Por: Júlio César Anjos
Neste capítulo Keynes fala sobre a depreciação de maquinário e da
diferença entre eficiência de máquina, seja pela depreciação, seja pela
diferença entre tecnologias (períodos de tempo).
Keynes também investiga a relação entre a eficiência de mão de obra
qualifica, a não qualificada e o aumento de produção.
Segundo Keynes:
Não esqueçamos que em todos os casos concretos um
empresário preocupa-se com decisões a respeito da escala em que usará certo
equipamento de capital; e quando afirmamos que a expectativa de um acréscimo de
demanda, ou seja, de um deslocamento da função de demanda agregada, conduz a um
aumento na produção agregada, o que realmente queremos dizer é que as empresas
proprietárias do equipamento de capital se verão induzidas a associar-lhe um
volume maior de emprego de mão-de-obra agregada.
Keynes mostra que um aumento de demanda pode gerar aumento de desgaste do
maquinário, de contratação de pessoal, de quantidade de insumos e capacidade
instalada.
O empresário sempre fica receoso
a aumentar o tamanho da empresa, pois maiores desafios criam maiores
dificuldades. Crescer de forma inteligente ajuda a sociedade como um todo, sem
forçar o mercado e com apoio do Estado para impulsionar a economia.
Mas o empresário, ao ver a oportunidade de crescimento, fica míope a
alguns problemas que podem ocorrer ao crescimento, estando à mercê de problemas
como desgaste de maquinário, falta de mão de obra qualificada e problema de
sazonalidade de demanda.
Diante da mudança de cenário, Keynes atenta para a seguinte concepção:
Se a remuneração da mão-de-obra é proporcional à sua
eficiência, as diferenças são levadas em conta ao considerar que os indivíduos
contribuem para a oferta de trabalho proporcionalmente à sua remuneração; ao
passo que, à medida que a produção aumenta, a empresa se vê obrigada a ocupar
mão-de-obra cada vez menos útil para seus fins especiais por unidade de salário
pago; este é apenas um entre os fatores que levam ao retorno decrescente do
equipamento de capital, em termos de produção, quando uma quantidade maior de
trabalho lhe é aplicada.
Keynes começa a defender, de forma velada, o pagamento por unidade de
produção. Um individuo que trabalha por peça fabricada conceitua a quantidade
de oferta e demanda que uma empresa necessita, além de pagar o justo pela
eficiência.
Mas se o empresário puxar a produção por antecipação, o empresário se vê
obrigado a contratar gente sem qualificação para tomar o posto, criando
ineficiência de produção, fazendo o empresário perder dinheiro ao invés de
ganhar. Por isso que faz um retorno decrescente de capital.
Há diferença também entre as instalações das empresas, como homogêneas e
heterogêneas. As homogêneas possuem maquinário fio, sem mudança de setup e com
mão de obra simples. Já as empresas heterogêneas e com mudança de setup de
máquinas, exige-se mão de obra qualifica.
Keynes explica a diferença entre heterogêneo e homogêneo neste trecho:
Conseqüentemente, se não há excedente de mão-de-obra
especializada ou qualificada e se o emprego da mão-de-obra menos capacitada
causa maior custo de trabalho por unidade de produção, isto quer dizer que o
rendimento do equipamento diminui mais depressa com a expansão do emprego do
que diminuiria numa situação em que houvesse excedente de mão-de-obra. [...] Mesmo
no caso extremo em que as diferentes unidades de trabalho fossem de tal modo
especializado que não pudessem absolutamente substituir-se umas pelas outras,
isso não traria dificuldades, significando apenas que a elasticidade da oferta
da produção, derivada de um tipo especial de equipamento de capital, desce
repentinamente a zero, quando toda a mão-de-obra especializada disponível para
seu uso já se encontra empregada.
Se um país está escasso de mão de obra, mas com a economia aquecida,
neste cenário, o empresário pode perder dinheiro mesmo expandindo a empresa, a
fim de tentar obter mais. Como não há qualificação, a empresa fica ineficiente,
com aumento de custos, perdendo dinheiro ao invés de ganhar.
Um país necessita de um estoque de mão de obr4a especializada para que,
caso haja um aumento da produção, a eficiência seja eficaz, fazendo com que o
aumento seja real e não nominal, com viés de perdas para o empresário.
Mais vale, então, em casos de escassez de mão de obra, deixar de expandir
a perder dinheiro pela ineficiência de maquinário, e de mão de obra agregada
pelo capital.
Talvez um aumento com falta de escassez de mão de obra qualificada dê
certo em uma empresa homogênea e com maquinário sem setup, em um cenário de
crescimento real da economia.
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