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O Comercio Exterior Brasileiro

Por: Júlio Cear Anjos

O Brasil é um país interessante para análise, consegue ser dicotômico, confuso e com antíteses que desdobrariam em verdades inconvenientes, sob o aspecto das pessoas que entendem o processo político de uma nação. Os fatos são mais velhos que travesseiro de solteiro, os indícios evidenciam para os mantras já conhecidos como corrupção, ideal desvirtuado, pouca qualificação profissional por causa da falta de educação e etc.

Contudo, mesmo com todos os problemas ainda há alguns espasmos vívidos na economia, impulsos que somente o sobrenatural poderia explicar, já que todos os cenários possíveis indicam uma crise extrema, seja social ou financeira, no âmago das famílias brasileiras. Se o indicador da economia domestica mostra que não flerta com o ótimo resultado do PIB, então a resposta está no comércio exterior brasileiro.

Bom, todo mundo sabe que as commodities são os salvadores da nação. É o produto sem valor agregado, sem a necessidade de exigência de mecanismos de venda, com transação ao atacado, que comporta os melhores resultados do país inteiro. Não é muito, mas é uma saída. Afinal, alguns países nem riqueza natural possuem, então é um alento aos olhos do cidadão.

 Saindo das commodities, o que intriga muito é a situação da construção civil. Há algum tempo os EUA pararam de contratar mão de obra para a construção civil por causa da crise. Pois bem, os brasileiros não podendo trabalhar devido o problema americano, voltaram para o Brasil, já que a construção civil nacional estava aquecida na época. De fato a construção brasileira estava em alta produção, fazendo a força de o mercado fazer subir os preços dos imóveis.

O preço do imóvel subiu ao ponto de um apartamento de um bairro médio do Brasil estar no mesmo patamar que um apartamento de bairro médio/alto nos EUA. Então, diante da situação, muitos ricos, a fim de especular, venderam seus imóveis no Brasil para comprarem nos EUA. A estratégia é simples: Pode ganhar com a valorização do imóvel por lá; ou podem ganhar em cima da desvalorização do dólar perante o real. Das duas formas o brasileiro trará o dinheiro de volta o Brasil. Mas só trará de volta para o Brasil se as coisas melhorarem politicamente.

O rico muda de lugar. Não adianta a esquerda querer asfixiar os ricos que o máximo a acontecer será o país ficar mais pobre, pelo motivo dos ricos abandonarem a nação.

Diante das circunstâncias, o Brasil: importa trabalhador da construção civil – a parte pobre, o proletariado, o executor -, pois a construção civil dos EUA já chegou ao pico, repatriando o proletário em uma época de estagnação da economia doméstica; E exporta o rico – aquele que tem o dinheiro, mas sente a insegurança e alta de preços praticados por um país sem liberdade econômica, que asfixia o capitalista, que força tudo ao gosto do governo tão somente.

Tal referência sintomática remete somente a um ramo da economia, não entrando nos detalhes de desindustrialização, inflação galopante, e produtos agregados em serviço.

Enquanto o exterior flertou com as commodities brasileiras, a economia voou um pouco. Mas agora a situação é pior que se imagina, o Brasil exporta rico e importa pobre, não há um binóculo milagroso que aponte o horizonte de sucesso, apenas possui uma lupa que mostra a pequenez das medidas adotadas pelo grupo político que governa o Brasil.


Já no campo social, o Brasil exporta as pessoas de bem que querem um lugar melhor para morar, e faz importação de Cezar Batisti, bandidos de outras nações. Exporta-se também a alegria do viver, do gingado do alto astral, e importa-se a esquerdeopatia, o desastre intelectual. Destina ao exterior remessa monetária, e nacionaliza-se a corrupção que surgiu desde a época do Brasil colônia.

Há também a importação da constituição brasileira, já que o instrumento legal da nação foi “inspirada” aos moldes da constituição italiana, enquanto exporta-se o jeitinho brasileiro, sistema para burlar as leis, normas e regras estabelecidas.

Esse é o comércio exterior brasileiro, com o sistema próprio de equilíbrio da balança comercial e social.  Só consta o superávit da ignorância.

Licença Creative Commons
O trabalho O Comércio Exterior Brasileiro de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em efeitoorloff.blogspot.com.br.

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