Por: Júlio César Anjos
Keynes é muito confuso em explicar a teoria geral, dá a entender que
todos os leitores da obra são economistas renomados, ou seja, não é uma leitura
para aventureiros, é uma obra que só é entendida por quem trabalha realmente no
ramo econômico (e nem os experientes conseguem compreender Keynes).
“O salário é igual ao produto marginal do trabalho”. Keynes tenta
explicar que essa teoria é errônea, já que nem sempre o além das expectativas
direciona a um salário alto, mas também não significa dizer que o salário é
igual ao produto real do trabalho.
Se o salário fosse igual ao produto real do trabalho, então deveria pagar
o trabalhador em unidades e não em salário, por isso que o salário é igual ao
produto marginal (o que fica a margem) do trabalho.
Para explicar que a teoria do salário ser igual ao produto marginal do
trabalho, Keynes mostra que existem desempregos, seja friccional, seja voluntário.
O desemprego friccional é involuntário, ou seja, não é uma escolha do
trabalhador em ficar desempregado. Já o desemprego voluntário depende do
trabalhador, é uma escolha que o empregado faz para manter desempregado, sendo
que há emprego, por uma melhor remuneração ou por uma melhor condição de
trabalho, por exemplo.
Ora, se temos de um lado o salário fixo e do outro a produção é variável,
temos legislações que impedem desproporções, sindicatos que impõem regras, e
trabalhador que escolhe emprego, salário e condição de trabalho, é lógico que o
salário não é igual ao produto marginal do trabalho. Deve-se verificar se é um
salário real ou nominal. E, portanto, o salário real é igual ao produto real do
trabalho.
Segundo Keynes:
Um salário nominal, em vez de um salário real,
constitui o caso normal. Se bem que o trabalhador resista, normalmente, a uma
redução do seu salário nominal, não costuma abandonar o trabalho ao se
verificar uma alta de preços dos bens de consumo salariais.
Justamente pelo fator psicológico é que o trabalhador não fica raivoso
pela perda de poder de compra, mas se abaixar os salários (que é a mesma coisa
que perder também o poder de compra), o trabalhador fica possesso.
O salário nunca abaixa, é uma função de primeiro grau que tende ao
infinito. Por isso, os preços acompanham o salário, gerando inflação. Se o salário
não aumenta conforme o que a inflação aumentar no ano de aumento, então há
perda de poder de compra. Para poder conter a inflação, ás vezes, em casos
extraordinários, uma redução nos salários faria com que a inflação recuasse,
voltando o poder de compra do povo, mas tal medida é impedida pelo senso comum
do povo que não se pode mexer no salário, ou seja, o salário só pode aumentar e
ponto final.
Segundo Keynes:
Do mesmo modo,
é natural supor que o ato pelo qual um indivíduo enriquece, sem aparentemente
tirar nada de outro, deve também enriquecer a comunidade inteira; em
conseqüência disso (como na passagem de Marshall que acabamos de citar), um ato
de poupança individual conduz inevitavelmente a um ato paralelo de investimento,
pois, mais uma vez, é incontestável que a soma dos incrementos líquidos da
riqueza dos indivíduos deve ser exatamente igual ao incremento líquido agregado
da riqueza da comunidade.
Keynes aqui explana que poupança não significa necessariamente
investimento e que ao não aquecer a economia, a riqueza do individuo resulta em
riqueza somente do cidadão poupador, mas não de toda a sociedade. Poupança,
para Keynes, é dinheiro parado, é depressão, é ativo que não oxigena e
economia, portanto o investimento gera poupança e não ao contrário.
Keynes tem boa intenção, mas se apega em uma economia pós crise, e não
destaca muito cenário pré crise, pois pede estímulo de consumo e desdenha a parcimônia,
dando a entender que as coisas estão estagnadas e movimentação no comercio pode
melhorar as condições das pessoas. Mas em época de crise, o certo é se poupar
para se prevenir de um futuro incerto e inconveniente.
Mas a idéia de depressão a somente poupar é coerente e destaca que o
futuro é incerto, então antecipamos o futuro porque o presente necessita.
Cara... Muito bom esse teu blog!
ResponderExcluirSalvou e vai salvar minha vida várias vezes.
Obrigado! Fico contente em ser útil.
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