Por: Júlio César Anjos
O ser humano é o único animal da natureza que faz duas coisas que nenhum
outro animal faz: Produzir lixo e permutar.
Como Smith explica: “Permutar origina divisão do trabalho, permutar só
existe na raça humana”. Para permutar
algo, o sujeito deve criar um estoque, oferecer o produto a outro indivíduo, a
fim de obter outro produto que possa, ou não, ser do mesmo valor de trabalho
realizado do produto trocado.
A divisão do trabalho origina eficiência de tempo, aumento de estoques e,
por assim dizer, quantidades que extrapolem o uso individual, em detrimento que
tal produto seja útil para outra pessoa e que tal produto excedido por um
indivíduo seja trocado por outro produto excedido por outro trabalhador.
Na natureza não existe a permuta, não existe o exagero, só a escassez,
mas escassez no sentido que há o suficiente para satisfazer as necessidades dos
animais. O excesso praticado pelo homem gera permuta de bens e lixo.
A permuta só acontece quando dois indivíduos possuem excessos de objetos
que não são, no momento, valiosos para eles, mudando partes de objetos da mão
do dono, ou seja, eu tenho banana sobrando, meu vizinho tem maçã sobrando, então
troca-se banana por maçã e os dois ficam com banana e maça.
Nem sempre uma troca de um produto com valor inferior ao outro é mau negócio.
Às vezes, o cidadão dispõe de um produto valioso, mas há em posse vários outros
produtos da mesma natureza estocado como ativo, então para liquidar a negociação,
um sujeito aceita trocar um produto valoroso por outro menos valoroso, a fim de
obter de forma rápida tal produto inferior que não tem em mãos.
O valor de uma permuta não é lastreado por uma moeda, ou por um metal
precioso, mas da necessidade e desejo em trocar algo inutilizado e excedente
que disponho, por algo que não tenho e quero obter o mais rápido possível. Então,
com o pensamento não de valor, mas de desejo, a permuta que ás vezes é absurdo,
torna-se compreensível pelos argumentos citados acima.
Mas no mundo real, no mercado, todos os bens possuem um valor, medida
determinada pela oferta e demanda. O dinheiro é referência da permuta, dando um
parâmetro métrico de quanto vale cada porção de tal objeto referente a outro
diferente em raridade, quantidade, dificuldade em fazer e etc.
A permuta dá origem à divisão do trabalho porque cria excesso, faz com
que o excesso seja desovado para outros indivíduos, para obter outros objetos,
com base do dinheiro, lastreado pelo trabalho, o esforço para confeccionar tal
material.
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