1 BALANÇO PATRIMONIAL
Após obter os dados do ativo, do passivo, e do patrimônio líquido, se faz
necessário apresentar um resumo dos dados de forma adequada, o que no caso
cria-se o balanço patrimonial.
A palavra balanço decorre de equilíbrio entre ativo e passivo, ou da
igualdade aplicações e origens. Parte da idéia de uma balança de dois pratos,
onde sempre encontra a igualdade.
Já o termo patrimonial tem origem ao patrimônio da empresa, conjunto de
bens, direitos e obrigações.
Juntando as palavras se obtém o balanço patrimonial, equilíbrio do
patrimônio em determinado período.
1.1 ATIVO
Segundo a equipe de professores da FEA/USP (1979, p.31): “O ativo
compreende os bens e direitos da entidade expressos em moeda; Caixa, bancos
[...], imóveis, veículos, Mercadorias, títulos a receber, etc”.
Todos os elementos do ativo se enquadram no lado esquerdo do Balanço
patrimonial.
Os ativos são itens positivos do patrimônio, trazem benefícios e
proporcionam ganho para a empresa.
O ativo isoladamente constitui o patrimônio bruto. Mas há deduções do
passivo que tornam a situação patrimonial líquida.
Dentro do ativo existem várias formas quanto ao grau de liquidez, sendo o
caixa o mais líquido e o imobilizado de menor liquidez.
Segundo o Conselho Regional de contabilidade do Paraná (2012, p.19): “Um
ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando desembolsos tiverem sido
incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a geração de benefícios
econômicos para a entidade após o período contábil corrente.”
Um Exemplo da citação acima é investimento que não se realiza ao
esperado, fazendo com que o contador tenha que escalonar a conta para o passivo.
1.2
PASSIVO
Segundo a Equipe de professores da FEA/USP (1979, p. 31): “O passivo
compreende basicamente as obrigações a pagar, isto é, as quantias que a empresa
deve a terceiros a pagar: títulos, contas, salários, impostos, hipotecas, são
algumas obrigações assumidas por uma entidade”.
Todos os elementos do passivo ficam do lado direito do balanço.
O passivo significa obrigações exigíveis da empresa. As dívidas serão
cobradas, reclamadas, a partir da data de seu vencimento. O passivo exigível é
conhecido no mercado financeiro como dívidas com terceiros. A palavra:
“terceiro” abrange o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa
tem dívidas. O passivo exigível evidencia o endividamento da empresa.
Segundo Wikipédia (2012, p.-): “O Passivo é um recurso controlado por uma
entidade e um acontecimento passado e do qual se esperam que fluam benefícios
econômicos no futuro, cuja liquidação se espera um ex-fluxo de recursos”.
1.3 PATRIMONIO LIQUIDO
O patrimônio Líquido, segundo Marion (1998, p.35): “Parte do patrimônio
que efetivamente sobra para o seu proprietário após somar bens e direitos e
subtrair do total as obrigações; situação líquida; riqueza líquida; medida de
riqueza da empresa”.
O patrimônio líquido, portanto, é a medida eficiente da verdadeira
riqueza de uma empresa.
O patrimônio líquido também pode ser definido como a diferença entre o
ativo e o passivo de uma entidade, em determinado momento.
Fazem parte do patrimônio líquido os seguintes itens: capital
integralizado por acionista ou sócio, lucros retidos e ganhos ou perdas
reconhecidos diretamente.
2 DESEMPENHO/RESULTADO
Segundo Marion (1998, p.69):
A cada exercício social (normalmente, um ano) a
empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. Para saber se obteve lucro
ou prejuízo, a contabilidade confronta a receita (vendas) com as despesas. Se a
receita foi maior que a despesa, a empresa teve lucro. Se a receita foi menor
que a despesa, teve prejuízo. A apuração do resultado é realizada de forma
destacada na demonstração do Resultado do Exercício. Apresenta-se aí um resumo
ordenado das despesas e receitas do período, facilitando-se, dessa forma, a
tomada de decisão. De maneira geral, através da apuração do resultado pode-se
verificar se o maior objeto da empresa foi atingido, ou seja, se os benefícios
obtidos foram maiores que os sacrifícios realizados.
Após corridos 365 dias, a empresa tem que apresentar o resultado do
exercício findo para divulgar a situação real da empresa no presente. Caso a empresa tenha a receita maior que a
despesa, então incorrerá a lucro, caso contrário poderá zerar ou dar prejuízo.
