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A Estatal é Nossa


Por: Júlio César Anjos
  
A propriedade é uma particularidade que o indivíduo usufrui de um recinto, um direito de usar bens. Uma pessoa, mesmo que não tenha terminado de pagar um financiamento de uma casa é considerado proprietário. Um locatário temporariamente adquire o direito da propriedade, enquanto estiver pagando o acordo.  Entende-se, portanto, que o direito a propriedade privada se dá a compra definitiva ou temporária do direito de usufruir tal bem da maneira que quiser.

Há outras formas temporárias de usufruir algum bem, pois há várias maneiras de adentrar em propriedade privativa a algumas situações. Para conseguir entrar no estabelecimento, o cidadão compra o ingresso, o nome já diz tudo, é um ticket que libera a entrada da pessoa, temporariamente, para gozar certas diversões em um determinado período de tempo. Uma pessoa compra ingresso para futebol, teatro, cinema e por aí vai... E mesmo que o estabelecimento seja público, há alguma concessão que faça o trabalho ser executado.

Se o estabelecimento for estatal e o serviço também estatal, o pagamento se faz mediante impostos, o que torna o lugar público. A Estatal é nossa, já dizia um individuo qualquer do proletariado. Como senso comum, o proletário diz isso por saber que paga impostos e por isso acredita que é proprietário do estabelecimento público. Além do fator paternalista que o salvará, a sensação de propriedade também faz o contribuinte achar que a Estatal é dele e começa a defendê-la de privatizações, ou seja, não deixa tornar privativo tal estabelecimento.

Voltando ao sofismo da casa, uma pessoa que adquire o direito de propriedade tem o direito de ir e vir, não precisa se identificar para ninguém, pois não faz sentido tal situação, além de que ninguém pode barrá-lo por tentar entrar em casa, certo? Já pensou se alguém pede documentos e olha de maneira estranha, enquanto aguarda liberação, para a entrada em sua residência? Seria esquisito.

Suponha que tal pessoa que o proíba de entrar em casa seja o seu empregado doméstico, um servidor. Bom, ele além de tentar inibir a sua inserção na casa, utiliza toda a estrutura para fazer coisas que você não gosta que faça na sua casa e mesmo assim você não pode achar ruim. Utilizará dos recursos que a c asa dispõe para benefício do doméstico, esconderá a sua carteira de tal forma que desapareça, não podendo nem ao menos queixar-se a alguém. Terá que seguir recomendações, normas, e leis para usufruir da casa. E tudo isso com o doméstico servidor sendo pago com os impostos, ou seja, você paga para não ter o direito de propriedade e de ir e vir na própria casa!

Experimente entrar em uma estatal sem mostrar documentos, passando reto pelo portão de entrada, como se fosse proprietário para ver o que acontece....

Por fim, Algumas estatais – e algumas de capital misto - produzem algo e chegam até a dar lucros.  Essas empresas quando no vermelho pedem socorro via impostos, pois você, contribuinte, é dono dela. Mas quando ela vem a dar lucro, ninguém até hoje viu benefício algum, simplesmente desaparece o lucro, dissolve-se entre os sócios e o Estado.

Se você perde o direito de ir e vir, não tem o direito a propriedade, não tem o direito a ingressar no recinto mesmo pagando impostos, o seu servidor manda mais na sua casa que você, os lucros das estatais nunca aparecem, e não pode saber o que acontece diariamente na casa, com certeza a estatal não é sua.

A estatal é do funcionário público, dos governantes e de alguns seguimentos interessados no estatismo, nada mais.

Licença Creative Commons
O trabalho A Estatal é Nossa de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em efeitoorloff.blogspot.com.br.



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