal de comunicação entre os anseios do governo e o entendimento torto entre as pessoas que são neutras aos acontecimentos.

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