A demonstração se faz de forma ordenada, conforme as regras da
contabilidade. Tal análise demonstra um resumo dos acontecimentos, bem como dos
fatos gerados durante todo o período mensurado do período passado. O resultado verifica se o objetivo da empresa
foi alcançado, se o que se esperava aconteceu, e mostra saúde ou a mazela da
empresa durante o presente.
2.1 RECEITAS
As Receitas, segundo Gonçalves (1998, p.85): “são valores que afetam
positivamente a situação patrimonial, contribuindo, assim, para o aumento da
riqueza líquida da empresa. São representadas por contas de natureza credora”.
As receitas são entradas de bens no ativo através do resultado positivo
do exercício contábil. A receita sempre aumento o passivo, embora nem todo o
aumento de ativo resulte em Receita, como empréstimos e financiamentos.
As receitas são dividias em dois grupos: Operacionais e não operacionais.
As operacionais possuem as atividades principais (venda de bens e serviços) e
acessórias (receitas financeiras, e de aluguel, nas empresas que não se dedicam
à intermediação financeira nem à administração de bens. (GONÇALVES, 1998,
p.87).
Todas as vezes que entrar dinheiro no Caixa através de Receita a vista,
recebimentos etc, essa operação será chamada de Encaixe.
As receitas são de natureza credora, que aumentam o patrimônio líquido e
fluem, no futuro, para o ativo.
2.2 DESPESA
Segundo Marion (1998, p.70):
Despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa
para obter receita [...] Ela é refletida no balanço através de uma redução do
Caixa (quando é pago no ato – a vista) ou mediante um aumento de uma dívida –
passivo (quando a despesa é contraída no presente para ser paga no futuro – a prazo).
A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções do ativo (além do caixa),
como [e o caso de desgaste de máquinas (depreciação) e outros.
Despesa é um custo que deverá, direta ou indiretamente, produzir uma
receita. A Despesa diminui um passivo e aumenta um ativo, pois é uma conta de
natureza credora.
Despesas são gastos não compreendidos nos custos, consumidos direta ou
indiretamente no esforço da entidade de auferir receitas.
Todo o dinheiro que sai do caixa pelo pagamento de uma despesa ou por
outra aplicação qualquer se denomina desembolso ou desencaixe.
3 RECONHECIMENTO DE ATIVO, PASSIVO, RECEITAS E DESPESAS
Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar
na demonstração contábil um item que atenda a definição de ativo, passivo,
receita ou despesa e satisfaz os seguintes critérios: (a) for provável que
algum benefício econômico futuro referente ao item flua para ou da entidade; e
(b) tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis.
Os itens devem ser bens e/ou direitos (aplicações), obrigações (origem),
que prove estar no valor de mercado, precificado ao custo histórico, que flua
de/para entidade, circule mercadorias, que tenha o valor justo.
4 PROBABILIDADE DE BENEFÍCIOS ECONÔMICOS FUTUROS
Segundo o Portal da Contabilidade (2012, p.-):
O conceito de probabilidade é usado nos critérios de
reconhecimento para determinar o grau de incerteza com que os benefícios
econômicos futuros referentes ao item venham a ser recebidos ou entregues pela
entidade. O conceito está em conformidade com a incerteza que caracteriza o
ambiente em que a entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligado ao fluxos
de futuros benefícios econômicos são feitas com base na evidência disponível
quando as demonstrações contábeis são preparadas. Por exemplo, quando é
provável que uma conta a receber devida à entidade seja paga, é então
justificável, na ausência de qualquer evidência em contrário, reconhecer a
conta a receber como um ativo. Para uma grande quantidade de contas a receber,
entretanto, algum grau de Inadimplência é normalmente considerado provável;
dessa forma, reconhece-se como uma despesa a esperada redução nos benefícios
econômicos.
As incertezas podem gerar dúvidas quanto a honra de pagamentos e de
recebimentos de bens e obrigações.
A teoria Goodwill é caracterizada como um lucro inesperado que surge
através de ganhos intangíveis do sucesso de criação de uma nova marca, por
exemplo.
Mas há também o problema do não pagamento de um ativo, a provisão de
devedores duvidosos, uma conta que mostra o problema incorrido em uma esperança
de aumento de capital não realizada.
5 Mensuração de ativo passivo e patrimônio líquido
A crença dos estudantes e profissionais que não são vivenciados pela
inflação galopante acha que não dava para fazer o valor histórico na época por
causa da volatilidade da moeda que gerava depreciação violenta no estudo
contábil.
Mas, com a inflação controlada, alguns pensadores acham que o valor justo
deveria substituir o valor histórico, já que poderia refletir com maior
claridade a realidade. Mas se a inflação voltar, o valor justo faria o sistema
contábil ruir.
