Por: Júlio César Anjos
Em 1453 acabava a idade média no mesmo tempo que o Renascimento surgia.
Fatos marcantes que destacam a divisão entre eras após o fim da guerra dos 100
(cem) anos, promovidos pelos Franceses e Ingleses. Dois pensadores nasceram
medievais e morreram renascentistas, são eles: Lucas Pacioli e Gutenberg. O
primeiro inventou as partidas dobradas, da contabilidade. Já o segundo inventou
a imprensa. Poderia dizer que as duas invenções são filhas da era renascentista.
Mas o que importa é a contabilidade nesse contexto a traçar neste texto.
Em 1638 Nassau queria uma Europa tropical e decidiu plantar cana de
açúcar em terras brasileiras. Naquela época, nações percorriam grandes
extensões para buscar especiarias, pois o europeu não queria só comida, queria
também temperos. Com Nassau vieram os escravos, que eram contabilizados como
ativos na contabilidade aziendal (que significa fazenda, do Italiano para o
Português).
Com a evolução humana, o homem chega à primeira revolução industrial, em
1760, através da invenção da máquina de tear, criada pelo James Watt. A época
era favorável aos pensadores iluministas, que traziam nos pensamentos a
libertação da escravatura, tornando os negros livres para comprarem as próprias
roupas, moradia, cachaça e tabaco pelo esforço do trabalho. Então, segue que em
1760 o negro deixa de ser um ativo na contabilidade aziendal.
Em 1789 nasce a era contemporânea, após a revolução francesa da
igualdade, liberdade e fraternidade. O povo não queria só liberdade, mas também
outras garantias. Em 1880 o mundo ressurge com a segunda revolução industrial,
o êxodo rural cresce exponencialmente, fazendo com que o trabalho braçal se
desloque da roça para as indústrias. Com isso, cai o sistema de contabilidade
aziendal, pois não há mais somente fazendas para execução de trabalho, e do
capital.
Em 1929 eclode a crise, o crash financeiro, feita pelos problemas gerados
pela libertinagem do mercado capitalista. Os interessados no mercado começam a
esboçar uma nova ferramenta confiável que visaria coibir tal problema, uma
ferramenta com normas, regras e leis. Surge, nos EUA, a contabilidade da escola
americana, no formato padrão em que até hoje se baseia.
Por fim, a Globalização, a fim de chegar a um consenso entre os players
do mercado, a contabilidade criou a convergência contábil, com princípios,
regras, normatizações, resoluções que permitam uma equidade entre os padrões
internacionais das contabilidades das nações.
A contabilidade é igual a um programa Beta, não tem fim, está sempre em
constante mudança, em movimento perpétuo, com as adequações ajustadas conforme
as mudanças da sociedade.
A ironia disso tudo é saber que o precursor de uma das maiores (e melhores) ferramentas do capitalismo foi criada por um monge Franciscano (Lucas Pacioli), que abdicou de riqueza material para servir os carentes, mas que agora tal ferramenta serve os ricos.
O trabalho A Evolução da Contabilidade de Júlio César Anjos foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em efeitoorloff.blogspot.com.br.
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