Alguns profissionais da área defendem o fair value[1]
como medida para entrada e saída de bens/direitos e obrigações, como é o caso
do ALEXSANDRO BROEDEL LOPES. Já outros defendem o custo histórico, como é o
caso de SÉRGIO DE IUDÍCIBUS.
6 CONCEITO E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis são relatórios extraídos da contabilidade após
o registro de todos os documentos que fizeram parte do sistema contábil de
qualquer entidade (empresa) em um determinado período.
Essas demonstrações servirão para expressar a situação patrimonial da
empresa, auxiliando assim os diversos usuários no processo de tomada de
decisão.
As demonstrações contábeis deverão obedecer aos critérios e formas
expostos na Lei 6404/76, onde estão estabelecidas quais as demonstrações que
deverão ser elaboradas pelas empresas, sejam de capital aberto ou não.
Segundo a elaboração conceitual do CRC/PR (2012, p.22):
As demonstrações contábeis devem representar
apropriadamente a posição patrimonial e financeira (balanço patrimonial), o
desempenho (demonstração do resultado e resultado abrangente) e os fluxos de caixa
da entidade. A apresentação adequada exige a representação confiável dos
efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições
legais e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e
despesas.
O resultado abrangente significa alterar o patrimônio líquido, durante um
período, por causa das transações e outras circunstâncias não originais dos
sócios. Um exemplo é o aumento ou redução do capital social pelos sócios,
acrescido de perdas ou ganhos.
A entidade deve apresentar um conjunto de demonstrações contábeis, com
informações comparativas, anualmente.
Quando o período da data de divulgação da demonstração for alterado, a
entidade deve divulgar as seguintes informações: Esse fato; a razão para
utilização mais longa ou curta da divulgação; o fato que os valores
comparativos apresentados não são internamente comparáveis;
A entidade deve apresentar de
forma comparativa e detalhada a informação descritiva que for relevante para a
compreensão das demonstrações do período corrente.
7 CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O conjunto completo das demonstrações contábeis, segundo a enciclopédia
Wikipédia (2012):
1.1 Balanço Patrimonial – ao final do período
1.2 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
1.3 Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido
(DMPL) e de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
1.4 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
– DOAR
1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC
1.6 Demonstração do Valor Adicionado – DVA
1.7 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados -
DLPA
1.8 Demonstrações Comparativas
1.9 Consolidação das Demonstrações Contábeis
1.10 Balanço Social
A Nota explicativa compreende um resumo das políticas contábeis e
justificativas, além de outras informações explanatórias.
As demonstrações exigidas para as empresas de capital aberto são:
Balanço
Patrimonial
Demonstração do
Resultado do Exercício
Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração de
Origens e Aplicações de Recursos
Para as demais entidades as demonstrações exigidas são:
Balanço
Patrimonial
Demonstração do
Resultado do Exercício
Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido
Por causa da continuidade e da análise, necessita de valores
comparativos, dos respectivos períodos anteriores para todos os valores
trazidos nas demonstrações. Um conjunto completo requer, no mínimo, duas
demonstrações de cada uma, de forma comparativa, e as notas explicativas
correspondentes.
REFERÊNCIAS
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA.
Equipe de professores da FEA / USP. Editora: Atlas. – 4.ed. – São Paulo, USP,
1979.
CRC/PR – CONSELHO REGIONAL DE
CONTABILIDADE DO PARANÁ. Demonstrações Contábeis – Aspectos práticos,
elaboração e apresentação conceitual de acordo com o IFRS. Curitiba, 2012.
EFEITO ORLOFF. Efeito Orloff,
Nada Surpreende. Política, Economia e Informação. Júlio César Nunes dos Anjos.
2012. Disponível em: . Acesso em: 31 mar 2012.
GONÇALVES, Eugênio Celso –
Contabilidade geral / Eugênio Celso Gonçalves, Antônio Eustáquio Baptista. –
4.ed. – São Paulo : Atlas, 1998.
MARION, José Carlos.
Contabilidade Básica / José Carlos Marion – 6.ed – São Paulo : Atlas, 1998
MICHAELIS: moderno dicionário da
língua portuguesa. [São Paulo]: Melhoramentos, 2009. Disponível em: .
Acesso em: 31 mar 2012.
PORTAL DA CONTABILIDADE. normas
brasileiras de contabilidade: -estrutura conceitual para a elaboração e
apresentação das demonstrações contábeis. 2012. Disponível em:
Acesso em: 30 mar 2012.
ENCICLOPÉDIA Wikipédia. A
enciclopédia livre. Brasil. 2012. Disponível em:
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